04 setembro 2007
Silva, o barbeiro padrinho do povo
"Sabia que o velho Silva, o Meia Orelha, que morreu há quatro ou cinco anos é padrinho de quase toda a gente aqui da aldeia?". Não fazia ideia, embora o cognome Meia Orelha seja bastas vezes encontrado em relatos de outros tempos aqui na aldeia. "É verdade, deve haver poucos da minha idade que o não tenham tido como padrinho...". Mas como assim? O homem era rico e toda a gente lhe ia pedir? "Nada disso. Aqui os homens andavam no mar, miúdos havia com fartura, eram ranchadas de seis e sete. Os homens andavam nas companhas, no mar, nas carreiras, só vinham a casa de mês a mês. Quando chegava a altura dos baptizados, era tudo baptizado por junto. Aqui não havia igreja, era na escola, enfeitavam-na e juntavam-se os ganapos todos da mesma idade. O único homem que havia para padrinho era o barbeiro, que era o único que cá ficava...". "Vai lá chamar o Silva, que os miúdos precisam de um padrinho!". E a verdade é que dos oito que ali estavam à conversa, eu era o único que não era afilhado de um barbeiro...
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8 comentários:
desculpa lá, mas se o barbeiro era o único homem que ficava, o que é que fazia para matar o tempo? (a mulher barbuda não é resposta que se aceite porque essa não fazia a barba) e vivia de quê?
o verde ataca outra vez...
eu cá não percebo é como é que o mulherio engravidava assim com os maridos fora... cá para mim o meia orelha tinha bastante trabalho...
E a alcunha de Meia Orelha vem de alguma "barba" bem aparada?
Ou foi algum cliente pescador que passou a ser pai sem o tentar?
Ó amil, diz lá que não tinhas saudades...
Não faço ideia, apenas sei que o homem acumulava com a profissão de ferreiro...
Não és afilhado, mas és neto!
Oh verde, atao n tinha?! Venha dai esse pato! (ou pazzo, sei la..)
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