04 setembro 2006

All messed up

O que é que passará pela cabeça de um líder empresarial quando, em reunião de motivação para princípios de qualidade, dá como exemplo dessa mesma qualidade uma encomenda de lagostas no valor 750 Euros, por ele efectuada numa grande superfície comercial para um jantar privado? Acaso se lhe terá varrido que a média salarial dos presentes na sua plateia, na sua própria empresa, com salários por ele mesmo atribuídos, é bem menor do que o valor da encomenda que ele terá feito e devolvido, tendo-lhe sido atribuído o devido crédito "No questions asked"? O que é que este homem tem na cabeça? Provavelmente a mesma matéria da cabeça das lagostas...

8 comentários:

Anónimo disse...

Mesmo sendo líder empresarial talvez a sua fatia ao fim do mês não chegue a tanto.

Contudo ponho em causa o valor dessa encomenda. hora com os 750€ no continente (não é publicidade!) o senhor compraria nada mais que aproximadamente 21kg (da congelada está claro). Sendo que a unidade pesa cerca de 1.2kg levaria para casa nada mais que 25.2kg. Para um jantar privado comer 25.2kg de lagosta...

Quanto tempo terá o senhor privado a sua família de qualquer espécie de refeição para dar este banquete (suponho) a 25 convidados (pareceu-me um numero razoavél para dar uma lagosta a cada um ;) )?

Comamos caracóis que é a lagosta do povo! (e pelo menos o pires ronda os 2,50€)

Paulo A. Silva

Pedro Aniceto disse...

Eu estou-me tecnicamente nas tintas para as lagostas do senhor... A mim o que me incomodou foi a falta do mais puro bom senso. Assumindo que esta "pérola" de intervenção foi no início da reunião, que tipo de atenção terá merecido da plateia o restante tempo? Isto lembra-me uma vez em que num gabinete de Administrador eu discutia um ajuste salarial que me foi liminarmente negado. O senhor pediu desculpa por ter de interromper a reunião por segundos, pois tinha um telefonema importante para fazer. Perguntei se queria que me asuentasse por momentos, que não, estamos entre amigos. O telefonema versava os extras da "nanny" numa viagem à Disney World... Devem aprender isto nos MBA's...

Anónimo disse...

Faz-me lembrar um ex-superior, que na altura de comprar um Todo Terreno, peguntou para os presentes se deveria optar por gasolina ou gasoleo, quando alguem lhe lembrou, com espuma na boca, que tanto fazia, pois o Galp frota dele era a empresa que pagava...Hoje tem o que merece: um TT a gasolina, a empresa já não lhe paga o Galp frota e já não é superior!!!

Anónimo disse...

Comentando os comentários:

- Acaso não estaremos na presença de umas dorzitas de cotovelo? :)

Pedro Aniceto disse...

Dor de cotovelo? Chamas semear a revolta na plateia de "dor de cotovelo"?

Rui Antunes disse...

Bom, o tal executivo podia ter começado por convidar a malta para a mariscada.... dava-lhes logo uma motivação extra!

Claro que depois podia sair de fininho com a tal história da devolução das lagostas ;)

Anónimo disse...

Caro Sergio
Em relação ao meu comentário, e sinteticamente, posso-lhe garantir que não tenho dor de cotovelo de incompetentes.
Em relação ao Senhor da Lagosta, o homem se calhar até é competente, mas a falta de tato demonstrada com a cena das lagostas, parece-me o discurso do incompetente que conheço, do qual, e como já disse, não tenho inveja nenhuma.

Anónimo disse...

Nos casos apresentados, parece-me que têm razão, eu só quis alertar para o perigo de generalizarmos a coisa.

Também os haverá (líderes) inteligentes e de bom senso.

Penso eu de que!