Pois, desejo-lhe as melhoras. Sou utilizador Mac á tantos anos e tenho defendido tanto a plataforma que sinto o Steve quase como sendo da "família" (com as devidas resalvas e distâncias). No entanto parece-me que a coisa deve estar mesmo feia, uma vez que quando ele foi operado por causa do cancro, esteve apenas 1 mês "de baixa", agora vão ser pelo menos 7, uma vez que ele está fora desde o Natal como ele próprio referiu. Espero sinceramente estar redondamente enganado!
João Geraldes disse que sem Jobs a Apple acabou. Há muito tempo, um ano ou mais, falou-se disso na ML e meti a minha colherada (e levei umas bordoadas). Steve Jobs é apenas uma peça, como o Michael Schumacker foi, que representa a face visível duma companhia. Ele não faz, nem nunca fez, TUDO. O problema é que Jobs aparentemente escolheu transmitir essa impressão, nada fez para diluír a sua imagem e permitir que a Apple sobrevivesse muito bem sem ele. Acho, mas é uma opinião minha, que não lhe desagrada a idéia da Apple morrer com ele. Uma das vantagens das companhias é serem imortais. Quem quer saber quem é o CEO da Sony ou da Mercedes ou da Chicco? Desde que as coisas funcionem podem por lá passar quantos forem necessários. Cada um idolatra o que quer, só que a mentalidade de idolatrar o Steve Jobs está tão disseminada que temo que, mesmo que a Apple num cenário pós-Steve apresente produtos ainda melhores, mais inovadores e revolucionários, uma boa parte dos MacUsers vai ignorá-los olímpicamente (possívelmente porque pensa que é o CEO que aperta os parafusos dos iCoisos, ou que cada iCoiso tem uma parte da alma dele lá escondida, tipo os horcruxes do Voldemort) e acabar por precipitar uma companhia fascinante - de longe mais fascinante que o Jobs - num abismo. Já se viu que nisto dos negócios também é preciso fé, e se correr o rumor duma debandada, então ela vai mesmo acontecer. Este é um momento chave para os MacUsers. A Apple não é o Steve Jobs, somos nós. Eu uso um MacBookPro, não um Steve Jobs Pro. Vamos ver agora se somos seita ou não. Se acreditamos na companhia e nos produtos que usamos, ou no homem. Como disse Lenine, os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis. Mas as idéias prevalecem, e se não prevalecerem, ou seja, se a Apple não sobreviver à morte do Steve jobs - oh, e ele vai morrer, isso é garantido - então a Apple nem merece existir.
Concordo com o AB, quando comprei o meu primeiro Mac (e sempre tive só macs) não fazia ideia de quem era o Steve Jobs, uma colega minha disse-me "Olha há uns computadores muito bons e fáceis de aprender a trabalhar com eles, não é preciso um curso" e eu fui e comprei e gostei tanto que daí para a frente só compro mac e vou continuar a comprar quer o Jobs seja CEO ou não. Acho aliás que a maioria dos compradores, mesmo agora com toda a mediatização da Apple não faz ideia de quem seja o CEO da companhia na altura de comprar um mac. E depois por mais que gostemos do Jobs e o achemos fascinante NINGUÉM é insubstituível, de uma maneira ou de outra a Apple continuará.
Há dias, escrevi uma nota na ML O Correio dos Outros sobre o que me parecia uma história mal contada sobre a saúde de Steve Jobs. Agora não digo mais nada. Merece o respeito dos outros, o silêncio compassivo, apenas um "cheers".
Volto a deixar o meu comentário aqui sobre este assunto pq tb concordo com o AB. Comecei a usar Macs à uns 13 anos atrás e só à coisa de uns 4/5 anos é que tomei conhecimento do artista Jobs. É facil ficar-se fascinado pela maneira como Jobs representa o "espirito" Apple/Mac, mas ele é apenas a face visível de uma equipa fantástica. O grande "artista" da Apple nos últimos anos é sem dúvida o Jonathan Ives que tem uma noção de design indústrial muito acima da média (e não me refiro ao aspecto só) que resulta nos produtos que conhecemos e adoramos. O Jobs tambem tem uma boa parte de "culpa" na matéria, mas penso que toda a equipa topo da Apple partilha o mesmo espirito. Alem disso a admiração pelo Jobs faz-se sentir apenas na velha guarda, os que são Mac users à muitos anos. O grupo de utilizadores Apple hoje é muito maior que à uns 5 anos atrás e os novos utilizadores (que são mt provavelmente a maioria agora) vieram para o lado de cá por causa do iPod e do iPhone, a maioria nem sabe quem é o Jobs... Alem disso começo a achar que este afastamento de 6 meses não se deve apenas á doença mas sobretudo para demonstrar que a Apple tb vive sem Steve Jobs. Ele não fez a Keynote da MWSF deste ano e tb não deve fazer a da WWDC que costuma ser no inicio de Junho, e parece-me que daqui até lá muita água vai rolar debaixo da ponte em relação a produtos novos da Apple...
Ainda vou botar mais lenha na fogueira. Steve Jobs é também o dono da Pixar, que se deixou comprar pela Disney - Jobs tornou-se o maior accionista individual da Disney. Ora durante o período NeXT, vacas magras portanto, a Pixar foi uma mina para Steve Jobs (comprou a George Lucas por 10 000 000USD, vendeu por 8 biliõesUSD e ganhou barbaridades entretanto). No entanto, na Pixar Steve Jobs delegou sem problemas aparentes em John Lasseter o miolo criativo e administrativo e Lasseter tem mais protagonismo que Jobs, e os resultados, desde o Toy Story ao Wall-E, mostram que esse protagonismo é mais que merecido. E a Pixar está cheia de gente criativa, como se vê, e que pode prosseguir o trabalho de Lasseter. O Wall-E começou a ser feito pelo Brad Bird (Os Incríveis) e depois de uma quantidade de tempo e dinheiro empatados o Lasseter disse que não, e colocou Andrew Stanton à frente do projecto, muito possivelmente sem perguntar nada ao Steve. Moral da História: a morte de Steve Jobs não vai influenciar nem a Pixar nem a Disney do modo como pode influenciar a Apple. Ou seja, há uma relação muito "bipolar" entre Steve Jobs e as "suas" companhias. A "paixão" pela Apple pode acabar tipo Romeu&Julieta, mas ele podia ter feito como na Pixar porque na Apple tem forçosamente que haver gente com muito talento, inclusivé para "vender" as idéias ao patrão.
8 comentários:
Pois, desejo-lhe as melhoras. Sou utilizador Mac á tantos anos e tenho defendido tanto a plataforma que sinto o Steve quase como sendo da "família" (com as devidas resalvas e distâncias). No entanto parece-me que a coisa deve estar mesmo feia, uma vez que quando ele foi operado por causa do cancro, esteve apenas 1 mês "de baixa", agora vão ser pelo menos 7, uma vez que ele está fora desde o Natal como ele próprio referiu. Espero sinceramente estar redondamente enganado!
Sem Jobs a Apple acabou...!
Ainda se Wozniak voltasse...
Espero que não!
João Geraldes disse que sem Jobs a Apple acabou.
Há muito tempo, um ano ou mais, falou-se disso na ML e meti a minha colherada (e levei umas bordoadas).
Steve Jobs é apenas uma peça, como o Michael Schumacker foi, que representa a face visível duma companhia. Ele não faz, nem nunca fez, TUDO. O problema é que Jobs aparentemente escolheu transmitir essa impressão, nada fez para diluír a sua imagem e permitir que a Apple sobrevivesse muito bem sem ele. Acho, mas é uma opinião minha, que não lhe desagrada a idéia da Apple morrer com ele.
Uma das vantagens das companhias é serem imortais. Quem quer saber quem é o CEO da Sony ou da Mercedes ou da Chicco? Desde que as coisas funcionem podem por lá passar quantos forem necessários.
Cada um idolatra o que quer, só que a mentalidade de idolatrar o Steve Jobs está tão disseminada que temo que, mesmo que a Apple num cenário pós-Steve apresente produtos ainda melhores, mais inovadores e revolucionários, uma boa parte dos MacUsers vai ignorá-los olímpicamente (possívelmente porque pensa que é o CEO que aperta os parafusos dos iCoisos, ou que cada iCoiso tem uma parte da alma dele lá escondida, tipo os horcruxes do Voldemort) e acabar por precipitar uma companhia fascinante - de longe mais fascinante que o Jobs - num abismo. Já se viu que nisto dos negócios também é preciso fé, e se correr o rumor duma debandada, então ela vai mesmo acontecer.
Este é um momento chave para os MacUsers. A Apple não é o Steve Jobs, somos nós. Eu uso um MacBookPro, não um Steve Jobs Pro.
Vamos ver agora se somos seita ou não. Se acreditamos na companhia e nos produtos que usamos, ou no homem. Como disse Lenine, os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis. Mas as idéias prevalecem, e se não prevalecerem, ou seja, se a Apple não sobreviver à morte do Steve jobs - oh, e ele vai morrer, isso é garantido - então a Apple nem merece existir.
Concordo com o AB, quando comprei o meu primeiro Mac (e sempre tive só macs) não fazia ideia de quem era o Steve Jobs, uma colega minha disse-me "Olha há uns computadores muito bons e fáceis de aprender a trabalhar com eles, não é preciso um curso" e eu fui e comprei e gostei tanto que daí para a frente só compro mac e vou continuar a comprar quer o Jobs seja CEO ou não. Acho aliás que a maioria dos compradores, mesmo agora com toda a mediatização da Apple não faz ideia de quem seja o CEO da companhia na altura de comprar um mac. E depois por mais que gostemos do Jobs e o achemos fascinante NINGUÉM é insubstituível, de uma maneira ou de outra a Apple continuará.
Há dias, escrevi uma nota na ML O Correio dos Outros sobre o que me parecia uma história mal contada sobre a saúde de Steve Jobs. Agora não digo mais nada. Merece o respeito dos outros, o silêncio compassivo, apenas um "cheers".
Volto a deixar o meu comentário aqui sobre este assunto pq tb concordo com o AB. Comecei a usar Macs à uns 13 anos atrás e só à coisa de uns 4/5 anos é que tomei conhecimento do artista Jobs. É facil ficar-se fascinado pela maneira como Jobs representa o "espirito" Apple/Mac, mas ele é apenas a face visível de uma equipa fantástica. O grande "artista" da Apple nos últimos anos é sem dúvida o Jonathan Ives que tem uma noção de design indústrial muito acima da média (e não me refiro ao aspecto só) que resulta nos produtos que conhecemos e adoramos. O Jobs tambem tem uma boa parte de "culpa" na matéria, mas penso que toda a equipa topo da Apple partilha o mesmo espirito. Alem disso a admiração pelo Jobs faz-se sentir apenas na velha guarda, os que são Mac users à muitos anos. O grupo de utilizadores Apple hoje é muito maior que à uns 5 anos atrás e os novos utilizadores (que são mt provavelmente a maioria agora) vieram para o lado de cá por causa do iPod e do iPhone, a maioria nem sabe quem é o Jobs... Alem disso começo a achar que este afastamento de 6 meses não se deve apenas á doença mas sobretudo para demonstrar que a Apple tb vive sem Steve Jobs. Ele não fez a Keynote da MWSF deste ano e tb não deve fazer a da WWDC que costuma ser no inicio de Junho, e parece-me que daqui até lá muita água vai rolar debaixo da ponte em relação a produtos novos da Apple...
Ainda vou botar mais lenha na fogueira. Steve Jobs é também o dono da Pixar, que se deixou comprar pela Disney - Jobs tornou-se o maior accionista individual da Disney. Ora durante o período NeXT, vacas magras portanto, a Pixar foi uma mina para Steve Jobs (comprou a George Lucas por 10 000 000USD, vendeu por 8 biliõesUSD e ganhou barbaridades entretanto). No entanto, na Pixar Steve Jobs delegou sem problemas aparentes em John Lasseter o miolo criativo e administrativo e Lasseter tem mais protagonismo que Jobs, e os resultados, desde o Toy Story ao Wall-E, mostram que esse protagonismo é mais que merecido. E a Pixar está cheia de gente criativa, como se vê, e que pode prosseguir o trabalho de Lasseter. O Wall-E começou a ser feito pelo Brad Bird (Os Incríveis) e depois de uma quantidade de tempo e dinheiro empatados o Lasseter disse que não, e colocou Andrew Stanton à frente do projecto, muito possivelmente sem perguntar nada ao Steve.
Moral da História: a morte de Steve Jobs não vai influenciar nem a Pixar nem a Disney do modo como pode influenciar a Apple. Ou seja, há uma relação muito "bipolar" entre Steve Jobs e as "suas" companhias. A "paixão" pela Apple pode acabar tipo Romeu&Julieta, mas ele podia ter feito como na Pixar porque na Apple tem forçosamente que haver gente com muito talento, inclusivé para "vender" as idéias ao patrão.
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