20 setembro 2008

Das decisões dramáticas

Entreguei-me durante alguns anos à vida em duas rodas. Do prazer da liberdade, da mobilidade imediata e sem restrições, usufruí durante o tempo que levei a perceber os perigos, as ameaças e todo o risco inerente em contraponto a todo o prazer que obtinha das máquinas e da adrenalina juvenil. Se ambições ou ilusões tinha, perdi-as em dois momentos precisos da minha vida de "motard wannabe": A primeira demonstração séria de um profissional que comigo na pendura me fez cruzar Lisboa de tal forma que por duas ou três vezes me esqueci de respirar, e a segunda em pleno Autódromo do Estoril, a solo, em que fui dobrado por duas vezes em apenas doze voltas. Foi nesses dois momentos que percebi que havia algo de que os verdadeiros cavaleiros do asfalto possuíam que eu não tinha nem via possibilidades de vir a ter, aquela sensação hibrída do homem que se funde com a máquina, o osso que se transforma em metal e o sangue em óleo. Depois, anos mais tarde, aconteceu um acidente brutal que me fez colocar um ponto final na minha vida motociclística. E se por vezes me sobrevem algum desejo de apagar esse ponto final e transformá-lo numa vírgula, vou-lhe resistindo com persistência. Mas há momentos em que é difícil, quando, por exemplo, idealizamos um slide perfeito, ou uma derrapagem controlada.

6 comentários:

filipe m. disse...

Scandinavian flick? ;)

Fred disse...

Oh caro amigo, anda a contar mal as rodas aos veículos! =p
Certamente é só isso que faz toda a diferença! =p

Anónimo disse...

That was muito triste. Sorry for the English, my Portugese sucks. I hope you know who this is. :)

Pedro Aniceto disse...

I sure do.

Luis disse...

Num estilo fast em furious...

http://www.youtube.com/watch?v=WeZlHYxDxzE

neca disse...

Ou sou jovem, ou continuo a pensar que vale a pena. Mesmo depois do seguro se recusar a pagar o arranjo da mota por dizer que ultrapassa o seu valor comercial (mentira).