31 outubro 2007

Quero a sua cabeça, Dr.!

"Tomem bem conta dela" disse-me o chefe de equipa à despedida do Serviço de Urgência do Hospital de Tomar. Agradeci o cuidado, apesar de apenas minutos antes quase ter perdido a paciência numa discussão estúpida sobre o teor de análises sanguíneas. Apenas quis dissipar os meus receios mais profundos quando lhe perguntei se achava razoável que a paciente fizesse duzentos quilómetros rumo a Lisboa, sentada ao meu lado num simples automóvel de passageiros. "Não vejo problemas nisso, é apenas uma situação de trauma, doloroso mas apenas um trauma" disse-me ele. A viagem fez-se, com inúmeras queixas da paciência da paciente. Dores, muitas dores.
Quando hoje uma equipa de Ortopedia de um outro hospital me chamou a uma das paredes do serviço para me explicar uma radiografia, a minha fúria ia-me fazendo perder a razão. "Veja, há três vértebras fracturadas: D5, D6 e D7".

Dr. Francisco Santos, da próxima vez que disser ao familiar de um paciente que os meios de diagnóstico que usou são apenas "gastar dinheiro ao Estado", pense em quanto custa a esse mesmo Estado ter um incompetente como Chefe de Serviço. Vou querer a sua cabeça, Dr. e não é para um TAC.

12 comentários:

LMB disse...

Às vezes dá vontade de ter uma catana à mão, não é? Eu sei, infelizmente, o que isso é.
Abraço e rápida recuperação.

Anónimo disse...

Que esse acto de incompetência não tenha piores consequências do que as que já teve... Rápidas melhoras.

Ana Ferreira disse...

A partir do momento em que hospitais e escolas (sendo aqueles um caso muito mais sério do que estas) são geridos como empresas que devem dar lucro passa-se a assistir às maiores incongruências imigináveis, como ouvir frases como essa.
Que as melhoras sejam rápidas.

Anónimo disse...

Mais um "doutor" a praticar engenharia financeira. É precisa ter fé ou será preciso ter Fé?

Anónimo disse...

UFA... uma grande UFA.... se é o circulo que se fecha, um grande UFA apesar de tudo....UFA UFA... um UFA de alivio... na virtualidade dos contactos, na troca de pequenas mensagens.... "sabes da mãe do pedro"... tratamos-te com esse carinho de quem mora na casa ao lado e onde se vai ver a bola com um punhado de minis na mão.... são costelas partidas... não tarda estará à janela trocando impressões sobre a aventura... um beijo especial.

Rita disse...

Pedro,

Não é que me sobre tempo. Mas o que for preciso, mas mesmo o que for preciso é só dizer. Já passei por uma igual que me roubou meses com denúncias, Arranjo mais um bocadinho para ajudar nessa tarefa.

Anónimo disse...

Se não é para uma TAC, presumo que seja para uma lobotomia.

No caso, parece aplicar-se.
Em regime de urgência.

Anónimo disse...

Mas será que o pobre diabo tem cabeça?

botinhas disse...

Estou confuso...

kincas disse...

(sem comentários)

Anónimo disse...

Em Fevereiro tive necessidade de contactar por diversas vezes o Hospital de Aveiro.

Posso-vos dizer que fiquei sempre surpreendida pela positiva.

Quando telefonava, a pessoa que estava de serviço ia junto da minha mãe perguntar se precisava de alguma coisa, enquanto eu aguardava em linha:
- a mãe manda um beijo e diz que está melhor. Mas se quiser aguardar, está aqui o médico que a acompanha e que lhe pode fazer um ponto de situação.

Assim foi.
Até fiquei chocada.
Aquele Senhor demonstrou um carinho e uma preocupação invulgar tanto com a paciente, como com a filha que estava preocupada.

Esclareceu-me, tranquilizou-me e espantou-me.

Estou-lhes muito grata.

Anónimo disse...

Não estou satisfeita por não ter visto aqui nenhum comentário do estudante de medicina.