06 fevereiro 2008

O charro

É uma história antiga que me foi contada há um bom par de anos. Talvez não respeite fielmente os pormenores originais mas isto não é um concurso de histórias e quem ma contou talvez não venha sequer a dar por ela. Enquanto espero que uma delicada operação técnica que decorre aqui mesmo por detrás desta janela, passo-a a texto.

E. fumava um charro na via pública. Estava sentado no seu carro, descansada e relaxadamente, tanto quanto é possível desfrutar de um charro na via pública. Imagino E. envolto em baforadas de fumo suspeito, de portas da viatura abertas, uma batida cool a esvair-se do som do automóvel. E. dava aquilo que na gíria se chama "uma grande bandeira". Um transeunte aproximou-se da porta do lado de E. que recordo estava em pleno êxtase marroquino ou libanês, não me chegou essa parte tenho a certeza absoluta, e sacando de uma carteira apetrechada de um distintivo policial, fitou-o nos olhos mortiços dizendo-lhe: "-Polícia!". E. terá fitado a personagem e disse-lhe em tom convicto: "-ESTUDASSE!".

2 comentários:

Patricia Lousinha disse...

:)
Fabuloso, simplesmente fabuloso! Em grande o E..

Anónimo disse...

Se lhe queimava a farda era uma chatice. Saía caro ao agente.