"Alzheimer", disse ele e eu arrepio-me pelo simples facto de não saber o que o futuro nos reserva. a mim, a ti, a qualquer um dos "mins" e dos "tis". "Alzheimer", a palavra assusta apenas de per si. Que se passa, Zé? "Fui com ele ao Hiper, isto começa a ser arriscado sair com ele", sendo que ele é o sogro, o sogro de um ele que pode muito bem ser qualquer um de nós. "Perguntei-lhe, antes de entrar, se não quereria ir à casa de banho, que eu sei que as compras sempre demoram algum tempo e ele tem quase noventa anos, e não era a primeira vez que se via aflito". Imagino, até eu com pouco mais de quarenta, gaba-te cesto. "Ele disse-me que não, que não precisava, e eu fui buscar um carrinho de compras". "Sei que me demorei um bocadinho, sabes como é, não tinha moedas e tive de ir trocar dinheiro. Quando voltei havia polícias, havia uma miúda do balcão de informações aos gritos, era o caos...". Mas o que foi? "Olha, não sei bem, sei que ele se baralhou, quando lhe falei na casa de banho ele deve ter sentido alguma sugestão, quando voltei havia um granel do caraças à volta dele, só vi o chão em frente ao balcão todo molhado, ele a compor as roupas, fechando a braguilha, dizendo-me que já podíamos ir às compras...". Estava estupefacto, eu, que jamais imaginaria o cavalheiro, que conheço, urinando o balcão das informações do Hipermercado.
Este homem é o mesmo que há três dias me abordou no passeio da minha própria rua, brandindo um livro de Erwin Schrödinger, um físico austríaco, célebre pelas suas teorias de mecânica quântica, perguntando-me se eu conhecia, mais se compreendia o que o fisico queria afirmar com a metáfora do gato.
"O mais ridículo é que o polícia queria levar o velhote, a miúda parecia possessa e o meu sogro não parava de falar de física atómica, mania que não sei de onde veio há quinze dias a esta parte...". Eu julgo saber, eu julgo saber...
Este homem é o mesmo que há três dias me abordou no passeio da minha própria rua, brandindo um livro de Erwin Schrödinger, um físico austríaco, célebre pelas suas teorias de mecânica quântica, perguntando-me se eu conhecia, mais se compreendia o que o fisico queria afirmar com a metáfora do gato.
"O mais ridículo é que o polícia queria levar o velhote, a miúda parecia possessa e o meu sogro não parava de falar de física atómica, mania que não sei de onde veio há quinze dias a esta parte...". Eu julgo saber, eu julgo saber...
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