26 março 2010
Os arrepios do Acordo Ortográfico
Não tenho, em boa razão, nenhum motivo para estar contra ou a favor do Acordo Ortográfico. E não são muitos os casos em que o significado mude por força da nova grafia, face à correspondência anterior. São poucos, e iremos habituar-nos a eles com o tempo. Mas não deixam de causar um arrepio como no caso acima em que o Record (o primeiro jornal a adoptar as novas normas) diz que "Izmailov promete retratar-se". O meu primeiro impulso foi o de tentar saber se seria a carvão ou a óleo... Imagem enviada por Luís Sequeira
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14 comentários:
eu, simplesmente, não compro nada que siga o dito acordo.
uma coisa é um acordo que regista palavras existentes, outra é um que tenta obrigar os portugueses a regredir só porque os brasileiros não quiseram/souberam evoluir.
Já percebemos... ;)
Se ao menos ele fosse bonito...
Ao Osíris: sou descendente de Portugal e disso tenho orgulho. Não coloque em termos de competição, pois adoro a literatura de Portugal. Não preciso ofendê-la para rebater idiotices.
Já pensou em quanto perderia a língua portuguesa sem as colônias? Não faltariam olhos oblíquos e dissimulados, não faltariam apenas duas mãos e todo sentimento do mundo, não faltaria a parte que te cabe neste latifúndio, não faltaria algum silêncio a NOSSA língua?
Pense melhor: quem é que não evoluiu na história? Quem ainda se acha a Metrópole?
Um alô aqui de Ribeirão Preto/SP., Brasil.
PS: também ODEIO o acordo, mas, por favor, não me ofenda.
Maurício, adoro a maneira, para nós quase cantada, como os Brasileiros falam. Quando era miúdo, de tanto ler livrinhos da Mónica, Chico Bento, e outros, aprendi também as diferenças na escrita. Mas não se fez um acordo, os Portugueses é que vão ter que escrever Brasileiro. Era totalmente desnecessário, creio que nos percebíamos muito bem, e hão-de retirá-lo. Entretanto, é um insulto. Compreendo perfeitamente os meus compatriotas, porque nos estão a querer tirar à força de estupidez, a nossa língua. Eu sei que não é preciso ofender, mas percebo que estejam zangados. Eu estou zangado. Não sei como é aí no Brasil, mas aqui só se harmoniza o que não faz falta; taxas, multas, proíbições. No que é bom, continuamos a marcar a nossa "diferença" de cú da Europa.
AB,
Permita-me que subscreva? Acima de tudo é uma questão de identidade.
viva maurício.
perdão se o ofendi, não era essa a minha intenção.
errei quando generalizei, é um facto.
deixe-me reformular:
pelo que me consta, à alguns anos atrás houve um acordo ortográfico que não foi aceite pelos dirigentes brasileiros, o que ajudou a língua a divergir e fez com que, no brasil, alguma da grafia se mantivesse como era "antigamente".
agora, penso eu, por interesses económicos, algumas pessoas querem obrigar a que todos passemos a falar de acordo com o...acordo.
como se costuma dizer, o dinheiro faz girar o mundo...
quanto ao post, concordo consigo, caro pedro.
Bom, como disse, acho o acordo péssimo. Odeio. Há também para nós uma infinidade de coisas muito estranhas na escrita com estas mudanças. Estou escrevendo minha tese agora e o acordo não ajuda em nada. Estou zangado, como os portugueses.
O acordo não deveria existir uma vez que pode podar uma certa diversidade saudável na língua.
O problema é ler alguém colocar em termos de regressão ou evolução, a mim uma coisa totalmente despropositada no que tange uma línuga. Além do insulto do acordo, vejo algo assim.
Se foi uma imposição do Brasil, ou seja, se a culpa foi do meu Estado, também o criticarei - embora não creio que possa colocar em termos maniqueístas esta questão. A percepção de muitos com quem converso é justamente a contrária: tivemos de engolir uma nova devassa portuguesa.
É minha identidade e minha diversidade ao mesmo tempo.
Mas que sinto o ar de uma corte que perde aos poucos os anéis e os dedos, ah... isto sinto.
Bom, como disse, acho o acordo péssimo. Odeio. Há também para nós uma infinidade de coisas muito estranhas na escrita com estas mudanças. Estou escrevendo minha tese agora e o acordo não ajuda em nada. Estou zangado, como os portugueses.
O acordo não deveria existir uma vez que pode podar uma certa diversidade saudável na língua.
O problema é ler alguém colocar em termos de regressão ou evolução, a mim uma coisa totalmente despropositada no que tange uma línuga. Além do insulto do acordo, vejo algo assim.
Se foi uma imposição do Brasil, ou seja, se a culpa foi do meu Estado, também o criticarei - embora não creio que possa colocar em termos maniqueístas esta questão. A percepção de muitos com quem converso é justamente a contrária: tivemos de engolir uma nova devassa portuguesa.
É minha identidade e minha diversidade ao mesmo tempo.
Mas que sinto o ar de uma corte que perde aos poucos os anéis e os dedos, ah... isto sinto.
"Mas que sinto o ar de uma corte que perde aos poucos os anéis e os dedos, ah... isto sinto."
Maurício, se se refere à "corte" Portuguesa, digo-lhe que já passámos a fase dos anéis e dos dedos, já vamos na fase de perder o colar e o pescoço ; )
Patrícia, claro que pode subscrever as minhas opiniões, aqui somos todos amigos, e havemos de beber umas cervejas juntos, não é Pedro?
AB: Já tive mais certezas...
a todos os que não leram o acordo, é melhor que o leiam primeiro. Que não façam como eu que era contra e nem sabia bem porquê. depois de o ler cheguei à conclusão de que existe muita coisa que tem lógica, e não me parece que seja assim tanto uma perda de identidade.
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