25 fevereiro 2008

Eu conto-te como foi

A conversa de almoço de hoje derivou para a série televisiva "Conta-me como foi", que retrata com uma fidelidade surpreendente os anos da minha infância e os hábitos de vida de várias gerações. Chego a emocionar-me a recordar algumas facetas da narrativa e a encontrar muitos pontos de contacto com gerações como a dos meus pais e a respectiva habituação aos hábitos citadinos. A adolescência vivida nos anos setenta permite-me fazer afirmações hilariantes que fazem corar de espanto alguns dos meus colegas mais jovens. Eu estive na inauguração do Imaviz, passei muitas horas a subir e descer escadas rolantes na estação Parque do metropolitano de Lisboa. Levei umas valentes estaladas por me ter esquecido das horas no dia em que vi uma porta de vidro automática pela primeira vez.

11 comentários:

Ana Ferreira disse...

Eu adoro ver a série e todos os pormenores são pensados, a produção da série está excelente. Reparaste no moinho de carne? E tudo, a telefonia com um cisne em cima, um cisne de louça. A primeira escada rolante do Funchal foi instalada aqui mesmo perto da escola, no Girassol, era um supermercado assim com ares de hiper, íamos daqui do Liceu mas só nos deixavam subir se informássemos sobre a compra a efectuar, íamos sempre comprar linhas e fitas e coisas assim para podermos subir :)

kincas disse...

E mais não te mandaram lavá-los.

http://www.youtube.com/watch?v=_TnGwyYVPZU

botinhas disse...

O mais longe que a minha memória vai é ao ascensorista do Grandela. Saudades...

r. disse...

Pois... e eu lembro-me do incêndio do chiado, e já vou com sorte. Ah... e do Tolan, que alimentava muitas histórias em Domingos soalheiros...

Satri disse...

é verdade, apesar da minha época ser "finais de 70 e principios de 80", Ainda me lembro que a minha mãe tinha um moedor de carne igual e o cisne era muito parecido.
Já para não falar na situação quando adqiriram a televisão....
Mais parecia uma coisa do outro mundo...

m.camilo disse...

'Tou velho!

m.camilo disse...

A primeira televisão que entrou lá em casa (1958?59?) nenhum dos adultos se lembrou que a "coisa" precisava de uns arames em cima, vulgo antena. Foi a minha primeira descoberta tecnológica quando verifiquei que se olhasse para o ecrã através de um espelho, diminuia consideravelmente o formigueiro. Alertei a famelga para o facto e foi muito engraçado ver todo o pessoal, incluindo os vizinhos dos rés-do-chão, de costas voltadas para o aparelho e todos a olharem para o espelho da cristaleira por sorte estrategicamente colocado.

Anónimo disse...

Em 1969 era um "cadinho" nada mais novo que o Carlitos e a minhas memórias dessa época são muito vagas (e vivia entre Angola e a Metrópole porque o meu pai era militar de carreira). Lembro-me melhor dos inícios dos 70, da TV a preto e branco, das Conversas em Família, do Se Bem me Lembro..., das touradas, da febre pelo Agostinho, pelo Eusébio e pela Amália... Lembro-me também, com alguma nostalgia, das brincadeiras na rua, coisa a que hoje os miúdos das cidades (e de muitos outros aglomerados) não podem aspirar e, inclusive, acham muito estranho...
Acompanhei as primeiras temporadas da série original em Espanha e, quando soube que iam fazer uma adaptação portuguesa, mal pude esperar para ver se seria tão conseguida como a espanhola. E foi!

Anónimo disse...

Só tivemos uma Tv em 62!
O meu Pai não queria!!!
E o inocente jogo do Monopólio ainda foi mais complicado...!
Via jovens18 jogando naquela coisa gira!!!
No entanto podia pedir ao vizinho António a carabina de pressão de ar, embora os chumbos fossem muito caros!!!

José Paulo Santos disse...

Ai, e a "atiradeira", a fisga? Eu construía pacientemente a minha... O mais difícil era encontrar os elásticos...
Para mim, esta série "conta-me como foi..." é aquela que me consegue prender à televisão, aos domingos à noite! Uma produção como há muito não tínhamos em Portugal.
Abraço

Pedro Aniceto disse...

Apesar de ter vivido algum tempo entre pardais e material biológico para a construção de fisgas, nunca fui um especialista. E tens razão, os elásticos eram o maior problema.