20 abril 2013

Ana Moura - Desfado




Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum
Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente
Ai que saudade  que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém  que aqui está e não existe
Sentir-me triste só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem só por eu andar tão triste
Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro
Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada
Ai que saudade que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém que aqui está e não existe
Sentir-me triste só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem  só por eu andar tão triste
Ai que saudade que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém que aqui está e não existe
Sentir-me triste só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem  só por eu andar tão triste


 Letra e música de Pedro da Silva Martins

2 comentários:

Ricardo Antunes disse...

Uma grande letra.

Pedro Aniceto disse...

De facto,
Mas não foi isso que me despertou a atenção para esta faixa.Foi e percussão e som grave do contrabaixo. Que apenas encontrei no Youtube nesta versão do cinco para a meia noite.