16 novembro 2008
Doce da avó
Já lhes perdi a conta... De cada vez que encontro num cardápio algo que dá pelo nome de "Doce da avó" eu pergunto "Como é este doce?" e a resposta é sempre, mas sempre a mesma: "Leite condensado, bolacha e natas". O Doce da Avó, do qual meio país já deve ter náuseas é o mais flagrante exemplo de falta de imaginação em Portugal. Lembro-me do Emídio um tipo que conheci faz muitos anos e que era dono de uma tasca, que me ligava todas as manhãs quando ia desenhar a giz o menu do dia no quadro que tinha na rua. "Dá-me aí um nome de homem". E eu inventava "Tobias", ao que ele escrevia no negro do quadro "Bacalhau à Padre Tobias". O bacalhau era sempre o mesmo, mas de cada vez que trincava uma lasca eu ria-me sozinho.
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5 comentários:
Engraçado é que, no tempo da minha avó, leite condensado eu não sabia sequer o que era e natas era o nome que se dava ao que se formava no leite acabado de ferver. Daí os doces da minha avó eram todos os que ela decidia fazer com o que, naturalmente, lhe chegava às mãos.
Também chamado doce da casa. A avó e a casa levam pela mesma medida.
Outro 'flagrante exemplo de falta de imaginação em Portugal', pelo menos nestas coisas da doçaria, é os bolos de pastelaria saberem praticamente todos ao mesmo.
Porquê? Porque o único creme com que sabem rechear os bolos é um creme pasteleiro de cor amarelo torrado. Seja a bola de berlim, o palmier recheado, o mil folhas, etc, etc, todos levam com o mesmo recheio.
"O bacalhau era sempre o mesmo," ????
Os clientes regurgitavam no final?
;)
Doce d'Avó! DOCE DA CASA!!!
É que já nem pergunto o que é o doce da casa porque é SEMPRE a mesma coisa.
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