Trabalhando em comunicação com um vasto grupo que atinge facilmente milhares de pessoas, é fatal (suprema ironia), que de quando em vez me cheguem notícias do desaparecimento físico de alguns dos meus receptores. Dói, dói bastante, ainda que por vezes alguns deles me sejam completamente desconhecidos. E se é possível graduar a dor e o incómodo, diria até que há situações deveras dolorosas. Quando alguém me responde de um determinado endereço dizendo algo como "Peço que suspenda os seus envios para o meu marido porque ele faleceu", ou quando, como ontem a meio de um agradável jantar em Faro, o José Canelas me disse "Morreu o Álvaro Ruas". Nunca conheci pessoalmente o Álvaro. No entanto "falávamos" por mail há anos (eu já nem sei quantos). Sempre pronto para uma piada lateral, uma crítica mordaz ou um desenho caricatural, o Álvaro foi-se tornando uma presença que estava sempre ali à mão, distanciado por um mail, sempre pronto a ajudar-me ou a dar-me na cabeça se isso fosse preciso. Como muitos outros que nunca conheci, e quem sabe se alguma vez conhecerei, ele estava lá. Mas depois há a vida que de quando em vez nos atrapalha os planos. E agora, quando fui ali ao ficheiro apagar o registo dele, não tive coragem de o fazer. Porque me dói.
25 março 2007
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2 comentários:
Life is too short to throw away...
Para quem ainda tinha duvidas Pedro Aniceto não é um Widget ou script do Automator que organiza e manda uma mailing list, é Humano e pelo que vejo... ... dos Bons!
A boa disposição do Álvaro sempre foi contagiante.
Peço-te desculpa de não te ter dito, mas já me tinha esquecido que em tempos longinquos lhe sugeri a adesão à tua mailing.
Aconteceu ao Álvaro algo que todos tememos. Entre a noticia da doença e o óbito, passaram pouco mais de 2 semanas.
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