27 março 2007

Deixámos de saber escrever

Esta é uma conclusão sem nenhuma base científica. Mas é um facto que vejo provado todos os dias quando nas mensagens das centenas de pessoas que me escrevem, não se consegue perceber sequer o que querem. Não é uma questão de ortografia, é mesmo de clareza de raciocínio. Ou melhor, da habilidade de enunciar as suas próprias dúvidas de forma clara no acto de as passar a texto. De científico só posso dizer que quanto mais novo é o emissor, maior é a dificuldade em exprimir-se de forma minimamente perceptível. Receio bem que daqui a alguns anos, os maiores expoentes da escrita produzam textos indecifráveis.

10 comentários:

Unknown disse...

Por muito mal que se escreva só se consegue escrever a ideia que se tenha. Se a ideia não existe por muito bem (duvido!) que escreva não se entenderá nada.
Luis Carrôlo

rui martins disse...

k raio keres dixer kom ixo?

eheheheh

Manuel Marques disse...

Concordo. E é bem triste ver isso.

Seria esse o papel do Português nas escolas, de ajudar os alunos a alcançarem uma clareza de raciocínio, além da necessária correcção ortográfica.

Não me oponho às abreviaturas (aliás, até as uso com frequência), nem à falta de acentos em IM. Mas chegar a um ponto em que o interlocutor não perceba rigorosamente nada é simplesmente deplorável.

Regredimos? Parece que sim...

Manuel Marques

Anónimo disse...

Alguns devem ter reparado que numa das últimas campanhas publicitárias (e espero agora não me enganar) do Millenium BCP com o Bruno Nogueira, aparecia escrito "Keres voar?".

Percebo perfeitamente que para a agência publicitária é mais fácil chegar ao seu público alvo "falando a sua língua", mas é lamentável que não exista uma entidade reguladora que diga NÃO!

Este não é um caso singular, o que vai contribuindo para a estupidificação do "pobre português" que de tantas vezes ver escrito "keres" um dia arriscará fazê-lo.

Pedro Aniceto disse...

De um ponto de vista pessoal, as abreviaturas não me assustam por aí além. Parto do princípio de que quem abrevia tem de saber o que quer abreviar. O meu post incidia em outros aspectos, o de ao fim de dez ou doze linhas de texto, a pessoa inquirir se eu a posso ajudar sem que alguma vez tenha conseguido transmitir o problema ou passar uma mensagem que (no mínimo) me dê pistas sobre o pretendido. Aquilo que eu vejo em muitos textos é que o emissor sabe o que o apoquenta mas é incapaz de o colocar de forma escrita. Isto também se nota na oralidade de quem debita palavras como se eu fosse capaz de ler pensamentos...

mw disse...

nao percebo dizes isso pq ate parece que ser por mais novo saber nao escrever la pr escrever bem sabes tu e nao mais ninguem deves ser muita bom sempre criticar tu estas dasssss...

Pedro Aniceto disse...

Ora lá está!

cristina amil disse...

Impressiona-me também aquelas pessoas que escrevem sem qualquer tipo de pontuação. Adultos. Contudo, assusta-me muito mais jovens estudantes, universitários, que não têm qualquer noção daquilo que escrevem; que não sabem escrever porque também não sabem ler...

mw disse...

A mim faz-me confusão a clara dificuldade que alguns têm em pôr por escrito um pensamento. Não conseguem transmitir uma mensagem. Sabem o que querem dizer, sabem a quem o querem dizer mas não são capazes de o escrever. Sinceramente não entendo... não entendo também como conseguem relêr o que escreveram e tirar sentido do que está escrito. Só me resta acreditar que não lêm o que escrevem... fato esse que também me assusta.

Acho que o que escrevi acima é exactamente o tipo de escrita que se faz hoje em dia.

Anónimo disse...

No sentido pretendido, "facto" escreve-se com 'c'. Não adianta grandes ideias se depois o português falha...