06 setembro 2013

À lagareiro

Acabo de ler um artigo de um "Chef" que diz desconhecer a origem do termo "à lagareiro" num prato de bacalhau. Sendo o referido "Chef" uma pessoa culta, fico espantado. Tenho 49 anos e ainda hoje a minha boca se inunda de saliva ao pensar nos manjares de bacalhau assado e regado que saíam da fornalha do lagar onde, na minha infância, o meu avô entregava a sua colheita de azeitona para ser transformada em azeite, o mesmo local onde era acertada a maquia (a percentagem de azeite que o lagareiro conservava como pagamento do serviço de transformação) e o "fechar" dessa maquia e do negócio desse ano, por norma "selado" num jantar onde o azeite era um dos principais elementos, jantar feito ali mesmo, na fornalha, com pirâmides de seiras a servir de assento. (Seiras são discos gigantes de esparto entre as quais é espremida mecânicamente a azeitona num lagar).

2 comentários:

Zé Dias da Silva disse...

Tem graça.
Tivemos uns momentos de infância bem parecidos.
Meu avô, no concelho de Tábua, tinha um lagar e eram espantosos os Invernos lá passados. Muito mais poderia dizer sobre isto mas não vale a pena; vale a memória.

Pedro Aniceto disse...

Um brinde à memória! Abraço