29 maio 2007

Mobiliário

Quando em 1990 decidi avançar para a compra de parte da mobília da casa, tinha acabado de conhecer uma linha de peças que me agradou de sobremaneira, cuja marca acabara de aparecer no mercado. Porque gostei do que me foi proposto, muito embora a rede de venda ainda estivesse a ser montada e os catálogos nem sequer existissem ainda, eram uma singelas fotocópias manhosas quanto baste, mas que davam perfeitamente para o planeamento. Aquilo era madeira "à séria", sem rodriguinhos e berloques, coisa que aliás detesto em mobiliário. Quando a primeira proposta me foi feita, fiquei um bocadinho desmoralizado com os preços, bastante acima de algumas propostas concorrentes. Ainda assim, e contra uma chuva de comentários adversos sobre o valor da aquisição, decidi escolhê-los. Recordo-me que havia apenas meia dúzia de revendedores e aquele que me forneceu o pedido foi de uma amabilidade extrema, fosse durante a montagem, fosse a lidar com um pedido de troca de uma frente de gaveta que tinha um nódulo na madeira com que eu engalinhava solenemente. Por se tratar de peças que ainda não eram produzidas em grandes quantidades (a espera pelos móveis foi significativa), a dita frente de gaveta levou umas valentes semanas a ser trocada e recordo-me de na altura me terem sugerido o "empréstimo" de uma peça similar para obstar ao "buraco" com que fiquei numa cómoda. Resolvida a questão não voltei a ter contactos com o fabricante, limitando-me a ver, com agrado e com o passar do tempo, que a marca se expandia e ganhara uma rede comercial bastante visível no território nacional e era agora "fashion" de se possuir.
Numa das minhas últimas mudanças consegui dar descaminho a uma pequena peça metálica, um ligador da frente da famosa face da gaveta e há já alguns tempos que tentara adquirir uma ferragem igual para resolver o problema e permitir que a gaveta deixasse de ficar manca. Não foi uma busca exaustiva, mas ainda fiz algumas tentativas, todas mal sucedidas. Até que há dias, lobriguei num endereço de email o domínio da marca e rapidamente perguntei se me saberiam dizer se era possível adquirir a ferragem em falta. Que sim, que não haveria problema algum. Fiz o email na Sexta, estive fora na Segunda e hoje quando abri a caixa do correio, havia no fundo da mesma um pequeno envelope com a peça que me foi enviada gratuitamente. Chamem-lhe o que quiserem, eu chamo-lhe brio no que se faz e qualidade de serviço. É de detalhes destes que se fazem as marcas que não esquecemos.

5 comentários:

Ana Ferreira disse...

Há muito tempo que não me deparava com a palavra engalinhar :)

Anónimo disse...

No cerne da questão paira uma subtil e apreciável publicidade!

JC

Anónimo disse...

E ele há melhor publicidade do que a de um cliente satisfeito?

blimunda sete luas disse...

Assim que começaste a descrever a mobília percebi logo que marca era. Também gosto bastante, mas há outra também muito boa: harpa.

Anónimo disse...

Sou residente em Paços de Ferreira sobejamente conhecida como a capital do móvel, uma coisa que constato de há alguns anos para cá é de um crescente aumento no mobiliário à medida ou por medida, que resulta muitas das vezes de um projecto e/ou móvel idealizado pelo cliente.

Situações estas que testemunho terem na maioria dos casos preços inferiores a 50%, quando negociados com pequenos fabricantes, que praticam preço mais baixos pelo facto de terem uma flexibilidade maior de fabrico e mesmo menores encargos com a unidade de produção, bem como de um acompanhamento 100% personalizado!

ex. http://moveis.abrito.net