Dizias-te Mafalda porque teu berço de ouro fora, e que o tempo das cerejas e dos pássaros te não afectaria nunca, estarias acima dos designíos hormonais e das coisas venais. Que os homens, sempre os homens mais não eram que objectos que te aborreciam embora no fundo, sempre no fundo, rente ao chão do ser, os homens te metessem mais medo que tédio. Tudo mudou porém um dia, na voragem das coisas, a vertigem dos medos desapareceu, desatou-se, foi-se embora e a espiral fechou-se. Hoje, num quarto de hospital, o fio da vela a extinguir-se, dizes que não te arrependes de nada. De nada. E só tens pena de não voltar a colher amoras no tempo das perdizes. E de não ter tempo de ficar à espera de dias mais felizes.
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1 comentário:
Belo e tocante, este texto.
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