24 dezembro 2007

Wrong address

O trivial telefonema do "Fazes-me um favor e vais ali buscar-me uma coisa de que me esqueci?". Dá cá a morada, tens não tens?. Não tinha, apenas um número de telefone, bóia que permite ao náufrago sobreviver nas ondas da orientação toponímica. "Queira desculpar tenho de ir aí buscar uma encomenda e não sei onde fica o seu estabelecimento, pode dar-me a morada?". Sim, claro que dou, Rua Géilussaque..." Importa-se de repetir? "Rua Géilussaque...". Caraças, penso, estou à brocha e não percebo nada do que ele esforçadamente me quer dizer. "Não percebeu, pois não?" Não, confessei. "Eu digo devagarinho, Rua Gay..." Gay? "Sim, exactamente, como em paneleiro!" Ah... Muito obrigado, estou aí em trinta minutos.

6 comentários:

raages disse...

Pois...
Muitas dores de cabeça já tive á custa desse Sr.

m.camilo disse...

Vá lá que esse, apesar de te veres à brocha (eh,eh) para lhe explicares o nome da rua, ainda se pôs lá em meia-hora. Agora imagina pedir a alguém para fazer uma entrega na Rua de Fez 69 aqui no Porto...

Anónimo disse...

Só analfabetos não compreendem!

Luís disse...

Para "gay" seria mais adequado, talvez, o "maricas" ou o politicamente-sempre-correcto "homossexual". Agora "paneleiro" é capaz de ser mais para "queer". Percebe que há diferenças que se calhar lhe escapam?!... Obrigado pelo comentário que, apesar da dúvida, acredito que não tenha sido mal intencionado.

Pedro Aniceto disse...

O que me parece que lhe escapa na totalidade é o texto em si. Perguntar-me se me "escapa" algo num texto em que o termo que é usado é proferido por um terceiro é um bocadinho escusado. Estou certo que haverá bastantes diferenças entre "gay", "queer", "paneleiro" e "maricas" mas não sinto necessidade nenhuma, neste momento, de as investigar.

Luís disse...

Já fui assinante dos seus mails Apple, já assisti a uma apresentação sua e sou até um pouco mais velho de idade, mas creio que tenho que retirar o apontamento com que encerro o meu anterior comentário, apesar da minha já antiga simpatia por si. Agradeço-lhe ter-me respondido, mesmo assim! Pela minha parte, se calhar vou passar a procurar informação em locais menos carregados do que me parecem velhas fobias. Tendo em conta ainda o avanço do ano, desejo-lhe um 2008 muito mais positivo do que este que agora está a terminar. Para si e todos nós, afinal!