22 novembro 2007

Têpêcê

21 comentários:

Ana Ferreira disse...

Além de escrever mal ainda se demite dos seus deveres de encarregada de educação, muito capaz de um dia destes ir à escola pedir satisfações à professora e dar-lhe uns sopapos, onde já se viu sobrecarregar uma criança com trabalho de casa?

Madalena disse...

Enquanto professora, lido com alunos (que são o resultado destes encarregados de educação) todos os dias.Pais, ministério e soceidade em geral esperam de mim que os meus alunos tenham sucesso (e eu espero o mesmo, claro), mas esquecem-se que tenho boicotes destes ao meu trabalho diariamente!

Álvaro Amorim disse...

Viva,
depois de o nosso primeiro dizer em plena AR, que os pais não podem ser responsabilizados pelos actos dos filhos, o que querem?
aa

Licas disse...

Com sorte ainda vai ser ele a avaliar a stora de ciencias...

filipe m. disse...

"depois de o nosso primeiro dizer em plena AR, que os pais não podem ser responsabilizados pelos actos dos filhos, o que querem?"

Que os filhos não sejam vítimas da desresponsabilização dos pais... ops, será que estou a pedir demais?

É o país que temos...

Anónimo disse...

com o primeiro ministro a dar o exemplo, engenheiro ou não, é sempre triste ver um portugal potencial a ir pela minha ria a baixo.tudo é despenalizado, tudo é libertado, anda tudo à solta. venha de lá esse 25 de abril outra vez, que não sei o que fizeram com o de 74.

Anónimo disse...

Faz-me lembrar uma história que li há dias...

http://azurara.blogspot.com/2007/10/o-fbio.html

Anónimo disse...

Pelo que tenho ouvido e lido, os professores deparam-se com uma série de limitações.

Aquela mãe escreve assim, porquê?

Madalena disse...

Eu não sei por que é que aquela mãe escreve assim, sei é que muitas mães passam aos filhos esse tipo de atitude e nas escolas eu vejo diariamente os miúdos a reclamarem direitos e a não perceberem que antes de terem qualquer direito têm deveres a cumprir.

Pedro Aniceto disse...

..."eu não sei por que é que aquela mãe escreve assim, sei é que muitas mães passam aos filhos esse tipo de atitude e nas escolas eu vejo diariamente os miúdos a reclamarem direitos e a não perceberem que antes de terem qualquer direito têm deveres a cumprir."

http://caoepulgas.blogspot.com/2005/09/um-tijolo-dois-tijolos.html

Teresa disse...

Talvez não escreva assim, mas uma das grandes guerras que tive nos últimos tempos foi a dos tpc.... não aceito, não compreendo, que durante a semana uma criança de oito anos entre na escola às nove da manhã, saia às seis da tarde e traga uma lista infindável de trabalhos para fazer. Digam-me lá, e brinca quando? Sim, brincar, em casa, com os irmãos, os tais pais demitidos das tarefas de pais, o cão, o gato, o coelho... E já agora, e o banho, jantar e cama? Sim, sei que o trabalho dignifica, mas pelo menos no que toca às minhas filhas prefiro menos dignidade e mais infância...

Anónimo disse...

"Que os filhos não sejam vítimas da desresponsabilização dos pais..."

Também estou de acordo. Mas desresponsabilizar o que já por si é por formação, por educação e por cultura, irresponsável...

Vai ser complicado.

Anónimo disse...

Descobri que o meu filho tem um Professor que, na minha estimativa, não verifica sequer se os alunos fizeram o TPC em cerca de 30% das vezes. Os alunos aprendem depressa, e já calcularam o risco de ser apanhados sem eles...

Tem também uma Professora que utiliza a seguinte técnica para correcção dos TPC: os alunos passam o caderno a outro colega da turma, que corrige os TPC, com a ajuda da Professora, claro. Descobri esta técnica depois de ver o caderno do meu filho substancialmente "grafitado" e com várias páginas arrancadas pelo "censor"....

Os pais também vão fazendo os seus trabalhos de casa... mas não os vêm ser corrigidos...

Álvaro Amorim disse...

"Talvez não escreva assim, mas uma das grandes guerras que tive nos últimos tempos foi a dos tpc.... não aceito, não compreendo, que durante a semana uma criança de oito anos entre na escola às nove da manhã, saia às seis da tarde e traga uma lista infindável de trabalhos para fazer. Digam-me lá, e brinca quando? "

Eu acho que deve haver a ideia generalizada que os trabalhos de casa servem para satisfazer os egos dos professores... Os miúdos devem, estudar em casa! Devem estudar sozinhos, faz com que raciocinem por eles, etc!

A questão de brincar, eu até concordo... a minha filha, que é uma arrastadeira de primeira, até a fazer os deveres está a brincar! Uma cópia e duas contas, levam-lhe uma hora... mas faz! É claro que pelo meio inventa mil uma brincadeiras! Tem todos os dias aulas das nove às 5:30, um dia até às 6:15, com dois dias de piscina! Tira boas notas, e não são "por favor"! Consegue com 9 anos ler melhor que alguns alunos que apanho no 7º e 8º. Sabe as tabuadas todas e ossos do corpo todo! Até já sabe quem são os fenícios e os cartagineses, que se bem me lembro no "meu tempo" só aprendi no ciclo!

Agora, meus caros, há aqui uma completa incoerência nas pessoas!
Primeiro queixam-se que os miúdos não tem tempo para brincar e depois não permitem que possam brincar quando um malvado de um professor lhe "apeteceu" faltar...

Deixemos as hipocrisias! E deixem de culpar o sistema de ensino, mais propriamente os professores, pelas más qualificações dos portugueses!
aa

Anónimo disse...

Há uns dois anos um amigo de 7 anos veio ter comigo. Estava preocupado. Ia haver uma reunião de pais na escola e, não tinha ninguém que fosse.
Pai e a mãe a trabalhar, e os avós, com quem vive, impossibilitados por razões de saúde.
- Eu vou lá contigo!
Vi-me aflita para acompanhar o passo decidido.
- Agora vai para aquela sala, que está lá a minha professora. Eu espero na entrada.
Apresentei-me, expliquei quem era, e a razão que ali me levava.
Começou por falar nas merendas que os meninos levavam; coca-colas e batatas fritas, não lhe parecia o mais indicado. Também acontecia, que os lanches ficavam vários dias nas mochilas, quando não eram comidos.
Havia crianças, e sempre as mesmas, que nunca chegavam à hora.
Se os pais concordavam, que os livros que não fossem necessários para os TPC's, ficassem na escola durante a semana, para evitar que andassem carregadas.
Só um pai falou! Se agora a professora ia faltar menos,
Fui ter com o meu amigo à entrada.
Estava ansioso.
- Disse alguma coisa de mim?
- Não! Não falou de ninguém em particular.
- Então? Falou de quê?
Contei-lhe. Confirmou e concordou.
Senti despreocupação e desinteresse dos pais.
Parecia uma reunião do condomínio.

Madalena disse...

Exactemente... parecem reuniões de condomínio. É triste, mas há imensos miúdos cujos pais não se interessam por eles. Esperam que a escola faça tudo (e também há professores que esperam que a família faça tudo). Vejo pouca gente a preocupar-se realmente em colaborar (escola e família), procurando que os miúdos tenham uma vida feliz e saudável e aprendam algumas coisas (valores e conhecimentos) pelo meio. É verdade que há professores que abusam dos TPC. É verdade que há pais que não ligam aos filhos. Aquilo com que eu me preocupo é que a miudagem está a crescer com a ideia de que tudo lhes tem de cair ao colo, não têm de se esforçar para conseguir nada, toda a gente lhes deve coisas e eles não têm deveres alguns. E a responsabilidade é de todos nós adultos: pais e escola. Todos nós andamos a passar essa mensagem, acreditem: são os pais que dão telemóveis topo de gama aos filhos, mas depois dizem não ter dinheiro para os livros, são os professores que os passam mesmo quando deviam ter negativa porque dá muito trabalho preencher a catrefada de burocracia (ou então porque temos pena do menino que já tem determinada idade e é traumatizante separar-se da turma de sempre)... É muito mau. Nem nos apercebemos de que estamos a criar uma geração de incapazes. Uma geração que vai ter muita dificuldade em lidar com as agruras da vida, com as contrariedades, com as obrigações dos empregos... Estamos a ser responsáveis por eles não serem capazes de desenvolver as capacidades e as competências de se desembrulharem das situações e de resolverem problemas. Leiam a história que o Ricardo A. mostrou (http://azurara.blogspot.com/2007/10/o-fbio.html). Tenho alunos das turmas CEF, e percebo perfeitamente que é assim que eles lá vão parar!

Anónimo disse...

Acabei de ouvir Felícia Cabrita na RTPN e, sempre que a ouço falar do processo Casa Pia, fico convencida de que nos andam vigarizar.

Álvaro Amorim disse...

Viva,
a minha filha hoje teve uma conversa com a mãe!
Estava indignada! Uma colega dela faltou às aulas, e à tarde/noite, estava nas piscinas! Não compreendia como é que se não estava doente para ir à natação podia faltar à escola! Já na semana passada estava indignada porque uma colega foi passar uma semana a Roma!
Parece que os colegas dela também acham estranho ela nunca faltar... Ela diz que lhes responde "é o nosso trabalho!"
O mais curioso é que no nosso caso nem fui necessário fazer pressões desmesuradas... é tudo uma questão de atitude!
Como é que se mentaliza um miúdo que tem que se esforçar, se pode faltar sempre que lhe apetece, nem que seja se for para passar férias... Faz-me lembrar o médico que está a fumar e a dizer ao paciente que o não pode fazer! Ou o pai que proíbe o filho de fumar, e o manda à loja comprar um maço!

É tudo uma questão de saber estar... chama-se a isso, cidadania!
aa

Anónimo disse...

Pois! Na verdade é uma queixa recorrente, essa dos profs dizerem que os pais não participam na vida da escola. Os relatórios lá falam na necessidade de participação dos pais e da comunidade bla bla bla. Por experiência própria (já fui representante de pais) o que na prática se verifica é o "olhar enviezado e desconfiado" dos profs em relação aos pais que se mostram disponíveis para participar e colaborar na vida da escola. Aliás, alheiam-se por completo (não é nada connosco!) das actividades realizadas pelas associações de pais!
É do tipo "tudo bem, desde que não mexam connosco". Parece que se sentem controlados, o que não lhes convirá.

Anónimo disse...

O Álvaro Amorim está mais calmo. Talvez se tenha apercebido que tem azar. Porque a sua filha teve sorte com os professores que lhe calharam e aprendeu bem o que tinha que aprender. Assim, o Álvaro Amorim não teve que aprender nada. Azar. Tinha-lhe feito bem, sendo professor.

Álvaro Amorim disse...

Viva,
não entendi bem o comentário... mas deve ser de ser professor!
Agora, concordo, teve sorte com os professores, é a 3ª em 4 anos, mas teve! Não creio que seja opinião unânime entre os pais, mas eu acho que sim!
aa