17 outubro 2012

PRIMO (Rádio Comercial - Luís de Matos)

Será de inteira justiça afirmar-se que durante a estreia  (já lá vai quase um ano...) de Chaos, o espectáculo que Luís de Matos recolocará em cena nos próximos dias, não era eu que, como disse Nuno Markl no último PRIMO, "que estava aos comandos dos computadores". Para isso tem o Luís no seu Estúdio 33, uma equipa de gente bem capaz, de isso e de muito mais (inclui serrar pessoas ao meio e outros sortilégios). Mas a verdade é que, e agora já se pode falar disso com alguma comodidade, uma vez que o assunto veio à baila durante a última emissão do PRIMO (Programa Realmente Incrível Mas Obtuso) em que Luís de Matos participou, fica o resumo do que realmente aconteceu. A míseras vinte e quatro horas da estreia de Chaos,  a máquina que fazia o suporte multimédia (a bem dizer, o suporte de vida da cenografia do espectáculo, pifou). Calma, acalmem-se os do costume que não foi por uma questão de qualidade. Foi um acidente. Um curto-circuito idiota num dos pontos de fornecimento de energia, um zaaaap tremendo, o inevitável cheiro a queimado e a constatação de que o nome Chaos tinha efectivamente sido muitíssimo bem escolhido para o espectáculo. Há imagem mas não há som,  (ler: vídeos e a excelente banda sonora). Todo o módulo de controlo de som morreu por electrocussão. O Luís faz avançar um plano B, uma máquina menos potente, muito menos potente, que transforma todo o espectáculo num mar de incógnitas e gaguez. A estreia de Chaos é todo ele um festival de horror e há menos de vinte e quatro horas para resolver o problema. Só quando eu abro as entranhas do electrocutado, na companhia do Gonçalo Pereira, meu colega de trabalho, é que percebemos bem o alcance do sucedido. Há montículos de carvão na motherboard e trata-se de fazer um transplante entre máquinas e placas que há-de também ele, ser um festival de magia, dado que metade da "operação" foi feita num carro em andamento entre Lisboa e Estoril. De notável só sobrou mesmo o facto de não terem sobrado (ou faltado) peças. E o facto de mesmo nos momentos de maior tensão, a calma olímpica do Luís se ter sempre sobreposto a tudo e a todos. Três dias depois vi, de novo, o espectáculo, e aí sim, consegui recostar-me na cadeira sem olhar atentamente para a cenografia e perguntar a mim mesmo "Mas porque raio é que o Finder faz parte do cenário?". Piadas à parte, vão ver. Chaos. Brevemente no Auditório dos Oceanos em Lisboa e um pouco por todo o país.

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