O gozo supremo de ensinar não se mede a meu ver por notas e exames. O melhor indicador que eu posso encontrar naqueles a quem eu transmiti algum ensinamento é vê-los, eles mesmo, recolher a informação, tratá-la e passar a usar métodos diferentes, que fazem evoluir positivamente alguma faceta do trabalho produzido. E quando são os próprios a dizer "Foi por tua causa que consegui fazer melhor" temos a certeza de que ensinámos bem. Com um duplo benefício, a satisfação do acto pedagógico e o de registar com agrado que os grandes, os sábios, aqueles que reconhecemos como Mestres, têm a humildade e o carácter para agradecer a quem lhes deu a ver que existe outro caminho que nem sempre é o que eles conhecem. Dignifica os grandes enquanto alunos e os pequenos enquanto aprendizes de Mestre.
..."Já agora falo-te de coisa relacionada, as minhas conferências. Também me dão gozo de profissionalismo. Imagina aquela de há dias. Cheguei uma hora antes e ensaiei, com o técnico dos audiovisuais. Levava três colecções de slides e testei qual a melhor para a iluminação da sala. Também o controlo remoto e o volume de som na sua régie, para eu não ficar preso à tribuna e ao microfone e toda a gente me ver de corpo inteiro, solto no palco, a andar quando necessário, a parar com algum "dramatismo" para dar ênfase. No fim, o homem estava embasbacado: ó professor, faz sempre isto?, nunca tinha visto. Respondi-lhe que não, que tinha aprendido com um amigo que verificava sempre se não havia alguma tábua a ranger ou um projector a fazer-lhe uma sombra feia na cara. Respondeu-me ele, para meu gozo: e eu a pensar que eu era profissional!"
..."Já agora falo-te de coisa relacionada, as minhas conferências. Também me dão gozo de profissionalismo. Imagina aquela de há dias. Cheguei uma hora antes e ensaiei, com o técnico dos audiovisuais. Levava três colecções de slides e testei qual a melhor para a iluminação da sala. Também o controlo remoto e o volume de som na sua régie, para eu não ficar preso à tribuna e ao microfone e toda a gente me ver de corpo inteiro, solto no palco, a andar quando necessário, a parar com algum "dramatismo" para dar ênfase. No fim, o homem estava embasbacado: ó professor, faz sempre isto?, nunca tinha visto. Respondi-lhe que não, que tinha aprendido com um amigo que verificava sempre se não havia alguma tábua a ranger ou um projector a fazer-lhe uma sombra feia na cara. Respondeu-me ele, para meu gozo: e eu a pensar que eu era profissional!"
13 comentários:
Por falar em profissional alguém está a ver o O'Sollivan a "limpar" a mesa com 133 pontos?
O cúmulo da estupidez arrogante de um professor é não ser capaz de aprender com os seus alunos. Muito mais com outro profissional, mesmo de outra área.
@Isabel: Oh raios! Também aficionada de Snooker? Os Camilos é só coisas boas!
Exactamente JVC.
E o O'Sollivan é realmente um espectáculo.
Olá Daniel!
A propósito de pedagogia,
tenho verificado que a minha primeira família tinha e continua a ter uma particularidade, mostrar-nos a vida.
Compreendo agora, que cada um tinha a sua função: os meus pais trabalharem, a tia solteirona ensinar-me o Hino Nacional, o presente do indicativo dos verbos franceses, as primeiras estrofes dos Lusíadas; o meu tio levar-me a ver e a jogar bilhar (apesar da minha altura),a ver futebol e os meus irmãos, ambos mais velhos, abrir-me os olhos para outras coisas, até o meu pai ter achado que não eram boa companhia para mim (!?).
A segunda família está à vista.
ah...sortuda!
José, aqui aplica-se: diz-me com quem andas, ...
Agora com os olhinhos mais atentos e óculos, O'Sulivan estava mal escrito. Tinhas razão.
"O gozo supremo de ensinar não se mede a meu ver por notas e exames. O melhor indicador que eu posso encontrar naqueles a quem eu transmiti algum ensinamento é vê-los, eles mesmo, recolher a informação, tratá-la e passar a usar métodos diferentes, que fazem evoluir positivamente alguma faceta do trabalho produzido." - sobre isto o melhor elogio que ouvi até hoje veio de uma ex-aluna, a Raquel, que me disse no início do seu curso para ser professora do ensino básico (o que no nosso tempo se chamava professora primária). disse-me ela: agora que estou a aprender para ensinar é que entendo porque é que a professora diversificava as actividades, era para aprendermos sem nos cansarmos
Desta vez, creio que compreensivelmente, escrevo como anónimo. Uma das minhas melhores alunas de sempre, ao fazer as fitas da sua pasta, veio dizer-me: esta é a fita dos professores, mas só quero a sua dedicatória, ninguém mais escreverá. Fica-me para a vida.
A semana passada pedi aos alunos que riscassem alguns tópicos do manual em vigor. Eles ficaram muito espantados e adoraram fazê-lo. Adoraram mesmo. Depois expliquei-lhes que não devemos acreditar em tudo o que lemos - somos seres pensadores e temos de dar entrada dos dados, PROCESSÁ-LOS, e, só então, eventualmente, dar saída. Se temos 2 orelhas e apenas uma boca é para ouvirmos o dobro do que dizemos. Foi a aula em que eles mais aprenderam - disseram. "Aprendemos mais nestes 3 meses do que no curso inteiro". Isto fez-me babar. Ensinar é, em pedagogia (não andragogia), ajudá-los a pensar. Não dar respostas - questionar tudo. É a minha abordagem. Claro que a do governo é a oposta - Pão e Circo!
AMJ
Bolas, ganhou o Fu... bah.
Pois é Filipe, é no que dá estar atento aos grandes mestres.
Bolas, ganhou o Fu... bah.
Que se lixe, foi bom de assistir apesar da falta de paciência do O'Sullivan provocada pelo tempo que o Fu demorava. O gajo passa-se!
Houve jogadas que até deixaram o comentador mudo, o que também foi bom.
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