14 setembro 2005

Eu hei-de fumar uma pedra

Bernardino Barros é um "cromo". Um dos verdadeiros "cromos" portugueses que disfruta, embora ninguém saiba como nem porquê, da possibilidade de trabalhar numa rádio nacional de enorme audiência. Bernardino Barros é comentador de futebol na TSF e possui uma habilidade radiofónica para comentários da sua especialidade que eu classificaria "um pouco acima da capacidade oral de Eusébio", o que, convenhamos, é um verdadeiro desastre. O discurso é confuso, a capacidade de pensar e verbalizar em simultâneo é de bradar aos céus.Hoje perdi por completo a paciência com este personagem. Decorria o intervalo do Benfica x Lille quando o seu colega de serviço referiu que Aimé Jacquet, ex-seleccionador francês estava na bancada, comentando as incidências do jogo para o Canal Plus. B.B. não perdeu tempo para uma das suas maravilhosas tiradas:

"O mon ami Jacquet já me cumprimentou. Mas reparem como são diferentes as coisas no estrangeiro. Lá, as estações servem-se de ex-treinadores para os comentários das partidas, ao contrário do que por cá acontece". Faz-se uma pausa. Percebe-se claramente que B.B. se lembrou de que é um ex-treinador... "Bom, hummm por cá também acontece..." Faz-se outra pausa, possivelmente para que os ouvintes se pudessem rir da brilhante dedução.

São incontáveis os episódios deste calibre. O mais célebre que escutei foi já há algumas épocas, numa altura em que o Boavista tinha apresentado a Isostar (bebida isotónica) como patrocinador da equipa. B.B. resolveu abrilhantar o acto, gabando as camisolas axadrezadas, agora patrocinadas por uma bebida "esotérica".

Há apenas duas semanas, a empresa Betandwin, foi apresentada como patrocinadora da Liga Portuguesa de Futebol. B.B. mencionou o facto, comunicando ao auditório que não eram visíveis em Coimbra as tarjas da "Bétadine" junto das balizas..
.

Sem comentários: