17 novembro 2007

And the cats and the craddle and the silver spoon

No futuro há-de chamar-se Rafael. Por ora, Rafa. Deve ter três anos e espera por mim perigosamente empoleirado no portão da casa na esperança de atrair a atenção do cão que caminha distraidamente a meu lado. "Poxo ir contigo?" Só se fores dizer à mãe. "Axim não tem graxa...". Acabou por dizer e passar por cima da grade de mão dada na minha, ambos a esperarmos que o cão pare de investigar os montes de erva seca que se acumulam na berma dos caminhos. "Ficaj'à espera dele?" Fico, digo-lhe eu enquanto tento prever o próximo local que o cão vai escolher para investigar com o nariz. Páro, o cão olha-nos e dá mais uma curta corrida. "E que fajes enquanto ele faz xixi?" Não faço nada. "E poxo ficar aqui a fazer nada contigo?". Ri-me. Ficámos ali os dois a fazer nada, devagarinho, ao sol matinal. Tu vais longe, Rafael.

7 comentários:

Anónimo disse...

Posso juntar-me a ti e ao Rafa?

Anónimo disse...

Ó Senhor Artur, afinal são 32.

Carmita disse...

Não é engraçado como para o Homem, que sempre quis ter tudo, o Nada é tão importante? Gostei do Rafa.

Anónimo disse...

Realmente o Rafa pode chegar muito longe, tipo, até ao fim da rua.

Mas é de louvar, um jovem tão novo e já a aprender a não fazer nada.

Anónimo disse...

Tudo vem do Nada...

Van Dog disse...

:)

kincas disse...

E também cansa não fazer nada.