07 outubro 2006

Próxima estación: Esperanza

Dez reis de gente ia escorregando pelo vidro gorduroso, tentando acompanhar, contando, as mortiças luzes do túnel. Vergado à velocidade da composição, dez reis de gente desistiu da compita, disparando números à toa, sem qualquer sequência. "Vinte e dois, trinta e nove, quarenta e seis, doze, quinze, trinta e um". A lenga lenga só foi interrompida pelo som da instalação sonora que anunciou no habitual timbre feminino "...próxima estação: Martim Moniz". "Pai, quem foi Martim Moniz?". O pai olhou para a mãe, a mãe interrogou os olhos do pai e na luz dos olhos de ambos eu li um enorme vazio. Ia meter-me neste assunto, eu juro que ia, verdade verdadinha, morra quem se negue a acreditar, mas o pai fez um esforço e eu não tive coragem de o desmentir à frente do dez reis de gente. "Filho, Martim Moniz foi um guerreiro que morreu aqui nas lutas contra os romanos...". "Aqui, no Metro, pai? Os romanos já tinham Metro?"

4 comentários:

botinhas disse...

Vinte e dois, trinta e nove, quarenta e seis, doze, quinze, trinta e um
LINHA!

Anónimo disse...

Sim, filho. Os Romanos tinham metro, quilo, litro... os roamanos inventaram muitas coisas....

Anónimo disse...

Verde, a cor da esperança...

http://www.greenmyapple.org/

Anónimo disse...

Mas, afinal… quem foi Martim Miniz?