Em que pensa um tipo que está a uma fracção de segundo de uma situação tragicamente perigosa? Naquele pequeno lapso de tempo em que (dizem) toda a nossa vida nos passa pela memória? Durante anos, ao tentar analisar conjuntamente com o envolvido as causas de trágicos acidentes de trânsito, consegui nalgumas ocasiões escutar relatos fantásticos (nos quais por vezes, confesso, dificilmente consegui acreditar) que seria impossível comprimir toda aquela narrativa em poucos metros e respectivo tempo de reacção mecânica. Prestei anteontem o meu tributo a todos aqueles que conheço e conheci que vivendo situações muito difíceis, com mais ou menos mazelas viveram para me contar a sua experiência. Tive a minha dose XXL de susto, os meus momentos de desfile de memórias à espera de um embate violentíssimo que não sucedeu porque assim estava escrito algures. Não tenho, infelizmente, memória viva do que pensei - mas lembro-me muito bem do impropério que proferi - durante o momento em que pensei ir ter um encontro com o Grande Arquitecto. Lembro-me sim, da primeira coisa em que pensei depois de ter imobilizado o carro na berma da auto estrada. Que não iria jantar... A vida é um bocado parva, mas este pensamento é verdadeiramente idiota. (E sim, jantei com uma estranha alegria de estar vivo.)
Descontada a ironia, há ainda assim lições a tirar e eu tirei uma deveras importante que aproveito para partilhar: Os objectos soltos dentro de um carro submetido a uma travagem violenta são efectivamente perigosos e são potencialmente causadores de danos e lesões de vária ordem. O meu já antiquado Powerbook, que teve na minha mão uma vida efémera e que nunca foi conhecido pela sua velocidade, voou pela primeira e última vez. Da chapeleira ao pára-brisas... Faleceu ontem, ao quilómetro 132 da A1.
Descontada a ironia, há ainda assim lições a tirar e eu tirei uma deveras importante que aproveito para partilhar: Os objectos soltos dentro de um carro submetido a uma travagem violenta são efectivamente perigosos e são potencialmente causadores de danos e lesões de vária ordem. O meu já antiquado Powerbook, que teve na minha mão uma vida efémera e que nunca foi conhecido pela sua velocidade, voou pela primeira e última vez. Da chapeleira ao pára-brisas... Faleceu ontem, ao quilómetro 132 da A1.
3 comentários:
tiveste sorte k nao te aconteceu nada
É isso! Que se dane o PowerBook...
Aconteceu-me a mesma situação - travagem a fundo - para não bater no carro da frente. Só que, 5 segundos depois era alvo de "carjacking" por dois marmanjolas com uma barra de ferro. Alguns arranhões, e menos um telemóvel depois, o meu MacBook continuava na mala do carro. A rir-se o estúpido.
Ah...eram 17,30 h em pleno centro do Porto.E o Zé Povo a pensar que se tratava de mais uma discussão de trânsito. Enfim...estamos vivos.
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