16 novembro 2008

Delícias turcas

C. é talhante de profissão e contrabandista de ocasião. Abordou-me esta semana com um problema de tecnologia "a ver se me consegues dar a volta a uma televisão que tenho lá no talho que se desregulou toda...". Desde que tive a desdita de me obrigar a regular decentemente a sintonia de canais de cabo do café da aldeia que sou convocado com regularidade para "compor" receptores de televisão e não estranhei o pedido. É de tal modo que tenho ja comigo uma cábula das posições de sintonia do operador dominante aqui da terra e preparei-me para mais uma seca. Mas estava equivocado. Quando C. me apresentou o aparelho, nada havia aparentemente de errado com os canais. "Isso ficou numa língua que eu não entendo... Estava em português mas deixou de estar...". Observei atentamente o problema e depressa percebi que a língua de menus e funções era turco. Turco para mim é um primo direito do chinês e foi com alguma labuta e bastante Google que cheguei à definição da língua de funcionamento da bendita televisão. Resolvida a questão, devolvida a inteligibilidade das funções, perguntei como é que aquilo tinha acontecido. "Eh pá, foi uma chatice que me sucedeu. Estava aqui no talho na Sexta Feira à noite a ver umas gajas num filme daqueles, sabes, e quem é que me bateu à porta quase à meia noite, o Padre daqui... Ele que é tão raro cá vir, havia de aparecer logo naquela altura... Eu, com a atrapalhação quis desligar aquela porra mas carreguei nos botões todos e aquilo ficou assim..."

2 comentários:

kincas disse...

Castigo divino?

Anónimo disse...

:)