24 abril 2007
O Tóino Cruz
Gosto delas. Chamo-lhes "as minhas gralhas". La estão, quase todos os dias, tagarelando e debicando conversa fiada no balcão da pequena padaria. Quando hoje entrei no acanhado espaço, tentanto fugir ao acabrunhado dia, elas lá estavam, numa discussão mais gritada que tida, a condizer com o tom do vozear estridente. "Foi o Tóino Cruz, foi ele, mulhéri!". Que não, que não tinha sido, teimava a outra. "Que sim, tou'te a dizêri, foi ele, o Tóino Cruz". Esperei, paciente a minha vez de ser atendido, Elas inquiriam-me com o olhar, cada uma buscando aliados, numa tentativa de ganhar quorum e vencer a contenda por maioria. "Olha que foi! Foi o Tóino Cruz!" E com isto, levou a mão à anca, não sem antes a mesma mão ter largado o estafado porta-moedas em cima do vidro do balcão. Procurou-me, melhor dizendo empinou o peito e dirigiu-se-me, como se da minha opinião dependesse a honra da Calábria. "Oh xôr Pedro! Diga lá...". Gosto do tom de respeito que eu próprio ganho quando me chamam de "xôr Pedro"... "Foi ou não foi o Tóino Cruz?". Oh mulher, mas eu nem sei de quem é que está a falar... "Daquele! Daquele actor que fez o Oficial e Cavalheiro..."
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1 comentário:
E então o Enrol'o filme, o Fred às tiras, a Ginja Rodas? havia muitods mais, de que já não me lembro. Ajudem-me a puxar pela memória.
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