14 outubro 2010
Ai meu Deus!
Não é novidade alguma que me interesso por alguns aspectos da estatuária fúnebre e que sempre que possível, em deslocações ao estrangeiro, invisto algum tempo a visitar locais que estão muitas vezes fora dos roteiros turísticos. Mas por vezes as maiores surpresas estão muito mais perto do que imaginamos. Neste caso no Cemitério dos Prazeres (Ah, ironia!), onde este jazigo tem como epitáfio as últimas palavras de D. Aida B. Conceição. E muito poderia ser dito sobre as circunstâncias dessas últimas palavras...
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12 comentários:
Já para não falar do "aqui descança"...
Ó caro Pedro que eu não sabia deste teu gosto :)
Eu confesso que gosto dos cemitérios por causa das magníficas obras de arte (escultura e arquitectura) que por lá encontramos, mas vou ficar atento também as inscrições nas lápides de agora em diante!
Teresa, antes dos anos vinte era correcto escrever "descança".
E também havia coisas agradáveis começadas por PH
é a fé que nos salva...
As ultimas palavras da falecida, poderiam perfeitamente ter sido proferidas no contexto de um acto sexual próximo do êxtase final que descambou num ataque cardíaco....
Ah ah ah ha
Já fui (infelizmente) algumas vezes ao cemitário dos prazeres, fiquei de boca aberta ao ver o jazigo dos Duques de Palmela, que em area construida e de terreno deve ser maior que muitos apartamentos, já vi um jazigo que deve ter pertencido a piratas pois tem a mitica caveira e os dois ossos em cima, mas nunca reparei nesse.
Quando vou a um cemitério normalmente tb leio os epitáfios mas como esse nunca tinha reparado.
Um dia talvez o veja por lá
.... Ai meu Deus, que bom, disse a princesa.....
Ai meu Deus, que me vim.... neste caso que me fui!
Agora mais a sério, a Câmara Municipal do Porto costuma organizar o Ciclo Cultural dos Cemitério com visitas guiadas, concertos e outras actividades. É uma iniciativa muito interessante e enriquecedora.
No cemitério dos Prazeres também existe esse tipo de visita guiada ao cemitério. Já li algures que é dos mais ricos a nível arquitectónico (jazigos, mausoléus, talhões e lápides).
Estudei num curso sobre Lisboa que tinha uma cadeira dada por Fernando Catroga, professor de Coimbra, que estuda a História através dos cemitérios. Deu-nos um passeio soberbo pelos Prazeres, que tem campas notáveis. A cripta dos Palmelas é uma delas, mas há muito mais com interesse. Até tenho um livro dele sobre o assunto: "O Céu da memória. Cemitério romântico e culto cívico dos mortos", Coimbra, Minerva, 1999
Comecei por achar piada à parte estética da monumentalidade no dia em que fiquei umas horas no Alto de S. João à espera de um féretro que vinha do estrangeiro. Mais tarde, passei a observar com outros olhos alguns dos cemitérios que ocasionalmente visitava. Um dia, em Paris, no Père Lachaise percebi que aquilo era uma autêntica indústria turística. E sempre que posso e é oportuno, vou dar mais umas espreitadelas. Ao contrário do que se possa pensar, os cemitérios são locais dinâmicos. Há muita coisa que muda.
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