Não sou, como sabeis, um engenheiro. Mas não suporto a ideia de não entender das coisas a básica explanação, seja lá o que for, da destilação de engaço ao funcionamento de altos fornos siderúrgicos. Herdei do meu pai, tenho a absoluta certeza que foi do meu pai, três coisas, uma teimosia que alimentaria várias gerações, se bem dividida por todos os pretendentes, uma calvície precoce e uma inquietude perante mecanismos e fenómenos físicos ou químicos. Esta última característica é quase uma obsessão, chega a ser doentio o desassossego perante a ignorância não respondida, e bem feitas as contas não sei se com isto tive mais alegrias que tristezas. Dizem os escritores mediáticos que o acto de escrever é doloroso. É verdade sim senhor, dói. Mas se querem realmente saber o que a dor é, experimentem sentir na carne os efeitos de um "porquê" não respondido.
É nesta altura que no cérebro de quem escreve se forma a frase "Vem isto a propósito de", coisa que um escritor mediático nunca grafaria estando no seu mais que perfeito juízo e que eu, candidato a candidato da escrita por via destas páginas também não farei. Atrever-me-ei a inventar um qualquer artifício para ligar, qual pedreiro, a massa que há-de conduzir a história do preâmbulo ao epílogo, sem sacrificar no processo uma boa meia dúzia de metáforas que coitadas, parecem ter nascido com esse destino traçado. Cá está um desses pequenos momentos da tal dor de que falam os mediáticos escritores, que depressa se desembaraçam do cruel drama, mas que eu, mero peão do jogo da escrita, levo mais tempo e consequentemente arrasto para o céu das metáforas mais do que eles alguma vez levariam. Virá com o tempo e com a prática, que é comum dizer-se que a prática conduz à perfeição, embora não sejam grandes exemplos os assaltantes de bancos que são apanhados no útimo grande golpe.
Ando irritado nos últimos meses com um problema técnico caseiro. Nada de monta, sangria desatada ou pai na forca, mas coisa de sobremaneira irritante, capaz de fazer perder a paciência a uma boca de incêndio... O aparelho de televisão do meu escritório começou, de há bastante tempo a esta parte, a produzir um zumbido, um crepitar, um besouro que me entrava pelos ouvidos e chegava à mais recôndita sinapse e me tira do sério ao fim de doze minutos. Corro o risco, a cada palavra que escrevo, de ser tomado como maluquinho, não será grave, já me chamaram coisas bem piores, e nem quero sequer imaginar nas que foram pensadas em vez de ditas. O problema é que o ruído só se manifesta em determinadas ocasiões. Quais ocasiões?, perguntará o leitor atento, sendo que os outros, os que lêem mas não vêem ou percebem, nada disto hão-de pensar, precisamente por isso, porque não lêem nem entendem. A minha TV só faz barulho num dado programa... E não pensem que é apenas no decorrer de um programa, porque a coisa é muito mais complexa! Os factos são estranhos, mas são os factos. A minha televisão reage com ruídos estranhos à presença nos ecrãs de Tânia Ribas de Oliveira... Sim, talvez agora mesmo o mais desatento dos leitores esteja a pensar "Agora sim, agora é que este gajo se passou...", mas é a verdade verdadinha, em nenhum outro programa isto sucede, mesmo que o Tony Carreira esteja a cantar na Praça da Alegria! Sempre que há uma mudança de plano de câmara e a apresentadora Tânia aparece nele, a TV emite um zumbido idiota. Não é o ruído em si que me irrita, é não conseguir determinar a origem dele, e das razões de ser só neste programa entender menos... Na hipótese, mais do que certa, do leitor se estar a interrogar se deve chamar uma equipa enfermeiros munidos de um colete de forças. experimente ouvir isto. Quaisquer sugestões serão bem vindas...
É nesta altura que no cérebro de quem escreve se forma a frase "Vem isto a propósito de", coisa que um escritor mediático nunca grafaria estando no seu mais que perfeito juízo e que eu, candidato a candidato da escrita por via destas páginas também não farei. Atrever-me-ei a inventar um qualquer artifício para ligar, qual pedreiro, a massa que há-de conduzir a história do preâmbulo ao epílogo, sem sacrificar no processo uma boa meia dúzia de metáforas que coitadas, parecem ter nascido com esse destino traçado. Cá está um desses pequenos momentos da tal dor de que falam os mediáticos escritores, que depressa se desembaraçam do cruel drama, mas que eu, mero peão do jogo da escrita, levo mais tempo e consequentemente arrasto para o céu das metáforas mais do que eles alguma vez levariam. Virá com o tempo e com a prática, que é comum dizer-se que a prática conduz à perfeição, embora não sejam grandes exemplos os assaltantes de bancos que são apanhados no útimo grande golpe.
Ando irritado nos últimos meses com um problema técnico caseiro. Nada de monta, sangria desatada ou pai na forca, mas coisa de sobremaneira irritante, capaz de fazer perder a paciência a uma boca de incêndio... O aparelho de televisão do meu escritório começou, de há bastante tempo a esta parte, a produzir um zumbido, um crepitar, um besouro que me entrava pelos ouvidos e chegava à mais recôndita sinapse e me tira do sério ao fim de doze minutos. Corro o risco, a cada palavra que escrevo, de ser tomado como maluquinho, não será grave, já me chamaram coisas bem piores, e nem quero sequer imaginar nas que foram pensadas em vez de ditas. O problema é que o ruído só se manifesta em determinadas ocasiões. Quais ocasiões?, perguntará o leitor atento, sendo que os outros, os que lêem mas não vêem ou percebem, nada disto hão-de pensar, precisamente por isso, porque não lêem nem entendem. A minha TV só faz barulho num dado programa... E não pensem que é apenas no decorrer de um programa, porque a coisa é muito mais complexa! Os factos são estranhos, mas são os factos. A minha televisão reage com ruídos estranhos à presença nos ecrãs de Tânia Ribas de Oliveira... Sim, talvez agora mesmo o mais desatento dos leitores esteja a pensar "Agora sim, agora é que este gajo se passou...", mas é a verdade verdadinha, em nenhum outro programa isto sucede, mesmo que o Tony Carreira esteja a cantar na Praça da Alegria! Sempre que há uma mudança de plano de câmara e a apresentadora Tânia aparece nele, a TV emite um zumbido idiota. Não é o ruído em si que me irrita, é não conseguir determinar a origem dele, e das razões de ser só neste programa entender menos... Na hipótese, mais do que certa, do leitor se estar a interrogar se deve chamar uma equipa enfermeiros munidos de um colete de forças. experimente ouvir isto. Quaisquer sugestões serão bem vindas...
18 comentários:
Oh Pedro só da descrição já me pôs o cérebro às voltas... odeio "porquês" sem saída.
Até poderia tentar "atirar postas de bacalhau" sobre o motivo do ruído, mas provavelmente só faria figuras tristes..
Boa sorte. Quando descobrires o porquê, pf avisa pq fiquei com o raio do ruído no ouvido e não sei como o desligar...
Isso deve ser a televisão a reagir às respostas erradas dos concorrentes, ainda hoje responderam que o muro das lamentações estava relacionado com a religião islâmica, acho eu ;), fora as outras barbaridades... é protesto, a tua TV é culta.
Estive-me a informar e realmente é possível isso acontecer. aliás, mando-te um link onde encontras a explicação para a ocorrência.
http://www.youtube.com/watch?v=NzlG28B-R8Y
Como é que se chama aquele padre??
Aquele que organiza aquela feira??
Onde vão todos aqueles, hã, hã...
Enfim.
Agora a sério, a tv do meu quarto tem precisamente o mesmo sintoma mas não com a apresentadora mas sim com determinados tons de cor que aparecem no ecran.
Poderá ser que quando ela aparece, o tom de cor do fundo do cenário esteja a provocar o zumbido.
Posso filmar a minha fazer isso se quiseres.
A minha é sensivel a alguns tons de azul.
Pensa nisso.
Ó gato preto, que coincidência: também a minha é particularmente sensível a algumas cores (e, confirmou-me à pouco, a da Ana Ferreira tb), das quais se destaca a cor de rosa - un petit peux. : )
Isso é o "micro" dela que está com as pilhas quase descarregadas.
Em tempos tive uma televisão, que ao fim de largos anos de uso, começou a zumbir sempre que a maioria dos pixeis ficava branca (ou qq cor muito clara). Confesso que me encanitava os nervos e cheguei a temer que explodisse - a tv, não eu.
Isto é ABSOLUTAMENTE extraordinário! Há pouco ouvi o zumbido e olhei para o relógio (era meio dia) e disse "Ah, afinal também faz a outras horas!". Mas quando vi o que estava a dar, era uma proomo da "Herança de Verão"... :(
Kincas, em TODAS as edições do raio do programa?
Esse barulho é assustador!
Será algum sistema sexual-auto-compensatório que a TV faz? Gostos não se discutem... :p
Agora a sério: mas é mesmo só com essa personagem? Nem Goucha, nem Manuel Moura Guedes, nem Mário Crespo, nem Solange F?!?
E quando ela apresentava o Lingo também ouvias o barulho, ou é exclusivamente na Herança?
Gato o padre chama-se Fontes, Padre Fontes e a feira é em Trancoso se não me falha a memória :)
382 u tu não me puxes pela língua, que qualquer dia somos bloqueados pelo patrão do estaminé ;)
Acreditem ou não, tenho exactamente o mesmo problema do Pedro. Rigorosamente. Devo dizer é que, embora da família, não herdei tamanha inquietação como tu, caro primo.
As minhas questões vieram ao de cima num dia em que me achei mais pachorrento e cozinhava um jantarzinho ao som da Herança (algures entre uma a duas semanas atrás).
Tenho para mim que não terá a ver com a Tânia... Há um projector por trás dela que parece ter esse efeito. E é estranho, na medida em que o crepitar (como tu muito bem descreves) aparece apenas quando o realizador coloca a câmara dela. Isso provoca uma intermitência ainda mais irritante. Como não costumo ver o programa, até achei que a produção do programa tinha dado com o gato e estava a passar muito pouco a imagem da piquena apresentadora. Afinal não.
Aguardo, como tu, explicações mais terrenas para o facto.
Ah bom! :) Vou já convocar a Engenharia!
Televisão CRT ou LCD?
Só faz o zumbido com o som ligado ou também com ele desligado?
Tudo "a preto" ou tudo "a branco" (mexer no contraste e brilho) modifica o zumbido?
Last but not least... um "bom murro" em cima do aparelho quando está a fazer baruho altera alguma coisa?
Semiologia é a base do diagnóstico. Sem diagnóstico o tratamento.....
Quem é a Solange F?
nao quero que te falte nada...
http://www.solangef.next-designs.net/index.php?p=1
Continuo sem saber quem é, mas partilhamos o "prato favorito"...
Não sei se ajudo ou não...
A Solange F. foi durante algum tempo apresentadora do programa Curto Circuito na Sic Radical.
Foi nesse programa que ganhou maior protagonismo e reconhecimento, e será por lá que mais facilmente se poderá reconhecê-la.
... ajudou?
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