08 fevereiro 2013

A insustentável ironia

A FNAC vai em breve celebrar quinze anos de mercado português. Poucas vezes nos lembramos que existiram em Portugal dois períodos distintos, um antes e um depois da FNAC. E não foi apenas no consumo cultural, mas em bastantes outras áreas do consumo. Os meus caminhos cruzaram-se com os da FNAC em centenas de ocasiões, em Portugal e ainda adolescente nas minhas incursões a uma França que na altura se me mostrava e que me deleitava (e cujo encanto nunca se perdeu). Pessoal, mas sobretudo profissionalmente subi aqueles estrados ou percorri prateleiras em busca de conhecimento ou na partilha desse mesmo conhecimento. Parece ter sido ontem. Tenho duplos sentimentos em relação a esta marca. Se por um lado somos concorrentes na comercialização de um produto e por vezes me tiram do sério, por outro tenho por lá bons amigos acumulados ao longo destes quinze anos. Do Funchal ao Algarve, do Chiado ao Colombo. Sou capaz de citar de cor os nomes dos integrantes das espectaculares equipas de Comunicação da FNAC com quem já tive o privilégio de trabalhar. E se é verdade que eles rodam de loja em loja, não é menos verdade que continuamos a falar e nem sempre sobre deveres de ofício. Já batalhámos juntos muitas horas, mas por agora estamos em lados diferentes das barricadas (escrevi barracadas, o que também faria algum sentido...) comerciais. É  a vida. Mas aquilo que é notório e relevante é que ainda assim, continuamos a ter um profundo respeito uns pelos outros. E tiro o meu chapéu a esta empresa que acaba de me convidar para uma conversa pública sobre os nossos hábitos de consumo de cultura, conversa que partilharei com três figuras incontornáveis da vida cultural portuguesa (nomes a anunciar depois de confirmados), no próximo dia 25 de Fevereiro na FNAC Colombo. Agendem. Agendem porque vai valer a pena, garanto-vos.

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