28 dezembro 2009
O que justo e o que não o é
No âmbito das minhas funções profissionais tenho em determinadas alturas a responsabilidade de lançar algumas promoções, que de tão atractivas em termos de oportunidade, geram tempestades de interessados para meia dúzia de produtos. Habituei-me a designar estas operações pelo petit nom de "Sete cães a meio osso". Sendo um tipo a quem ainda sobra uma résteazinha de responsabilidade e justiça, optei por estabelecer o método mais justo e salomónico que se pode ter nestas ocasiões. "First come, first served", o cliente é contactado pela exacta ordem de manifestação de interesse, é-lhe reservado o produto em questão e tem dois dias para levantar o mesmo. Parece simples, é simples, mas a sociedade encarregou~se de me demonstrar que o conceito de "estou mesmo muito interessado e vou aí amanhã levantar" não passa de uma enorme mentira. As pessoas que ontem estavam "muito interessadas e vêm amanhã levantar", não vêm, estão-se nas tintas para a responsabilidade que assumiram, gerando a jusante uma carga de trabalho adicional ao tipo que julgou estar a ser salomónico e justo. É tudo um enorme "bullshit". O conceito de palavra "já era" e isto começa a ser banal. E não é um caso, são dezenas deles. É por isso normal que eu acabe por modificar o método de atribuição de produtos em promoção e favoreça clientes em quem confie, ao invés de respeitar escrupulosamente a ordem de chegada dos pedidos. Pode ser um método aciganado. Tenho a certeza de que o é. Mas nem eu perco tempo e tenho o triplo do trabalho nem os chicos-espertos da reserva "eu quero que vocês se lixem" levem a deles avante...
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10 comentários:
é por essas e por outras que não se percebe como é que num país como o nosso os CTT ainda oferecem a opção de Envio à Cobrança...
Como se nós fossemos de confiar...
Olá
Andamos pelos blogs da nossa patrocinadora (Paula Vicente, da ARTFACTU) a pedir uma coisa muito, muito fácil de dar...ideias.
Somos um grupo de a.p. e estamos a fazer um trabalho sobre a vidas das crianças institucionalizadas.
Para termos um verdadeiro impacto na vida destas crianças queriamos pedir-lhe se nos pode dar ideias.
Vá conhecer-nos no nosso blog, dê ideias, siga-nos, diga-nos o que acha do nosso projecto.
Conta-mos com a sua ajuda.
Obrigado.
E mai'nada! ;)
Eu ofereço uma borrachazinha para apagar o hífen do "conta-mos"...
Que não seja como uma "outra" instituição que mandou um e-mail a solicitar contribuição e com a "lista" das necessidades.
Nessa lista algumas (e boas) centenas de Euros era para SO proprietários, respectivas máquinas e SW pago (M$) de "office".
Quando os confrontei com tal disparate "divagaram" e que era o que estava "previsto".
Se a idéia é doar sugiro a Wikipedia, que anda outra vez com falta de fundos, e a brincar a brincar tornou-se quase indispensável.
"conta-mos"? Que é como quem diz "enumera-mos"...
Quando se quer significar "coçamos" (acto colectivo de coçar, quiçá em uníssono) e escrevemos "coça-mos" (que soa como uma ordem para alguém se aproximar e nos afagar a pele*, gentilmente, com as unhas) será que não seremos, no mínimo, mal interpretados? No mínimo...
Haja saco!
Caro Neca, os CTT nada perdem. Se o destinatário não levantar a encomenda, o remetente tem de pagar para a reaver...
Vai reservar porque não sinalizar?
@Pedro Aniceto
Compreendo perfeitamente a frustração de quem "está lado de lá"... Como é o seu caso.
Mas posso avançar-lhe que, faz-me lembrar quando eu era cliente de um clube de vídeo e sempre que pedia para reservar determinado titulo que tinha acabado de estrear em VideoClube esse titulo(s) andava(m) sempre pelos tais conhecidos.. sabe o que aconteceu ? Mudei para um vídeo clube que respeitava os pedidos dos clientes (conhecidos ou não).
Bem haja.
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