20 abril 2007

Humor prisional

Ser-se guarda prisional não é uma vida fácil, se é que existe tal conceito, o de vida fácil. Foi o primeiro emprego de Z. que assim gasta os seus dias na rotina do abre e fecha portões, levando e trazendo presos a questões judiciais, uma rotina condicionada por um ritmo de trabalho e folgas que nunca entendi. Para todos os amigos de Z. ele está também preso, na verdade não há grande diferença, apenas sai quando quer na inversa dos seus presos. Lá nos reencontramos de quando em vez, quando os planetas, as folgas e os fins de semana e demais festividades se alinham. Sempre podemos debicar uns caracóis, suprema notícia de que chegam as primeiras emoções estivais. Foi o caso, hoje. Z. que nem é de grandes sorrisos vinha bem disposto. "Tu vê lá que hoje um preso deixou o Director encavacado, pá! Ele que nem é flor que se cheire...". Fizemos uma selecção de presos que iam trabalhar no exterior e o R. que nunca quis trabalhar dentro de portas, ofereceu-se logo! Que ia com todo o gosto, que preferia trabalhar para dez Directores do que para um preso...". Mas iam fazer o quê, no exterior? Iam trabalhar, nem sei bem em quê, mas o giro é que o Director lhe perguntou o que é que ele fazia antes de ser preso e foi a risota geral quando o preso lhe disse em tom de gozo: "Eu, senhor director, era coveiro..."

1 comentário:

Patricia Lousinha disse...

Palpita-me que vamos ter um Prison Break português...