01 janeiro 2008
Dura lex, Puf Puf lex
Rápidas sondagens in situ aos costumeiros locais de shots de cafeína. Três. A conta que Deus fez e bem divididos pelo dia inteiro que agora ainda a procissão vai no adro e eu venho danado depois de ter perdido quatro horas a desenterrar um Fiat. No primeiro ninguém fuma, mas não devia contar porque só vejo velhinhas a costurar as conversas, pesponto aqui, bainha ali, definitivamente não devia valer por falta de potenciais criminosos. São duas da tarde e ainda é cedo para aferir porque faltam os velhinhos que provavelmente se atrasaram em almoços de novel ano. No segundo e já são dezasseis mais uns picos, ninguém fuma. Alto espera aí, está ali V. ao cantinho do balcão fumando à socapa. "Não fumas?" pergunta-me. Não, agora não me apetece e tenho de ir para Lisboa, fumo assim que sair. São dezoito e trinta quando chego a Sacavém e no próprio café dos meus pais estão cinco clientes, todos de cigarrinho nas mãos. São todos caras conhecidas. Encolho os ombros e digo "Meus senhores, são setenta Euros a cada um se fizerem o favor" enquanto pisco o olho e tento encontrar o meu próprio pai atrás do balcão. Se estás à procura do teu pai, não vale a pena. Pusemo-lo na rua, dá-nos menos trabalho e fumamos mais à vontade.
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12 comentários:
Pois é... as asimetrias do país vão se notar.
Aqui em cima, assiti de manhã à cena da mãe fumadora, com o bebé nos braços do pai e a filha da segunda classe... nas mesas do exterior do café a apanharem uns 7 graus, enquanto emborcavam dois cafés e um qualquer lights...
Agora que começou a chover após a janta, estavam as mesas a escorrer água, e encostados na cobertura das montras ao pé da porta, uma dezena de marmanjos na passa.
Já agora... se falares com boas companhias de ventilação e A/C vão explicar-te que com a quantidade de renovações de ar que dita a lei, não existe aquecimento ou refrigeração que valha... o ar tem de ser reposto.. e não consegues ter aparelhos para aquecer ou refrigerar com tal capacidade (no espaço útil).
Hoje foi um dia atípico nos meus hábitos de café. Num dia normal sou mocinho para beber 4 ou mais. Hoje bebi um de manhã antes de ir enterrar o Fiat e outro no meu pai. É aqui que eu acho que vou ter grandes diferenças de hábitos.
eu ainda sou mais extremista. acho que o maço devia valer 50 euros..
porque afinal é uma cena que prejudica quem fuma e quem não fuma!!
pois eu acho que o maço de cigarros deve ter o preço justo e não 50 €... Pois ainda julgo ter a liberdade de decidir se fumo ou não... Não incomodar quem não fuma, é obviamente prioridade...agora..maços a 50 €... Desculpem lá mas na minha casa ainda mando eu!
o problema é que os tais marmanjos por estarem à porta criam mais fumo nesse local... ou seja, coitada da pessoa que quiser entrar no café, leva com uma baforada de fumo que se arrepende logo
Eu aderi à vaga anti-tabágica e decidi que não fumava mais na minha sala de trabalho. Vou para a cozinha, vejo as vistas e as revistas. Estou contente: é meio-dia e ainda só fumei 4 cigarros. Num dia normal já tinha passado o meio maço.
Bom ano!
"Hoje foi um dia atípico nos meus hábitos de café. Num dia normal sou mocinho para beber 4 ou mais. Hoje bebi um de manhã antes de ir enterrar o Fiat e outro no meu pai." - vê lá que vais poupar, e se não tivesses bebido esse antes de atascar o Fiat não o tinhas atascado ;) porque não terias passado por lá se calhar e tal ;).
Agora aquele senhor da ASAE a fumar é que é MESMO um mau exemplo, um amanuense das leis como lhe chama, e muito bem, Ferreira Fernandes.
É proibido fumar, mas será que se pode manter um cigarro aceso só para entrar no café e trocar 2 euros para parquímetro?
Teoricamente eu não estaria a fumar...
Ainda não li a legislação por acaso, excepto o tão balado artigo 4º...
"pois eu acho que o maço de cigarros deve ter o preço justo e não 50 €... Pois ainda julgo ter a liberdade de decidir se fumo ou não... Não incomodar quem não fuma, é obviamente prioridade...agora..maços a 50 €... Desculpem lá mas na minha casa ainda mando eu!"
Se estiver de acordo com o que disse, devo-lhe informar que o custo "justo" tem de englobar os custos de saúde devido ao tabaco, quer dos que fumam, quer dos que levam com o fumo dos outros… e isso (muito) provavelmente ultrapassa esses 50€/maço! a questão do "se eu quero dar cabo da minha saúde é problema meu" não funciona com um Sistema Nacional de Saúde…
Cumprimentos e boas abstinências, que fazem bem a toda a gente (e toda a carteira!!) =)
Acabei de acender um cigarro . Faz muito mal sei disso . O tabagismo não se combate por decreto nem
com coimas . Aceito e respeito os não fumadores e evito fumar em espaços fechados ou perto de pessoas que não fumam. O problema está claramente no civismo , e ai concordo que se deva agir.
Pessoalmente classifico esta lei como sendo tão má como o tabagismo. Já agora podiamos limitar os carros a 50cv a velocidade a 50km/h . Podiamos tambem proibir o consumo de alcóol .Também podiamos proibir os anticoncepcionais (para aumentar a natalidade) . Podiamos abolir o papel higiénico , os detergentes , o fastfood , as tascas ,os petiscos e "Quecas"
só para reprodução. Banho só mensalmente etc etc. Resumindo vamos deixar-nos de falsos puritanismos . Fumar faz muito mal "ponto". Mas se proibirmos tudo o que faz mal , então vamos ter que proibir muitas coisas mais . Eu fumo onde não incomodo ninguém , mas e os " ebrios" ao volante.
Os miudos na préadolescencia , completamente alcoolizados às três ou cinco da manhã à porta das discotecas "in" . Meus amigos/as vamos lá ter bom senso .
Francisco
Sou fumador à quase 20 anos. Fumo em média 2 maços por dia.
Uma breve análise do meu caso...
Prós: Hoje devo ter fumado menos 2 ou 3 cigarros do que é costume.
Contras: Trabalhei 1 hora e pouco a menos só de manhã. Junto-lhe outra hora e tal à tarde e tenho 3 horas a menos de trabalho por dia. Ora bem, isto a 22 dias úteis dará aproximadamente menos 66 horas de trabalho mensal o que equivale aproximadamente a menos 8 dias úteis de trabalho o que resulta em 96 dias a menos ao ano... grandes férias. O problema é que a entidade patronal é que perde. Imaginem multiplicar estas horas todas por cada um dos meus 12 colegas de escritório fumadores.
Em larga análise, temos outros problemas a considerar:
1) Emprego para fumadores e não fumadores. Numa entrevista para emprego, uma das perguntas decisivas vai ser: "Fuma?". Se a resposta for afirmativa, é mais um candidato automáticamente posto de parte.
2) Diminuição de venda nos cafés. Para quem fuma é inegável esta frase: "Café puxa tabaco"... e também cerveja, whisky, etc. Pois vai ser o grande ano das vendas de máquinas de café para por em casa. Qual é a piada de tomar um café e ir para o "canto dos marginais"?
3) Paradoxos. Como já foi referido, estar com o cigarro aceso na mão não é, tecnicamente falando, fumar. Não podem multar alguém só por isso. E, vai existir em larga escala, individuos que fumarão do lado de fora dos cafés e confeitarias mas direccionando o fumo para o interior.
4) Chatices e mais chatices. Como povo sem papas na língua que somos, vão existir conflictos. Nem a propósito, hoje de manhã à porta do café escutei um diálogo que prova sermos nós um país de poetas. Estava um indivíduo a fumar, encostado à vitrine do café quando, uma senhora na casa dos 30 anos ao passar por ele lança a seguinte provocação: "É bem feito para todos os fumadores. Vocês merecem estar na rua.". E, como o pobre pode ir sem esmola mas não sem resposta, o indivíduo responde-lhe em menos de um segundo: "Deviam era proíbir p**as feias e tortas com tu de andar à solta pelas ruas.".
Pois é, aínda falta alguém dizer, quando for multado: "Só pagarei a multa quando o presidente da ASAE pagar a dele".
Eureka! Eureka!
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