05 julho 2006

A mim, os físicos!

Porque é que três garrafas de cerveja, de volumes e marcas diferentes congelam com velocidades diferentes quando sujeitas às mesmas condições de frio? Porque é que duas horas depois de metidas no mesmo ambiente a garrafa mais pequena (Sagres Mini 20 cl.) está em estado liquido enquanto as restantes (Sagres e SuperBock 33 cl.) estão em estado sólido? Não deveria ser ao contrário?

9 comentários:

botinhas disse...

Partindo do princípio que a temperatura de fusão e que a capacidade térmica mássica são equivalentes entre as 3, é facil perceber que quanto menor a massa (ou neste caso o volume) mais fácil é de congelar ou de descongelar.
Por isso é que o charco à porta de casa em Geneva gela no inverno 1º que o lago Léman...

Podemos ver também pelas energias. Para a mesma temperatura, massas maiores têm mais energia térmica, ou seja, a quantidade de energia que se lhes tem de retirar (este é o trabalho do congelador) para que congelem é maior nas 33cm que nas minis.

Pedro Aniceto disse...

Pois, mas as duas teorias são contraditórias... "O charco gela primeiro" dá a entender que a Mini devia estar congelada (e não estava que me soube muito bem!)... E estou aqui preocupado com os timings que não quero ver o jogo a beber minis, dado que estatisticamente há mais hipóteses de perder algum golo nas idas e vindas!

francisco feijó delgado disse...

Por outro lado, nada nos garante que a pressão no interior das garrafas seja a mesma. No caso da água, a temperatura de fusão desce com o aumento da pressão. Mas é só especulação!

Pedro Aniceto disse...

Escreveu-me o leitor NZ (a quem agradeço a amabilidade) que, por ter ficado a pensar nisto das cervejas, falou com um amigo que é físico. Diz ele: "O ponto de fusão de uma substância não depende do volume mas sim do tipo de substância ou substâncias de que é constituido. Tudo se passa ao nível molecular com maior ou menor facilidade de se estabelecerem ligações entre as moléculas. Por outro lado as propriedades térmicas do vidro da garrafa podem também ser diferentes.
Por fim, podemos dizer que a Sagres GELOU a Super Bock!"

Acontece que fico ainda mais curioso... O líquido é supostamente igual (digo supostamente porque na prática não sei, embora se trate de cerveja teoricamente igual), mas o vidro da cerveja Mini é claramente mais fino, logo mais permeável à temperatura (aqui pode de facto haver alguma diferença que faça realmente a diferença). Lembro-me de em tempos, num outro blog me ter insurgido contra a mudança de formato de garrafa da Sagres, por ter lido que segundo os experts da Central de Cervejas, a nova garrafa era de um ponto de vista social mais atractiva (eu gostava bem das gordinhas!) e nada agradável "às delicadas mãos dos yuppies" (grande paneleirice!), mas também se referia melhor resistência à quebra. (E de facto nisto elas são extraordinariamente diferentes). Ainda não consegui (e esqueço-me delas com enorme frequência no congelador) que nenhuma Sagres 33 cl das novas se partisse, ao contrário das barrigudinhas que estalavam pelo gargalo com facilidade. E ainda me falta falar um destes dias sobre o crime que a Central de Cervejas está a cometer ao aumentar o volume de líquido da Mini de 20 para 25 cl. Mas isso é outra história.

botinhas disse...

Cometi um erro grave: de português! E só à terceira leitura é que percebi que a mini congela DEPOIS da SB...

Por isso sugiro duas experiências.
Experiência 1: vazar duas minis para um jarro; vazar uma SB para um frasco de mini e enrolhar; vazar o jarro das Sagres para a garrafa da SB e enrolhar; por ambas no congelador. Qual congela 1º?

Experiência 2: arranjar dois recepientes iguais, encher um com Sagres e o outro com SB. Fechar e colocar no congelador. Qual congela 1º?

O que o amigo de NZ diz é verdade, mas para massas iguais de líquido. Continuo a achar que quanto maior é, mas tempo deveria levar a congelar...

Quanto à espessura do vidro diria que quanto mais espesso for, mais difícil é congelar o interior: por um lado há mais vidro para arrefecer, por outro o calor da cerveja tem mais dificuldade em passar para o exterior.

Pedro Aniceto disse...

Parece-me um enorme desperdício de cerveja, mas sendo um trabalho duro, alguém terá de o fazer... Darei notícias.

botinhas disse...

Desperdício?! Os 13cl de SB e os 7cm de Sagres que sobram dos transvazes podem ser bebidos in situ. E como o processo de engarrafamento e enrolhamento é relativamente rápido, depois da descongelação suponho que a cerveja ainda esteja consumível...

francisco feijó delgado disse...

já há novas?

Pedro Aniceto disse...

Ainda não testei. Com o calor que tem estado elas não chegam a ter tempo de congelar.