10 novembro 2007

E aquele abraço para quem fica

Jurei, faz agora quase vinte anos, que não faria mais nenhuma viagem longa em termos profissionais para resolver um problema de caracácá. Fiz a jura no dia em que fiz seiscentos quilómetros para ir de Lisboa ao Porto ligar um cabo VGA que tinha saltado da respectiva ficha. Três dias depois desse inaudito acontecimento, uma empresa pública requisitou a minha presença urgente em Bragança para desembrulhar uma base de dados de bovinos (caso não saibam a maior base de dados portuguesa é constituída apenas por bovinos), logística que lhes saiu cara pois viajei de avião de Lisboa a Bragança, para, lá chegado, perceber que a única pessoa que tinha acesso a essa base de dados tinha metido baixa nesse dia. Aprendi a refinar os meus métodos de diagnóstico e a evitar rasteiras de coisas simples em que pouca gente pensa. Tinha um bom score até hoje, o dia em que fiz cento e quarenta quilómetros para ir ligar um cabo Ethernet a um modem de um operador de Internet.

48 comentários:

382 U disse...

Imagino que muita gente o colocou na base de dados nesse dia!

Anónimo disse...

Caro Pedro,
Deus usa Mac e de certo um dia quando lá chegarmos veremos uma Nuvem : ANICETO´S MAC EXPERT.

Pedro Aniceto disse...

Não creio... Quando e se lá chegar, aposto que a nuvem tem uma placa que diz "Remax".

Anónimo disse...

e quando os monitores tinham os controles analógicos e alguém ao limpar o pó os punha no mínimo... :-P

Nêspera disse...

Há uns anos, numa baixa de parto com uma criança de uma semana, também fui chamada de urgência. Entre fraldas, pontos, alcofas e quejanda parafernália lá me arrastei. E liguei um cabo de rede.

Anónimo disse...

Estou a imaginar as facturas:

Ligação de cabo VGA = Oferta
Deslocação = 100.000$00 + IVA etc
.....

E é claro, depois as deslocações passam a ser de avião e tal...

ana v. disse...

Espero, Pedro, pelo menos, que tenha tido à sua espera uma boazona em baby-doll (para já náo falar das 11 virgens da praxe, o que seria talvez desporporcionado com o sacrifício dos 140 km...)
;)

382 U disse...

Ó Ana Vidal, nunca tinha pensado nisso!
Pedro, da próxima vez, chama-me...

Cócegas nos pés disse...

You poor bastard...admito que não te invejo:S a sugestão da cobrança das deslocações dada pelo josé camilo não parece nada má e tendo em conta estas situações, até é bem justa.

Pedro Aniceto disse...

..."Espero, Pedro, pelo menos, que tenha tido à sua espera uma boazona em baby-doll (para já náo falar das 11 virgens da praxe, o que seria talvez desporporcionado com o sacrifício dos 140 km...)
;)"

Em que espécie de empresas é que vocês trabalham, c'um raio? Esse tipo de fringe benefits não é só na Google? :)

Na verdade eu já fui recebido, numa visita a um cliente, por uma mulher nua (desconheço se era virgem mas juraria que não), mas tudo não passou de um lamentável (para ela) engano! ;)

Anónimo disse...

NINGUÉM, mas é que NINGUÉM pedirá para contar melhor essa história!!! ;)

Pedro Aniceto disse...

Pronto, já que insistem TANTO...

Pedro Aniceto disse...

Era um upgrade de memória, há vinte anos um upgrade de memória era coisa para se chamar uma equipa de cientistas que os clientes raramente se atreviam a pegar numa chave de fendas. Foi num prédio de uma urbanização de luxo (na altura era de luxo) em Sete Rios. Cheguei, o dono da casa abriu-me a porta, indicou-me onde estava a máquina e comecei a trabalhar. A dada altura, o cliente lembrou-se de que tinha de ir comprar o Expresso e perguntou-me se eu não me importava de ficar sozinho, coisa a que não me opus. Poucos minutos passaram quando ouço uma voz atrás de mim "'Môr, oh 'Môr, já estás levantado?" (poupem-me as interpretações dúbias oh faxavôr...). Eu voltei-me, ela fez aquele número da deusa indiana que tem mãos e braços que nunca mais acabam mas que no caso dela não chegavam para as necessidades, gritou nervosamente e saiu pela esquerda baixa. O cliente voltou alguns minutos depois, eu não falei no assunto, que me lembre ele também nunca o mencionou... A ela nunca mais a vi, soube mais tarde que se chamava Geórgia e durante algum tempo, tal como na canção, ficou-me na memória.

Anónimo disse...

TANTO! TANTO! TANTO! TANTO! TANTO! TANTO!

Tantos como os golos do Benfica.

Anónimo disse...

Apanha-se cada susto!...

Anónimo disse...

Essa da Geórgia lembra-me daquela vez em que duas gémeas suecas, a Ingrid e a Agnetha... Nah, não vou contar!

Anónimo disse...

so a mim e k n me acontece coisas destas....eu k kria... era ao menos jeitosinha??

Ana Ferreira disse...

Bom, vou ter de ser eu a pedir: vá lá Daniel conta contaaaaaaaaa

Anónimo disse...

Olha! O Daniel foi-se deitar (a pensar nas suecas) abandonando-nos.
Tch,tch...não se faz. Também não conto as minhas aventuras (com) italianas.

Anónimo disse...

Isto aqui e so povo com aventuras!!! Bah, agr que falaram (os dois) vao ter q partilhar aqui com o povo, tal como o pedro o fez!!

Anónimo disse...

Pronto. Então conto eu primeiro:

Eram, para nós rapaziada que frequentavamos o Scotsh Bar, as mais inacessíveis miúdas da pequena cidade (La Chaux de Fonds) que me acolheu após o meu "piranço" da tropa .
Corria o ano de 1969 e estavamos em Agosto. O meu companheiro destas aventuras, conseguiu sacar o Peugeot descapotável do velhote (se bem me lembro um 404). A coisa bem combinada, ficamos à porta do bar a fazer um pouco de demonstração das nossas capacidades de engate que passavam, entre outras coisas disparatadas, pela indumentária a condizer com a categoria do veículo e respectiva pose.
Lá chegaram as divas italianas, certinhas, sempre à mesma hora (ou não estivessemos na Suiça)olharam-nos de soslaio um pouco como quem olha para uns catraios que até nem tinham mau aspecto mas a quem faltava calcorrear caminhos que elas, oh, oh...já há muito conheciam.
Sem receios e com uma grande lata que, para estas coisas, funciona sempre bem, conseguimos convence-las, após rápida apresentação e duas coca-colas, para uma noitada numa outra discoteca fora da cidade. Recém chegadas à terra de Corbusier e um pouco saturadas do seu fraco ambiente nocturno acederam com mais facilidade do que a que estavamos a contar.
Percorridos os 30 km de distância entre Chaux-de-Fonds e Neuchatel, eu no banco de trás com uma e o meu amigo ao volante acompanhado ao seu lado com outra, lá chegamos ao 21 (assim se chamava a discoteca).
Uma vez no interior da mesma deu-se o desmoronar das nossas intenções. Quando o "jerk" deu lugar ao "slow", ficamos a olhar um para o outro já que as pequenas deram início a uma demonstração lésbica como eu nunca tinha visto. Sentamo-nos mantivemos a nossa dignidade e cavalheirismo fazendo de conta que eramos dois gajos com espírito aberto e umas horas depois o regresso aconteceu, mas desta vez eu na frente ao lado do meu companheiro de aventura e as duas atrás na continuação do grandessíssimo forrobodó que tinham iniciado logo no início da noitada.
A partir de então, para mim, só francesinhas.

Ana Ferreira disse...

Lol J. Camilo é a vida... Vá lá Daniel estamos à espera.... quando voltar da escola quero ler a tua história

Anónimo disse...

Só francesinhas?

382 U disse...

como se diz por cá: vais comer uma berdoada!

Anónimo disse...

Je suis très contente d’être ici avec mon ami José...

Isabelle.

Anónimo disse...

Como estão a verificar...elle parle très bien le français!

filipe m. disse...

Oui, moi non plus!

Anónimo disse...

Ó Ana, a minha ao contrário da do José era ficção...

É o plot do famoso filme "Den stygg tvilling nunna"
do realizador Asbjorn Lunt... Recomendadíssimo pela revista "Den wanker aficionado tidning"...

Anónimo disse...

pronto....agora até fiquei com soluços....porra....

Ana Ferreira disse...

Daniel..... essa ninguém engoliu.. vá lá, a tua mulher não lê o blog. Ou lê? Oh podes sempre usar o parental control ;)

Anónimo disse...

A gentleman never tells...

Anónimo disse...

A gentleman never tells...what?

Ana Ferreira disse...

Ai ai ai ai, vá lá Daniel, já tenho até urticária, é da curiosidade.

Anónimo disse...

Eu é mesmo só garganta...

Anónimo disse...

Funda?

Anónimo disse...

Vamos dar descanso ao Daniel.

Não há voluntários(as)?

Sim! Porque ou há democracia ou ...

Pedro Aniceto disse...

Oh Isabel podes começar...

ana v. disse...

Olha... quem diria que a minha gracinha seria o mote para todas estas (in)confidências!
Com que então, Pedro... só no Google??

Pedro Aniceto disse...

Oh Ana Vidal, aquilo foi só uma vez e foi por engano... Não tinha carácter permanente (tal e qual como os prémios das empresas...). Os gajos no Google até têm barbeiro, creche e lavandaria. Qualquer dia nem a casa vão se lhes arranjam as virgens...

Anónimo disse...

Uma aventura para contar.

Quando me instalei no Porto, aluguei um quarto que tinha duas áreas: o quarto em si e uma sala de estar.
Havia mais raparigas todas elas estudantes e oriundas de diversas regiões do país, com comportamentos e formas de estar completamente distintos. Mas há sempre alguma que sobressai ou por ser demasiado "sossegada" ou demasiadamente "extrovertida".
P. era exactamente desta última cartilha, bem para dizer a verdade, era mesmo arraçada de jerica.
Um dia cheguei mais cedo ao Porto e, estranhei que a porta do meu quarto não estivesse fechada à chave.
Puro esquecimento, pensei eu.
Abri a porta e encarei com um ambiente de média luz, do tipo colocação de uma renda sobre o candeeiro da mesinha de cabeceira.
P. aparece-me com aquele ar / olhar matreiro, convidando-me a sentar pois, tinha uma história para contar.
Sentei-me, puxei do meu cigarro e passei a ouvir:
-Sabes? Conheci um rapaz americano no autocarro.Abordou para me convidar a aderir a um movimento religioso. E eu cá para mim, olha-me este, vou apanhar grande seca!
Até que, no decorrer da conversa, revelou-me que era virgem, e assim devia permanecer até ao matrimónio.
Alto e para o baile! Quem apalpou ... essa é de outra historia.
Foi o suficiente para apostar comigo mesma que era capaz de acabar com essa condição estúpida ainda durante o dia de hoje.
Como o teu quarto fica logo perto da porta da rua, vim para aqui.
E onde é que ele está? perguntei feita parva.
-Está ali dentro do armário.

Sai o mais rapidamente que me foi possível, não sem antes ouvir um ranger de porta e a pensar:
-se bem a conheço, vais para direitinho para o inferno....

Fico a aguardar...

Anónimo disse...

To P. : Where can I send you your handcuffs?

Love

Pedro Aniceto disse...

ahn?

filipe m. disse...

LOL

"First let's just unzip your religion down..."
- Tori Amos, "Crazy"

Anónimo disse...

Pedro, tens que ler a história da Isabel antes. ;)

Anónimo disse...

Não me espanta que estivesse algemado a uma cruzeta.

Pedro Aniceto disse...

..."Há uns anos, numa baixa de parto com uma criança de uma semana, também fui chamada de urgência. Entre fraldas, pontos, alcofas e quejanda parafernália lá me arrastei. E liguei um cabo de rede."

E lembraste-te de colocar o Halibut? ;)

Anónimo disse...

Lembrei-me de outra história...também relacionada com problemas da vida.
Se quiserem eu posso contar. :|

Anónimo disse...

já havia avião lisboa - bragança há 20 anos?
Pço desculpa, mas estavamos tão bem sozinhos:) É mesmo um desabafo mas espero que continuem por muitos e bons anos a pensar que isto é um atraso de vida e que o litoral é que é..:) atropelem-se uns ao outros por essas bandas que nós só queremos é paz e sossego:)