15 junho 2008

The day we walked on the moon

Gosto de me abandonar a este sol cálido, o vento a soprar pela popa, leve, a embalar-me os pensamentos. Gosto desta esplanada calma onde sou o primeiro a escolher o lugar perfeito, apenas o brilho dos cromados das mesas me sobressalta e não tarda que sejam tomadas por ondas de clientes. Abandono-me, o café a perder o calor, um copo de whisky apedrejado a preceito, a água a emulsionar-se no líquido amarelo e eu beberricando como um pássaro no bebedouro. Gosto de estar ali, sozinho, no centro do mundo com os sentidos a entorpecerem-se, uma moleza a tomar-me o corpo, os sentidos parece que se apuram o que é por si mesmo um contra senso. A brisa que sopra traz-me sons, mesmo indolente sempre se aprende qualquer coisinha, hoje tocou-me perceber como se desabitua uma criança do uso da fralda, o que fazer, os horários dos líquidos. E a velhinha que diz à filha que não quer que Portugal ganhe o Euro 2008 "que o teu avô entusiasma-se com estas coisas da bola e depois não me deixa dormir". E a filha que cora e que pergunta à mãe se o avô não a deixa dormir por se enervar a ver os jogos e a velhinha a retorquir "Antes fosse, filha, antes fosse..."

2 comentários:

Seu_Misha disse...

em dia de jogo todos querem marcar golo...

Anónimo disse...

Outro dia, alguém me contando algo parecido: a mãe começou a lhe fazer confidência e antes que realmente começasse a filha diz "mãe, pare, eu sou sua filha!".