12 agosto 2006

Malaca, Malaca, a guerra é a guerra

A guerra é uma coisa suja, estamos suados de o saber. E nem sequer é preciso ser-se um Moshe Dayan para perceber quão hipócritas são as diligências americanas e europeias para um hipotético cessar fogo que eu sei, porque a história do Médio Oriente me ensinou, que jamais entrará em vigor enquanto a margem de segurança que o Estado de Israel quer impor não for estabelecida. Olhar para os mapas é fácil e simples e não entendo porque é que os ditos analistas militares que todos os dias se sentam nas bancadas de informação de dezenas de estações televisivas não concluem o óbvio. Israel jamais retirará da faixa para cá do Litani, e muito menos desinvestirá do esforço já feito para devolver ao Hezbollah o terreno perfeito para ataques de artilharia às suas próprias cidades. Israel tem, e terá a faca e o queijo na mão. A hipocrisia de esperar por um cessar fogo imaginário é isso mesmo, uma hipocrisia. Estou do lado de Israel pela primeira vez em muitos anos. Quando me falam de banhos de sangue eu pergunto-me onde têm estado durante todos os anos em que o sangue civil israelita correu dentro das suas próprias fronteiras. Quando me falam de abuso, eu questiono qual é a guerra que os não tem. Quando me dizem que é um disparate militar a tentativa de limpeza do sul do Líbano, eu pergunto aos experts militares o que fariam se chovessem Katiuskas de Ayamonte. Sim, há-de vir um cessar fogo. E a diligência mais mediática e aquela que será aceite com aparente maior honra será a dos americanos. E há-de entrar em vigor quando Israel disser que sim. O resto são tretas.

3 comentários:

Hesed disse...

Disseste bem. A "esquerda" desmamada só tem agora uma bandeira: bater no "ceguinho"... Por mim ando farto de anti-americanismo primário e quanto ao conflito israelo-árabe, era bom que muitas pessoas começassem por estudar a História...

Anónimo disse...

EVidentemente que a opinião é tua mas saberás como começou ?

Um barco-patrulha israelita, por puro divertimento, lançou um míssil sobre uma praia de Gaza pejada de pessoas. Morreram duas ou três e dezenas ficaram feridas. Veio em todos os jornais e, pelo menos aqui em Portugal, a televisão reportou. Israel disse que foi sem querer e toda a gente aceitou. Vários grupos palestinos, incluindo o Hamas, prometeram vingança. Israel, pretextando prevenir um ataque retaliatório, entrou pela Faixa de Gaza dentro, matou quem lhe apeteceu, raptou meia-dúzia, para apresentar serviço, mas teve azar, uma das suas secções foi atacada, dois soldados foram mortos e um terceiro foi capturado. Atenção, que eu digo que os palestinianos foram raptados, porque estavam na terra deles e que o israelita foi capturado, porque estava em terra alheia. A resposta de Israel, em vez de falar com o Presidente da Autoridade Palestiniana e com o Governo Legítimo do território e recorrer às instâncias internacionais, resolve pura e simplesmente destruir Gaza.

Depois temos o brilhante jornalismo que se faz, sempre alinhado pelo terrorismo do bem. Israel tem 9000 (NOVE MIL) prisioneiros libaneses, grande parte deles vindos da anterior invasão do Líbano (anos oitenta). Nunca foram julgados, nem podiam ser, porque foram capturados no Líbano e na defesa da sua terra. Os jornais raramente falam disto e quando falam dizem que estes homens foram CAPTURADOS; o Hezbollah, apanhou 3 soldados israelitas mas não os capturou: RAPTOU-OS

Tantos terroristas que a História nos dá. Por exemplo, a Padeira de Aljubarrota que matou à pasada sete castelhanos. Pelas leis daquele tempo, a coroa do reino de Portugal -- por herança absolutamente legítima --  pertencia a D. João de Castela. Assim, o fidalgote sem terras (na altura) Nuno Álvares Pereira não passava dum terrorista a chefiar um Hezbollah. Extremistas.
 
Joaquim Chissano, Samora Machel, Amilcar Cabral, Agostinho Neto, Nelson Mandela, etc., etc eram terroristas ou não eram terroristas?
 
Se até Gandi, o homem da não-violência, era considerado terrorista pelos ingleses!...
 
E não quero falar do Viriato, o célebre ladrão de gado, salteador de estradas e assassino do próprio sogro, porque o pensamento formatado o considera um herói nacional e se eu disser o contrário desatam a chamar-me nomes. Para os romanos era um bandido, um terrorista. Se o Bush fosse vivo na altura os lusitanos pertenceriam, naturalmente, ao eixo do mal.

Vamos estudar História ? ou A História ?
Também há uma lista de milhões de mortos fartos de anti-americanismo secundário

Anónimo disse...

O resto não são tretas. São vítimas.