14 outubro 2006

Não brincamos em serviço


Quando um dos catamarãs da Soflusa atraca nos pontões de acostagem do Terreiro do Paço, não é novidade que o pessoal de bordo, depois da saída dos passageiros se dirija a vários locais afim de prover necessidades várias. E nem falo das fisiológicas que para essas dispoem estes barcos de instalações sanitárias dedicadas aos funcionários. Falo de um pequeno contentor onde existe uma máquina dispensadora de água, ou do rápido cigarro aspirado junto ao varandim dos pontões que têm inclusivamente nomes de baptismo náutico como se fossem eles próprios barcos sempre amarrados à barra da saia de Lisboa. O que hoje vi, e que me fez rir com gosto, foram três apressados marinheiros de cana de pesca em punho, já devidamente aparelhada a fazer lançamentos durante o curto espaço de tempo em que o navio está acostado. Apreciei a cena, talvez demasiado ostensivamente, já que um deles, deve ter desconfiado do meu ar divertido e se afastou, desengatando o estralho, guardando o chumbo e anzol num dos bolsos, fazendo repousar a cana junto ao portaló.

1 comentário:

Anónimo disse...

Aqui em Aveiro, os tripulantes da lancha que faz a travessia da ria Forte da Barra - S. Jacinto, sofrem das mesmas necessidades... Eu, pescador confesso, quando estaciono o carro para montar o material e os vejo de cana na mão, nem hesito. Se eles estão a pescar é porque está a dar peixe!! Os homens são pescadores profissionais, isso de conduzir almas de um lado para o outro é só para preencher o intervalo entre duas pescarias.