04 dezembro 2008
Os dias do fim
Sempre vi mal. Sempre fui muito distraído em certos aspectos. A minha capacidade de reconhecimento visual das pessoas nunca foi grande coisa mas quando ambos os defeitos se misturam podem provocar reacções em cadeia de acontecimentos parvos. Já não conto o número de pessoas que me diz "Vi-te no trânsito, buzinei que nem um perdido mas tu não ligaste nenhuma...". É natural, já desisti de tentar adivinhar quem é o louco que está a buzinar como se o Benfica tivesse ganho a Champions League, precisamente porque vejo mal e já nem me dou à maçada de tentar. É absolutamente normal que encontre um grupo de amigos num restaurante e desate a estender bacalhaus e a dar beijinhos por aí fora até se acabarem as caras ou os lugares ocupados, Estou certo de que um dia não muito longínquo isto ainda me vai trazer problemas. O meu próprio patrão já um dia me abordou no parque de estacionamento da empresa perguntando-me se eu me estava a sentir bem, "Tudo bem, estou apenas sem lentes e sem óculos..." (Nem quero pensar no que ele imaginou que eu estivesse a fumar...) Apenas porque aquele ar ausente é apenas o ar de quem não está a ver o universo que o rodeia, mesmo que seja aquele universo que está apenas a dois metros. Vivo com isto, há coisas piores, partir uma perna por exemplo, ou mesmo as duas, já que para três é preciso bastante mais azar. Por vezes custa-me. Como ontem quando li um texto que dizia assim: "Estive lá o final da semana passada para comprar memória para o Macbook Pro e um teclado. Passei por ti, olhámo-nos. Eu ia de barrete. Tu não me reconheceste. Eu fiquei de cara estendida. Tu bazaste lá para fora. Eu desmanchei-me à gargalhada. Fiz compras." Já lhe pedi desculpa.
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1 comentário:
LOL
E as desculpas, que não eram necessárias, tendo em conta a quantidade de vezes que já falaste aqui no assunto, já foram aceites.
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