Chama-se Noel, nome inversamente prosaico à poesia da estação, não raro que só eu conheço meia dúzia deles, rai's parta todos os nomes mesmo que os invulgarmente famosos e só eu tenho uma resma de Lurmelinas, Turíbias, Balbinas, Ermengardas e Pulquérias, marcas que me vão ficando gravadas à medida que avanço na vida e nos conhecimentos adquiridos. Nunca os pus à compita, era uma boa disputa e muitas vezes o disse, nem sempre merecidamente, já cá faltava o trocadilho barato quando não há corda para mais enforcamentos, nunca os medi ou comparei, era um bom exercício e nem agora tenho tempo para isso, hoje só me ocupo dos Noeis ou será Noeles, que se lixe, mas lembrem-me um dia em que não haja assunto para vos falar do nome do Chefe da Repartição de Finanças da Penha de França que conheci quando era menino, num dia em que me achei mais ocioso e decidi ler editais numa Repartição.
Que digo eu? Tergiverso, eis uma boa palavra para farejarem o significado no dicionário, eu próprio tive de lá ir verificar a grafia e sempre enchi mais um chouriço e quase dois parágrafos. Chama-se Noel, dizia eu, mas ninguém o conhece por esse nome. Minto, grande aldrabão me saiste, toda a gente aqui da aldeia diz "Vou ali beber uma à do Noel", à uma que nunca o é e só assim acontece quando se fala de grades de cerveja, aí sim, tem propriedade e cabimento, sendo que a propriedade é líquida e o estado é, na maioria das vezes, etilizado. A taberna é que assim é conhecida, a do Noel, "vou ali buscar o Zé ao Noel antes que ele se desgrace" outra boa tanga, maioria das vezes são as esposas a dizê-lo quando deviam exclamar "Vou ali buscar o Zé ao Noel antes que ele me desgrace", assim sim, alguns já lá estão faz tanto tempo que já dizem "Ah, pois é, pá, estamos quase no Natal", piada subtil que nem sabem que fazem, acontece a excelentes piadas subtis não lhes reconhecerem o valor senão depois de mortas e enterradas, quando já estão no Noel desde a finada Sexta Feira e já hoje é Terça. Ao que consta o Noel quase não fecha, quero dizer com isto que os clientes mais resistentes chegam a não sair e isto não quer dizer que o taberneiro não vá a casa dormir, mas como ele diz a quem o quer ouvir, "Fiquem p'rá aí seus cabrões que eu não acarto ninguém para casa" e eles acabam por ficar, outros nem dão por isso mesmo quando são rebocados por amigos ou esposas mais compreensivas. Cenas da vida familiar e campestre a que não poupo o leitor por conveniência minha que não estou a ver muito bem como engatar o resto do comboio desta história na locomotiva do sentido e da razão. Onde íamos? Ah, na explicação da memória do nome, e o nome é Noel quando na verdade se fala de um sujeito que toda a gente trata por "Unhas". Mesmo o leitor mais azelha que tenha a sorte de entrar por este texto em cima à esquerda e vá na diagonal por aí abaixo saindo no sopé do mesmo pela direita baixa já percebeu que o Noel é o Unhas, Unhas para aqui, Unhas para ali, venha mais um jarro e duas Minis. Porquê Unhas? Pergunta parva de resposta fácil, porque a mão direita de Noel tem duas unhas, que diabo toda a gente tem duas unhas na mão dextra, não é propriamente uma enorme novidade ou morte de d'homem, helás, só pode pensar uma coisa dessas o infeliz que nunca viu as ditas lâminas córneas dignas de um almanaque ou de um circo de mulher barbada, aquilo não são unhas, são chifres Deus e o próprio me perdoem e eu mesmo, tolerante convicto me pergunto como diabo é que a ASAE ainda não marrou, salvo seja, nas ungulas (esta não vem na Priberam mas não se pode ter tudo, não é?) do Noel. Unhas, meus senhores, Unhas, sabeis agora das razões da alcunha, falta-me detalhar e detalharei que estou com a corda toda e sem sono até que o vómito aflore só pela memória das protuberâncias. Uma no polegar, outra no mindinho, coisa de vir no jornal da bizarria, de um tamanho tão extraordinário que só visto, contado por mim ninguém, ou quase ninguém acredita. Eu vi-as, meio distrito já as viu, catorze, senhores, catorze centímetros de unha em dois dedos opostos, dá vint'oito centímetros de unhaca, parece obra do Demo, aquilo são facas, espero por Deus que não sejam mas não era mal pensado para abrir ao meio um papo-seco de uma sandes de torresmos, lá está a história do afloramento do vómito. Rezam-se lendas, meus caros, rezam-se lendas sobre as unhas de Noel, eu próprio da primeira vez que as vi não queria acreditar, também não pedi que o próprio me beliscasse quando não era mocinho para não sobreviver e contar a historieta. Apenas perguntei sem zombaria se se tratava de promessa, ninguém me satisfez a dúvida ou mitigou a sede isso é obviamente mentira que bebi um branco fresquinho do barril só para me refazer do choque. Faz tempo, bastante tempo que não ouvia falar delas, as unhas, e só revivi o assunto porque uma pedra caiu no charco da monotonia e fez ondas, ondas essas que me chegaram aos ouvidos esta semana.
O Unhas, o mesmo é dizer o Noel está perante uma oferta milionária de um navegador holandês que aportou ao Tejo esta semana e que prometeu a quem o quis ouvir mil euros, calculem, mil euros pelas unhas e se estas sairem inteiras, condição basilar pois parece querer levá-las para Amsterdão para as expor num bar, ele há decorações do caraças, meus caros. Perante as negaças do visado em colocar no cepo o mindinho e o polegar para o supremo sacrificio, o montante tem subido, mais gente se juntou ao holandês que nem estava bêbado e o bolo do leilão estava esta noite mesmo em mil quatrocentos e trinta e dois euros, coisa que nem fez abanar as convicções do dono das supracitadas. Aguardemos pois em jubilosa esperança que o holandês ao que dizem, só levantará ferro nos fins do Verão.
Que digo eu? Tergiverso, eis uma boa palavra para farejarem o significado no dicionário, eu próprio tive de lá ir verificar a grafia e sempre enchi mais um chouriço e quase dois parágrafos. Chama-se Noel, dizia eu, mas ninguém o conhece por esse nome. Minto, grande aldrabão me saiste, toda a gente aqui da aldeia diz "Vou ali beber uma à do Noel", à uma que nunca o é e só assim acontece quando se fala de grades de cerveja, aí sim, tem propriedade e cabimento, sendo que a propriedade é líquida e o estado é, na maioria das vezes, etilizado. A taberna é que assim é conhecida, a do Noel, "vou ali buscar o Zé ao Noel antes que ele se desgrace" outra boa tanga, maioria das vezes são as esposas a dizê-lo quando deviam exclamar "Vou ali buscar o Zé ao Noel antes que ele me desgrace", assim sim, alguns já lá estão faz tanto tempo que já dizem "Ah, pois é, pá, estamos quase no Natal", piada subtil que nem sabem que fazem, acontece a excelentes piadas subtis não lhes reconhecerem o valor senão depois de mortas e enterradas, quando já estão no Noel desde a finada Sexta Feira e já hoje é Terça. Ao que consta o Noel quase não fecha, quero dizer com isto que os clientes mais resistentes chegam a não sair e isto não quer dizer que o taberneiro não vá a casa dormir, mas como ele diz a quem o quer ouvir, "Fiquem p'rá aí seus cabrões que eu não acarto ninguém para casa" e eles acabam por ficar, outros nem dão por isso mesmo quando são rebocados por amigos ou esposas mais compreensivas. Cenas da vida familiar e campestre a que não poupo o leitor por conveniência minha que não estou a ver muito bem como engatar o resto do comboio desta história na locomotiva do sentido e da razão. Onde íamos? Ah, na explicação da memória do nome, e o nome é Noel quando na verdade se fala de um sujeito que toda a gente trata por "Unhas". Mesmo o leitor mais azelha que tenha a sorte de entrar por este texto em cima à esquerda e vá na diagonal por aí abaixo saindo no sopé do mesmo pela direita baixa já percebeu que o Noel é o Unhas, Unhas para aqui, Unhas para ali, venha mais um jarro e duas Minis. Porquê Unhas? Pergunta parva de resposta fácil, porque a mão direita de Noel tem duas unhas, que diabo toda a gente tem duas unhas na mão dextra, não é propriamente uma enorme novidade ou morte de d'homem, helás, só pode pensar uma coisa dessas o infeliz que nunca viu as ditas lâminas córneas dignas de um almanaque ou de um circo de mulher barbada, aquilo não são unhas, são chifres Deus e o próprio me perdoem e eu mesmo, tolerante convicto me pergunto como diabo é que a ASAE ainda não marrou, salvo seja, nas ungulas (esta não vem na Priberam mas não se pode ter tudo, não é?) do Noel. Unhas, meus senhores, Unhas, sabeis agora das razões da alcunha, falta-me detalhar e detalharei que estou com a corda toda e sem sono até que o vómito aflore só pela memória das protuberâncias. Uma no polegar, outra no mindinho, coisa de vir no jornal da bizarria, de um tamanho tão extraordinário que só visto, contado por mim ninguém, ou quase ninguém acredita. Eu vi-as, meio distrito já as viu, catorze, senhores, catorze centímetros de unha em dois dedos opostos, dá vint'oito centímetros de unhaca, parece obra do Demo, aquilo são facas, espero por Deus que não sejam mas não era mal pensado para abrir ao meio um papo-seco de uma sandes de torresmos, lá está a história do afloramento do vómito. Rezam-se lendas, meus caros, rezam-se lendas sobre as unhas de Noel, eu próprio da primeira vez que as vi não queria acreditar, também não pedi que o próprio me beliscasse quando não era mocinho para não sobreviver e contar a historieta. Apenas perguntei sem zombaria se se tratava de promessa, ninguém me satisfez a dúvida ou mitigou a sede isso é obviamente mentira que bebi um branco fresquinho do barril só para me refazer do choque. Faz tempo, bastante tempo que não ouvia falar delas, as unhas, e só revivi o assunto porque uma pedra caiu no charco da monotonia e fez ondas, ondas essas que me chegaram aos ouvidos esta semana.
O Unhas, o mesmo é dizer o Noel está perante uma oferta milionária de um navegador holandês que aportou ao Tejo esta semana e que prometeu a quem o quis ouvir mil euros, calculem, mil euros pelas unhas e se estas sairem inteiras, condição basilar pois parece querer levá-las para Amsterdão para as expor num bar, ele há decorações do caraças, meus caros. Perante as negaças do visado em colocar no cepo o mindinho e o polegar para o supremo sacrificio, o montante tem subido, mais gente se juntou ao holandês que nem estava bêbado e o bolo do leilão estava esta noite mesmo em mil quatrocentos e trinta e dois euros, coisa que nem fez abanar as convicções do dono das supracitadas. Aguardemos pois em jubilosa esperança que o holandês ao que dizem, só levantará ferro nos fins do Verão.
4 comentários:
Ora ainda bem que não tinha sono, bela história, bem contada, já agora aproveitava e editava uma Mailing list não? ;)
Oh pá, que se lixe a unha, ficará o anel e uns quantos mil e tal euros a mais na conta.
Pedro, continua a tergiversar à vontade, e da forma como fazes, dá-me um gozo do caraças.
Saia um descafeinado pró Aniceto!
Nada!!!
Nada disso!
Red Bull!!!!!
Porra... ainda vou vender o teu autógrafo....
Enviar um comentário