29 novembro 2006

Impasse social

Vamos recapitular. Há 25 anos, da última vez que toquei num dos chamados "passes sociais", um tipo tinha um cartão, comprava e colava uma senha, e escrevia-lhe à mão o número do dito passe social para depois o utilizar nas redes multimodais disponíveis na cidade. Era evidentemente absurdo comprar a dita senha para lá da primeira semana do mês porque a dita senha só tinha aquele mês de validade. Passaram imensos anos e hoje toquei numa nova geração de passes sociais, dotados de tecnologia inteligente. Um tipo compra uma senha, quem a vende vai a um terminal e digita o número do cartão, mete o cartãozinho numa maquineta que lhe passa para os miolos informações absolutamente pertinentes, entregam-me uma senha, senha essa que o utilizador tem de colar no dito passe, tem de lhe escrever à mão o número do passe. É absolutamente absurdo comprar a senha para lá da primeira semana do mês porque a dita senha só tem o mês corrente de calendário de validade. Chamam a este cartão, inteligente. Eu devo ser muito estúpido...

6 comentários:

Anónimo disse...

É a nova definição de inteligência. Já houve quem lhe chamasse "estupidez artificial", mas não pegou. O problema é que esta nova inteligência, a dos materiais e outros que tais, lançou para as trevas a velha inteligência animal.

botinhas disse...

Estamos a falar do Lisboa Viva? É que pelo menos na Carris e no Metro os passes agora valem 30 dias. Compraste no fim do mês? Não tem mal, dura-te 30 dias!

francisco feijó delgado disse...

E verdade, é estúpido, mas mais uma vez deve ser por falta de comunicação e incapacidade de realizar coisas em conjunto das diversas companhias. Por exemplo, no meu caso, o Metro, funciona já de forma 'moderna'. É carregá-lo na máquina e é válido nos 30 dias subsequentes.

Mas a CP ainda não conseguiu aderir ao progresso. Se se pedir um passe eles obrigam a comprar o cartãozinho da Lisboa viva, a bem da 'integração', mas só lhe imprimem um código, colam um autocolante qualquer e nós temos de colar a etiquetazinha todos os meses.

Obviamente isso seria aceitável numa fase de transição, mas como sabemos, no nosso país temporário é sinónimo de definitivo. Vá lá, deixaram o chip a funcionar e eu pus de lado o Lisboa Viva que já tinha só para o Metro, e passei a carregar a mensalidade do metropolitano no absolutamente inutil chip da CP.

Por fim, o caso dos 30 dias, mesmo com os 28 de Fevereiro, ficamos a perder 5 dias por ano (6 em anos bisextos), face à modalidade mensal. Ao fim de 70 anos contribuimos com um ano a mais de passes sociais! Outrageous! :P

Marta disse...

Caríssimo Pedro - Estúpido não sei, mas muito divertido... upa, upa. Meto as minhas mão no fogo. E olhe que não o faço em muitas situações!

Gosto dessa sagacidade.

Marta

Pedro Aniceto disse...

Botas, qualquer operador fora de Carris e Metro, inviabiliza os trinta dias consecutivos. Usam a mesmíssima tecnologia de controlo e isto é muita areia para o meu decrépito dumper...

Anónimo disse...

Faz-me essa situação lembrar do tempo em que fazia as viagens casa <-> escola secundária de autocarro.

Na altura a Rodoviária do Tejo implementou nos autocarros umas máquinas de leitura de cartões. Assim, adquiríamos um pré-comprado de 10 viagens que mais não era que um fino plástico branco com uma banda magnética.

A máquina que se encontrava em todos os veículos fazia a leitura dessa banda magnética e escrevia com tinta azul sobre um espaço branco no cartão a data da viagem.

Muito raramente essas máquinas fazia uma leitura correcta pelo que a validação tinha que ser manual realizada pelo "pica".

Com sorte, conseguíamos fazer as 10 viagens validadas pela máquina e depois passávamos com uma borracha das que apaga tinta e fazíamos mais 10 validadas pelo "pica".