22 setembro 2010
O disjuntor
Não tenho vontade de escrever. Sinto-me seco apesar de não me faltarem razões para a lágrima. Incomoda-me que as pessoas tenham deixado de ser criativas face a um problema e que bloqueiem sem razão aparente à mais pequena dificuldade. Hoje conversei brevemente com três pessoas. Uma não sabia o que era um disjuntor. Outra não sabia o que era uma chave Philips (ou Estrela como tive o cuidado de mencionar). Ambas contrataram os serviços de um electricista. A Economia deve bastante à ignorância. O terceiro? O terceiro era eu, que não sabe como é que isto é possível.
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5 comentários:
Estamos a caminhar para um País onde a principal importância é ser doutor onde um simples parafuso fica por ser apertado.
O futuro na minha modesta opinião é de quem souber apertar esse pequeno parafuso, parafuso esse que será essencial para o desenvolvimentos de um País.
Se fosses professor numa escola básica e secundária percebias como é que isso é possível... infelizmente...
Onde é que estamos a falhar? Já nem é uma questão de "jeito" para fazer coisas, é meramente preguiça de pensar. Face a um mistério esta gente chama um electricista? Onde está a tentativa/erro nas coisas menos complicadas?
O sistema de ensino não funciona com o objectivo de pôr os miúdos a pensar. Tenho alunos que funcionam automaticamente. Por exemplo: pegam na máquina de calcular assim que vêem números, mesmo que a conta a fazer seja um nº a multiplicar ou a dividir por 1. Não estou a exagerar, já me aconteceu, mais do que uma vez, com alunos supostamente "bons". Copiam coisas da net sem ler, e quando confrontados com textos que nada têm a ver com o que se pede, ou com um texto que está noutra língua (sim, já aconteceu não se aperceberem que o texto estava em castelhano, por exemplo), respondem de rajada: "Então, era o que lá estava". Não há qualquer sentido crítico, não tentam sequer.
Ah, mas aposto que, chegado o seu tempo, saberão onde estão os "finos"...
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