Favas. Ele há quem as odeie tanto quanto eu. Perceberemos isso mesmo se lerem os comentários deste post, onde Maria João Nogueira se dispõe a deglutir a meu lado um prato repleto das horrendas e para mim repugnantes leguminosas se alguém conseguir superar o desafio que propus, aqui.
Porque algumas coisas ficaram por dizer em relação ao meu último post, e porque devo consideração a algumas pessoas que me questionaram sobre o assunto, quero acrescentar dois pontos que poderão, quem sabe, ajudar pessoas que ainda ousem tecer teorias sobre o caso Ensitel ou sobre o artigo da Meios e Publicidade.
Porque é que no meu entender, o assunto de Maria João Nogueira ganhou volume de imediato entre as redes sociais?
A primeira e mais fundamental razão, que até hoje não vi ninguém (e entre esses ninguém, incluam um saco de experts...) apontar deve-se à documentação. Pessoa alguma embala num motim sem ter uma razão de fundamento. Ninguém, mas ninguém mesmo se atira a uma luta sem perceber se está de acordo. Maria João Nogueira teve a seu favor toda, mas mesmo toda a documentação (posts) que produziu sobre o assunto. As pessoas leram-na e acharam-na credível. Foi documentação produzida no tempo (as várias partes constituintes), era credível e Maria João Nogueira não era conhecida da maioria das pessoas que a apoiaram. Ao lerem tudo o que escreveu sobre o assunto, mesmo que de uma assentada, as pessoas viram uma consumidora a lutar contra uma instituição corporativa. A documentação, realista, foi tomada como boa (e eu partilho dessa opinião). Se esses posts não tivessem sido produzidos faseadamente e tivessem sido escritos num só fluxo e de algum modo não fossem um retrato dos acontecimentos, o público teria percebido. Teriam percebido ou suspeitado estar a fazer parte de uma operação preparada (que muitos ainda insistem em defender como a que tenha acontecido, quando lhes foi já explicado por diversas vezes que não...) e não teriam dado eco ao movimento inicial. A documentação de Maria João Nogueira foi essencial. Era algo que estava à mão, no seu blog, qual árvore destacada do resto da floresta, fruto de um posicionamento bem pensado, que lhe dava destaque em vez de deixar David Crocket morrer enterrado nas profundezas do blog. Eu fui apenas o tipo que riscou o fósforo e viu crescer o incêndio. Como hoje mesmo disse a um amigo que me perguntava qual tinha sido no meu entender a real razão do sucesso do protesto, tudo se pode resumir numa palavra apenas. "Aconteceu". Passarão anos antes que os peritos cheguem a esta conclusão. Quem acreditar na minha versão dos factos terá entendido isto a partir deste momento. Como ontem disse, isto "não vende" peixe a gurus e social media experts. Temos pena.
Porque é que defendes que a lista de influenciadores publicada no artigo é uma mistificação?
Em primeiro lugar é preciso distinguir claramente entre "influência" e "relevância", o que não dá espaço a grandes divagações. Meter no mesmo saco as duas designações é um erro crasso, que vejo cometido demasiadas vezes para que o leia sem protestar. Dei três exemplos e apontei um caso específico do Nuno Luz, meu amigo pessoal e profissional que prezo, mas cuja inclusão numa lista de influenciadores (reparem que não disse "supostos" ou "alegados"...) é absolutamente incompreensível. Tinha prometido ao Rodrigo Saraiva uma explicação cabal para essa não inclusão. Nuno Luz teve, nos últimos longos meses, a sua conta "protegida". Como é possível "medir" o índice de "influência" de um utilizador com uma conta cujos tweets estão resguardados do olhar da plateia do Twitter? Como é que um "especialista" não sabe disto? Como é que não sabe que este mesmo profissional tem uma hate-list de seguidores? Como é que me querem enfiar pelos olhos dentro uma evidência impossível de provar? Ou quererão que engula a mistela sem um protesto? Percorram-lhe a timeline, por favor e mostrem-me um drive de influência. E Alberta Marques Fernandes? Influi-nos a observar mais videos Youtube? João Quadros "vende-nos" alguma coisa que não seja humor e boa disposição? Basta de "padrinhos" e de tretas, meus senhores. Basta!
26 janeiro 2011
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7 comentários:
E mantenho, odeio favas, mas partilho o prato contigo se alguém ultrapassar o desafio :)
Talqualmente. Basta!
Não vou dizer que adoro favas, mas como-as com gosto. Se o desafio for superado, tb me convidam para a favada? :D
Bem, eu cá gosto de favas... Desde que acompanhadas por uma boa salada de alface bastante envinagrada...
Muito bom. Se duvidas existissem, foram claramente dissipadas.
Existem algumas historias de consumidores em "luta" com as mais diversas instituições, veja-se a novela do @Pedro Rebelo e o seu estimado Barclays, nem todas estas lutas acabam em agitação Social. Agora venham os Gurus explicar o porquê...
Esta ACONTECEU.
Post Scriptum Eu também detesto favas, bahhhhh!
não se podem substituir as favas por uns camarões de Espinho?
Volto a dizer, caro Pedro, muito bem explicado!
A Jonasnuts conseguiu criar amigos reais num ambiente virtual. Muito raro.
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