11 setembro 2010

Metro Ameixoeira (A arte do neurónio)

Prestar melhor serviço não tem como significado obrigatório o aumento da despesa. Por vezes basta um pequeno gesto, três segundos de reflexão para que o mais modesto dos funcionários, aqueles que por vezes somos levados a pensar que não sabemos efectivamente o que fazem, se torne num "licenciado" do saber. Acredito que levados por anos a fio de um embrutecimento global alguns deles tenham deixado de conseguir exercer a nobre arte de pensar, mas que diabo, não é assim tão difícil despertar algumas pessoas dessa letargia. Fica a minha contribuição no exemplo que se segue:



São 19:35 de um dia útil. Estamos, o leitor, eu e um qualquer chefe de estação no Metropolitano de Lisboa, mais propriamente numa das estações da rede, a da Ameixoeira. Há meses que parte significativa dos elevadores desta estação (uma das mais profundas estações da rede do Metro) estão avariados e sem vestígios de actividade de manutenção. A esta hora, a estação tem mais tráfego de saída do que de entrada de passageiros, o que atendendo à hora, é normalíssimo. A escada rolante que permanece funcional está em funcionamento de manhã à noite num só sentido, o descendente. Ninguém tem dois dedos de testa para lhe inverter a direcção, coisa que é capaz de requerer um MBA de esperteza. É por isso que semana após semana sou obrigado a assistir a esta cena que se me fez confusão a mim da primeira vez que a vi, deveria fazer ainda mais confusão a quem trabalha oito horas dentro do espaço. Eu chamo a isto incompetência. A pessoa a quem sugeri a mudança de sentido da escada rolante, limitou-se a encolher os ombros e a mugir algo que não entendi sequer.

E não é apenas uma qustão de inversão. A escada que actualmente está em funcionamento, ainda que o seu sentido não fosse invertido, seria muito mais funcional no sentido da subida do que de descida. Eu sei, é complexa a problemática e extremamente difícil de racionalizar...

7 comentários:

Patricia Lousinha disse...

Confirmo. É uma vergonha... Nomeadamente a falta de dedos de testa. Independentemente do número!

Unknown disse...

Na estação de metro de La Defense, aqui em Paris, a situação consegue ser ainda mais ridícula. Normalmente a situação apresenta-se semelhante, mas nos raros dias em que ambos os elevadores funcionam eles apenas nos ajudam a descer.

Psicotrónica disse...

O que não falta são equipamentos deste tipo (escadas e passadeiras rolante, e elevadores) que o Metro de Lisboa teima em não mandar reparar.
Eu, de vez em quando, peço o livro de reclamações e lá faço mais uma... mas parece-me que de pouco serve...
Tenho, no entanto, a certeza que nenhum administrador desta empresa fica por muito tempo apeado no caso um dos equipamentos que usa (a viatura de serviço) avariar...
Nota: não é fácil inverter o sentido de funcionamento de uma escada rolante (been there, saw how they've done it). Há que ter 2 pessoas, uma em cada ponta, e há sempre quem não concorde e barafuste...

Unknown disse...

A saúde cardiovascular na Ameixoeira deve ser a melhor do país.

bom amigo disse...

Sem comentários...

Unknown disse...

O que se passa nesta estação há meses e meses revela uma desmedida falta de respeito pelo cidadão .
1-
Há bem mais de um ano que a estação está repleta de grades. Perguntei já a dois vigilantes da estação o motivo. Um deles não fazia ideia. O outro disse que foram postos porque vários paineis de acrílico tinham estourado com correntes de ar. Assim uma estação que no início era bonita está tornada num campo de arames que ninguém sabe quando será removido. Nada é dito ao cidadão sobre o motivo.
2- Há já 2 Invernos que a estação está com água a cair no meio da linha. Os azulejos ao longo da profundidade da estação escorrem àgua para o cais, em cima de quem espera o metro e para cima da própria linhas.
3- Há meses e meses que a vergonha e incompetência dos responsáveis pela estação se tornou insultuosa. O vídeo demonstra o óbvio. Dois elevadores para acesso que permitem a liberdade dos cidadãos com dificuldades motoras estão parados há meses.
Depois param escadas. Algumas ficam um dia paradas. Outras estão há semanas e semanas como a que o vídeo mostra. Um desrespeito pelo cidadão, um desdém pelo cidadão mais frágil, um desinteresse pelos pais com crianças carrinhos.
Já vivi vários anos em e países anglo-saxónios e custa-me ver o modo animal como estes gestores vivem a sua participação na sua sociedade, sem aparente peso na consciência por não contribuirem com a parte que lhes cabe para que a sociedade Portuguesa fosse um pouco mais decente.

Não têm verbas? Mas uma simples folha de papel a explicar ao utente os esforços que estão a ser feitos, os prazos que estão estabelecidos para as reparações, alguma justificação.. não há orçamento nem para imprimir umas folhas a explicar a situação ao seu concidadão?

Obrigado por ter filmado e colocado online.

Pedro Aniceto disse...

Francisco, eu estou disposto a ir mais além. Apesar de os meus contactos com o Metro de Lisboa se terem até hoje saldado num ensurdecedor silêncio por parte das RP's (noutros assuntos que não este...), estou disposto a tentar de novo. Se quiser, contacte-me para aniceto@mac.com