26 julho 2011

Down memory lane


Era muito similar a este setup, o do primeiro computador em que mexi na minha vida. Há um ou dois leitores deste blog que a conheceram e programaram. Fez há poucos dias trinta e um anos o dia em que a vi pela primeira vez.

Para quem não esteja familiarizado com estas configurações que parecem agora da idade da Pedra, segue-se uma legenda explicativa dos módulos constituintes (da esquerda para a direita):

Em cima (esquerda): Leitor de cartões perfurados. Honeywell-Bull (Rebranded), servia, como o próprio indica, para ler cartões perfurados de forma sequencial. Era uma das cinco formas de input de dados no sistema e era peça fundamental na compilação das linhas de código da programação do equipamento.

Esquerda (primeiro módulo): Unidade de disco. Antepassada dos actuais discos rígidos, esta unidade de 5 MB Winchester (Hard case) tinha uma unidade alimentação autónoma e era "serviceable" ao nível da lâmina e da folga das cabeças de leitura e escrita.

Esquerda (segundo módulo): CPU e placas RAM (o modelo anterior, ainda de memórias de ferrite) tinha um armário idêntico.

Esquerda (em cima): Boitier de controlo. Na ausência de monitores, as informações ao operador eram constituídas por botões coloridos iluminados por lâmpadas interiores. As sequências de "blinking" (bem como o ON/OFF) eram interpretadas pelo operador com recurso a uma extensíssima tabela de códigos de erro.

Centro: Consola com teclado alfanumérico, numérico, function keys e segundo boitier de controlo. No topo da consola encontra-se um leitor de folhas dotadas de banda magnética. Esta consola incluía também uma impressora matricial de 132 caracteres.

Centro: Impressora matricial de 512 caracteres. Esta geração de impressoras tinha agulhas "serviceable" na cabeça de impressão (com fita) e eram comandadas ao nível do Carriage Return, Page Feed e Line Feed pelo próprio código da aplicação em conjunto com uma fita programável que tinha de ser mudada pelo operador em cada mudança de formulário.

Direita: Perfurador de cartões Honeywell-Bull (rebranded).

1 comentário:

m.camilo disse...

Em 1969 colocaram-me uma máquina com teclado sobre uma escrivaninha idêntica à da foto, mais uns cartões e uns papeis que continham pequeníssimos autocolantes redondos. Disseram-me para escrever normalmente a minha actividade do dia, após o fecho da bolsa. As compras e vendas das acções, os compradores e vendedores, os movimentos. Um pequeno erro de tecla, era o suficiente para uma das enormes máquinas parecidas com gravadores de fita gigantes parasse e me obrigasse a tapar o estupor da perfuração a mais no cartão. Essas máquinas ocupavam todo um andar e para á entrar tinha de aceder a uma segunda porta após o fecho da primeira. Disseram-me que servia para manter a temperatura constante necessária para o funcionamento daquilo tudo. Sempre fiquei na ideia que aquilo se chamava IBM. Obrigado Pedro por esta "Down memory lane" :))