31 dezembro 2008
Não foi um grande ano
Porque foi o ano em que não consegui dar os saltos em frente que tinha prometido a mim mesmo. Mas, tal como no caso do Benfica, para o ano é que vai ser! Feliz Ano Novo a todos os leitores, mesmo a todos quantos cá vieram parar pelas razões mais patetas.
30 dezembro 2008
Qual Lacoste qual carago!
A Casa Crocodilo, um antigo estabelecimento comercial da cidade do Porto, especialista em Solas e Cabedais, fica situada na Rua Cimo de Vila na cidade do Porto. A principal atracção decorativa é um imponente crocodilo embalsamado, suspenso sobre o espaço da loja. Fotos de Paulo Santos.
O caçador de pérolas
"De repente, Maria de Jesus acordou em sobressalto ao ouvir o baralho que se assemelhava a madeira a arder." In DN Madeira29/12/2008
O caçador de pérolas
My name is írgula, Vírgula! (Se não conseguir ver a imagem é porque provavelmente você não possui um olho distinguido... Terá por isso mesmo que clicar na mesma). Enviado por Joaquim Narciso.
29 dezembro 2008
Manda-me uma carta em correio azul
Habituado de há anos a elaborar bases de dados, encontro com frequência moradas a que acho uma graça particular. Não tenho propriamente um top mas há designações na toponimía qua dificilmente esquecerei. Tenho uma indefectível Mac User na Rua da Praia das Maçãs, um portista ferrenho na Rua dos Campeões Europeus e acabadinha de chegar a mais romântica morada postal que alguma vez conheci. A Rua do Amor de Perdição.
Preço genérico
Quando eu era menino (o que já aconteceu há uma pancadaria de anos...), fazia com os meus amigos um estranhíssimo concurso. Dos nossos Passes Sociais, em cujo plástico eram coladas as senhas coloridas de cada mês nunca, mas nunca se descolava a senha do mês anterior. Isto era absolutamente proibido pela Carris e Metro (ainda hoje não percebi porquê) e fazia com que do meu Passe Social se elevasse uma gloriosa pilha de autocolantes coloridos. Todos os cuidados eram poucos na fugaz exibição do passe aos revisores e a minha carteira já tinha a deformação própria de quem tinha um enorme orgulho naquela contravenção aos regulamentos com um record absoluto de vinte e seis meses cuidadosamente empilhados. Finou-se o record no dia em que um "pica" mais zeloso disse "Oh rapazinho, mas o que vem a ser isto?", retorquido por um "Pronto, está bem, eu tiro..." e a glória efémera (Sic Transit...). Hoje lembrei-me desse Passe Social (uma obra boa para ser aqui publicada) quando examinava uma caixa de um medicamento que adquiri na farmácia... Perito em detectar autocolantes empilhados, percebi que o respectivo preço já fora modificado por cinco vezes... É uma verdadeira pena que eu não saiba a data de fabrico desta caixinha, porque a a evolução do preço de venda é peculiar: 21,43 > 23,25 > 28,59 > 27,73 > 25,50
Grande poeta é o povo
"Todo o mundo tem clientes. Apenas os traficantes e informáticos têm utilizadores."
Post efémero
Oh vós que tudo sabeis: Alguém me consegue dizer o nome do representante da Timberland em Portugal? Obrigado
O caçador de pérolas
Senhores jornalistas televisivos, peço-vos um favor. O de tomarem a devida nota de que as pessoas não "ocorrem" aos serviços de urgência, mas sim que as pessoas acorrem a esses locais. Os disparates sim, esses acontecem, (ocorrem) e quando ignorados matam um bocado mais do que a gripe. Obrigado. Ah! Já agora, não se diz "os problemas que se alastram" mas sim "os problemas que alastram". A reflexiva não necessita ser usada. "Agardecido".
Gostei muito
"Gostava de saber como os indefectíveis do software livre olham para o formato proprietário das cápsulas Nespresso" - Carlos Duarte on Twitter
To strive, to seek, to find and not to yield
Nunca percebi e desconfio que já deixei de tentar. Sempre que a um grupo de pessoas é comunicado em português claro e preciso um conjunto simples de instruções "idiot proof", há uma percentagem dessas pessoas que optam por fazer o inverso do que lhes é pedido. Isso, por si só não traz grande mal ao mundo, é expectável e até conto muitas (demasiadas) vezes com ela.. O que me deixa absolutamente fora de mim é que barafustem e batam o pé dizendo que nada do que foi dito está correcto e que me tentem convencer de que eu, o emissor, é que sou um imbecil e lhes devia pedir desculpa. Durante muito tempo defendi que as pessoas não tinham tempo para ler. Mudei de opinião entretanto. As pessoas deixaram de saber ler. Se é que alguma vez souberam.
28 dezembro 2008
Filme de terror
2009 vai ser o ano em que eu vou decidir se quero e posso enfiar no interior dos meus olhos um pedacinho de plástico. O cirurgião deu-me uma lista de links em que o mais simpático é este...
Figuras de Presépio
Nunca tinha visto um soldado num presépio. Aliás eu ainda nem estou muito convencido que esta figura seja um soldado (embora me afiancem que sim...). Pareceu-me mais ser um homem-bala, depois disseram-me que os homens-bala não usam espingarda, perguntei se tinha vindo das Caldas, que não que não, mas a mim não me enganam...
27 dezembro 2008
Edelweiss, Edelweiss
Acabei de provar um Piri-Piri afegão que não tenho palavras para descrever. Nem palavras nem mais vinho!
26 dezembro 2008
25 dezembro 2008
Duas animações de Natal
Há anos que as conheço, mas nunca pensei em guardá-las. Até hoje: Carolers e Santa's Show. Enjoy!
O que tu queres sei eu
"Diz-se que a precariedade é inimiga, mas não é. É muito melhor que o desemprego". Francisco Van Zeller, Presidente da CIP
24 dezembro 2008
A todos um Bom Nataaaaaaaal
Desejaram Boas Festas e Feliz Natal ao dono deste estaminé:
Pode ver aqui o cartão de Boas Festas do "Reflexões de um cão com pulgas".
José Mendes Silva, António Dias, Gustavo, Selecções Reader's Digest, Firmino Rodrigues, Servisoft, Rui Ramos, Pedro Barros, José António Moreira, Gastão Ferreira, Gisela Lameira, Step Forward, Equinux, Joel Silva, Ana Ferreira, Pedro Ribeiro, Jaime Ferreira, João Vasconcelos Costa, António Neves, Ana Poeira, Nicolau Pais, Gateway, Susana Machado, Pedro Pinto de Sousa, Fernando Carvalho Rodrigues, Manuel Estevens, Maria Alexandra Pinto, Cristina Gomes, José Manuel Sebastião, Miguel, Marco Barreto, José António Baptista, Nuno Ribeiro, Sport Lisboa e Benfica, Grupo Taboada & Barros, Filipe Caipires, João Peneda, Miguel Paulo, Bizplan, Diana Laranjeira, João Coutinho, Editorial Bolina, Cristina Sampaio, Pedro Ribeiro, Luís Melo, Joana Fernandes, Fernando Curado Matos, José Ferreira-Lamarosa, Sérgio Mateus, João José Fonseca, Jorge Costa, Miguel Serradas Duarte, Paulo Pinheiro, José António do Nascimento, João Paulo Santos, Elizabete Nabeto, João Fanha, Bruno Fonseca, Margarida Dias, Marta Azevedo, Armando Queiróz, Paulo Buchinho, João Leiras, João Prieto, LojaMac.com, Madalena Mota, Gestware, José Nunes, Joel Silva, Luís Gaspar, Jesus Perez Sanchez, Reto Scherraus, Carlos Amaral, António Múrias Gomes, Rita Frazão, António José Leite, António Castelhanito. Miguel Tamagnini, Paulo Guilherme Prudêncio, António Pilar, Paulo Vinhas, Petra Rodrigues, Pedro Barreto, Rui Sousa, Victor Afonso, Inês do Carmo, Aurélio Moreira, José Brito, José António Salcedo, Ana Ferreira, Monteiro Gil, João Luís Pereira de Castro, José Miranda. Jorge Briz, António Bento, António Neves, José Manuel Rua, Maria Teresa Braga Soares, Querubino Silva, Visus, Mário Carvão, Jorge Branco, Edigma, Desprafonildo, Francisco Soares, Alexandre Silva, Luís Pedro Lourenço, Daniel Freitas, Alexandre Silva, João Luís Breda, Maria da Graça Samagaio, Quirina Santos-Costa, Essência do Vinho. Alain Demoustier, Assoft, Manuel Cerqueira, Policas, Ricardo Guimarães, RHPro, Margarida Oliveira, Jorge Jorge, Carlos Santos, Helena Oliveira, Agostinho Carvalho, Cristina Aniceto, Bernardo Amaral, José Alberto Carvalho, Vítor Filipe. MacWorld, Amílcar Cardoso, Manuel Soares, Jorge Pereira, Manuel Carvalho, Daniel Melo Rosa, Vítor Silva, Infor, Manuela Fernandes, Imerge, Teresa Cardoso, Daniel Freitas, CMC, Miguel Carmo, Filipe M., João Bruno Correia, Isabel Pinto, Daniel Gonçalves, José São João, Sónia Amaro, Maria Helena Melo, Ricardo Abreu, José M.S. Fonseca, José Manuel Matos Camilo, Trifecta, Rosa Santos, José de Bettencourt, Ceosphere, Carlos Leal, IberDigital, Patrícia Furtado, Parallels, MultAventura, Celso Martinho, Rodrigo Costa, Margarida Lemos, Bilhas and family, Júlio Oliveira, FNAC, Dinis Correia, Pedro Guimarães, Gisela Bento, Sofia Marta, Nuno Almeida, António Godinho, Jorge Fernandes, João Paulo Gonçalves. Egídio Jesus, Marca Criativa, José Gomes Ferreira, Ricardo Durand, Ângela Ribeiro, FCA Editora, Francisco Pereira, José Costa, Cláudio Lima, Pedro Coutinho. Patrícia Bizarro, Manuel Estevens, Paulo Cortinhas, Susana Santa Clara, Atelier Santa Clara, Gouarte, Experimentadesign, To Design, TAP, Nelso Coelho, João Lúcio, INTG, Olhares.com, Bruno Azevedo. Mário Brás, IADE, Pedro Santos, Major Eléctrico, Eduardo Paes Mamede, Ricardo Gaspar Design, Luís Maia Bento, iStockPhoto, Museu da Música, -VC-, Cláudio Alves, Ricardo Antunes. Patrícia Lousinha, Madalena Mota, Vasco Casquilho, Arménio Sousa, João Raul, Lia Vanda, Tiago Coelho, José Manuel Castro, Playmedia, Pedro e Mónica Ramos de Carvalho, Inoventos, Fernando Moreira da Silva, Frederico Pimentel, Inaccount Consulting. Luís Maia, Jroge Mourinha, Eduardo Cintra Torres, Alex Villegas, Óscar, Ester e Matilde Sarabando, J. Curado, Nuno Tenório, Rui Monteiro, António Mil-Homens, Fred, Luís Menezes. Alexandre, Soraia e Noa Caldas, Avalanxe Design, Carlos Henriques, Magnelusa, Zwame, ColdPlay Management, Carlos Maio, Paulo Bastos, Rui Martins, Paulo Lousinha, João Donga, Binha, Empty Factory, Luís Calçada, WigWag, Daniel Lemos, Joaquim e Mariana Narciso, Paula Santos, Inverte Design, Luís Lopes, Minddreams, Maria Gil, Paulo Calisto, Luís Filipe Vieira, WoodNews, Maria Helena Fão, Teresa Santana, Carlos Fernandes, José Moura dos Santos, João Curiti, Vítor Pomar, A.Carrilho, Miguel Castro, Marcel Schmitz, João Matos, Rogério Monteiro, Victor Domingos, Adelina Leal, José Carlos Barbosa, João Agostinho, Carlos Simões-Lopes, Filipe Ribeiro, Rui Gama. Pantapuff, Rui Oliveira, Francis Medeiros, Armando Fernandes, Carlos Monteiro, Helder Fonseca, Henri Sanrame, João Paulo Saragoça, Marco Costa, Bruno Nogueira. Mota Araújo, Armando Fernandes, Manuel e Marília Mota, Pedro Rodrigues, Ana Isabel Leal, Rui Vieira da Silva, Oikos, Rui Neves, Jaime Fernandes, João Mendes, Alexandre Baptista, Gustavo Morais, Cláudio Vieira Alves, Psicosoma, 382u, Sofia Barata, TV Record, João Nuno, Nuno Luz, Leonor Tomé, Mafalda Silva, Helena Rocha, Filipe Silva, José Mota, PDuarte. Manuel Cerqueira
Pode ver aqui o cartão de Boas Festas do "Reflexões de um cão com pulgas".
A manhã de todos os Natais
Sempre me impressionaram as bonecas que abriam e fechavam os olhos. Sim, dessas, não das outras que só me impressionaram bem mais tarde. Lembro-me delas, das primeiras, que as minhas irmãs recebiam em contraponto aos meus cowboys de plástico e cinturões com coldres e pistolas de fulminante cujos rolos nunca duravam até Fevereiro por culpa das guerras que eu municiava nas escadas do prédio onde morava. Eram guerras solitárias, não havia mais rapazes no prédio e eu matava sombras e tapetes de porta, candeeiros de tecto e árvores da borracha que se davam bem nos patamares dos últimos andares por debaixo da clarabóia. Pam-pam-pam era matar a torto e a direito, até se esgotarem os fulminantes ou a paciência da minha mãe ou dos vizinhos. Mas volto onde estava, às bonecas de sobrancelhas espessas e olhar de vidro, cujas pálpebras se fechavam quando em posição horizontal. Impressionava-me o gesto técnico, quase perfeito. Não entendia como é que aquilo era possível. Os meus cowboys e guerreiros Navajo, Soshosne ou Pés Negros nunca fechavam os olhos, nem mesmo quando morriam de algum tiro mais certeiro. Mas esta inquietação do desconhecido não iria durar muito, nunca durava muito, ainda hoje sou por vezes tomado pelo frémito da descoberta e aí vou, à desfilada, em busca do universal conhecimento. Sei que preparei o crime com cuidada premeditação. Uma faca afiada, uma cabeça de boneca que por lá rebolava descuidada. O crime não compensou. Eram apenas dois pesos num balancé de arame, emoção que não compensou a cabeça de borracha, de olhos vazados, ali desfigurada. Ninguém deu pelo assassinato. A cabeça enfiei-a no lixo depois da descoberta e nunca mais a vi, pelo menos fisicamehte porque em sonhos ela aparece-me muitas vezes.
O Seringador
Há anos que me falavam dele, de O Seringador, como concorrente do Borda D'Água, o popular almanaque português. Este ano foi-me oferecido um exemplar do "Reportório crítico-jocoso e prognóstico diário para 2009", exemplar esse que me fará companhia e contraponto ao outro. Algumas peculiaridades lhe encontro: Bom papel, folhas separadas (ena!) e uma muitíssimo mais avançada idade que o seu concorrente directo (144 anos contra os 80 do Borda d'Água). Lello Editores, sem preço de capa. As ilustrações parecem ser do tempo da fundação, mas isso é o que menos importa quando se trata de saber a que dia calha o mercado semanal de Esmolfe, Penalva do Castelo
O Natal
Entrei num oculista para comprar dois milímetros de silicone que me faziam uma falta danada nas armações dos óculos. Paguei trinta cêntimos e perguntaram-me se queria um saco. Eu disse que sim. Conheço mulheres que matariam por silicone deste.
Martim Moniz (Próxima estação Esperanza)
Não deve haver em todo o universo de Metropolitanos uma estação com uma iconografia escultórica tão apropriada quanto a do Martim Moniz...
23 dezembro 2008
O caçador de pérolas
Eucaristia:
o Santíssimo Sacramento do altar;
sacramento em que, segundo o dogma católico, o corpo e o sangue de Jesus Cristo estão presentes sob as espécies do pão e do vinho; as próprias espécies depois de consagradas.
A palavra "eucarística" usada neste contexto não faz sentido
It's that time of the year!
Chegou aquela época do ano em que os imbecis agarram em TODA a sua lista de contactos e expedem cínicos cartões de Boas Festas a pessoas a quem não ligaram pevide o ano todo (quando deviam ter ligado) e ficam de bem com as suas conscienciazinhas. Infelizmente o número de imbecilidades registadas este ano é de cinco e ainda nem chegámos ao Natal...
O caçador de pérolas
"A Polícia Judiciária ainda não conseguiu identificar os presumísseis assassinos(...)" in Expresso online, 19/12/2008 - Pérola enviada por Filipe Silva
Where the hell is Matt?
É considerado por muitos (e eu também concordo) como um dos melhores "viral videos" de 2008. Matt, um americano que deixou o emprego para fazer uma viagem longa. Durante essa viagem, precisamente em Hanoi, Matt foi filmado por um amigo a dançar desajeitadamente. O video depressa começou a circular pela Web mas foi o suficiente para despertar a atenção de um fabricante de pastilhas elásticas que o convidou a visitar centenas de países onde se pudesse deixar filmar a dançar. É a compilação de inúmeros desses momentos que este video retrata.
22 dezembro 2008
The stuff that dreams are Maddof
Uma das peculiaridades das vidas empresariais é que o controlo de segurança financeira tende a ser mais apertado nas bases que nos topos das pirâmides corporativas. Curiosamente a hipótese de fraude ou irregularidade de gestão é bastante maior no topo que na base em razão das oportunidades surgidas. Tenho estudado o fenómeno e já deparei com situações épicas de fraude provenientes de seres absolutamente insuspeitos que ganham de goleada aos pequenos delitos cometidos. A diferença é que a fraude em grande escala tende a ser lavada e contabilizada semi-obscuramente e a de pequena monta escalpelizada ao detalhe mais ínfimo sendo o culpado, por norma, enforcado em praça pública com grande espalhafato e pompa.Diz-me A. que tropeçou por mero acaso na estrutura onde labora, num golpe razoável. Diz-me que, ao contrário de situações similares em que fez escalar o assunto, que desta vez o não fará. Porque teme que promovam o culpado. "É que ele já faz estragos suficientes no cargo que ocupa. E tenho medo que, como de costume, matem o mensageiro".
O caçador de pérolas
..."Desejo a todos os colegas festas muito felizes e um Excelente Ano Novo, com tudo de bom, incluisé Amor, Sucesso, Saúde e que todos os desejos se realizem."
On the road again
É verdadeiramente peculiar e quiçá ajustado que o porta-voz do Observatório da Segurança de Estradas que hoje apresentou um relatório penalizador para a maioria das estradas portuguesas no que ao aquaplaning diz respeito, se chame Nuno Salpico.
21 dezembro 2008
O caçador de pérolas
"...era alguém que tinha uma prenúncia estrangeira."
Pronúncia:
s. f.,
emissão de vozes da linguagem falada;
acto ou modo peculiar de pronunciar;
despacho judicial, declarando alguém indiciado como autor ou cúmplice de crime.
A palavra "prenúncia" não existe.
Pronúncia:
s. f.,
emissão de vozes da linguagem falada;
acto ou modo peculiar de pronunciar;
despacho judicial, declarando alguém indiciado como autor ou cúmplice de crime.
A palavra "prenúncia" não existe.
20 dezembro 2008
Oh mãe! Estou no Expresso
Estou aqui a tentar perceber como é que uma pessoa que diz que eu a faço por vezes bocejar diz que essa afirmação é um elogio... ;) Vou aproveitar e reflectir sobre um folheto do meu fornecedor de Internet, papel que retirei há pouco da minha caixa de correio e que oferece os MESMOS serviços de que eu disponho por 40 Euros/mês por metade do preço e me continua a cobrar o mesmo valor com o rótulo "Cliente empresarial"...
19 dezembro 2008
Back to the future
..."O Sporting vai defrontar o Bayern Munique nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O primeiro confronto será disputado no Estádio José Alvalade, a 24 ou 25 de Fevereiro, com a segunda mão marcada para 10 ou 11 de Fevereiro."... In Record Online, enviado por Guilherme Gouveia.
Coisas simples e tamanhas
Conheci-o há uns anos, não sei quantos, não marco nas minhas agendas algumas datas e depois arrependo-me, num estúdio de rádio durante uma emissão. Nas pausas musicais fomos discutindo as vantagens e desvantagens de usar um Mac como computador pessoal. Renitente, teimoso e agarrado não sei bem a quê, contestou vivamente os conselhos que eu e o Markl lhe íamos dando. Que não, que era caro que era diferente, que depois não era compatível com nada, blá blá blá.... Não sei quantas vezes já tive este modelo de conversa, era mocinho para entrar em piloto automático quanto mais não seja pelo número de vezes que já fui à náusea neste tipo de argumentação que nunca mais acaba. O tempo foi passando, os desgostos dele com outra plataforma foram fatalmente sucedendo e um dia dei com ele aos comandos de um iMac. Fiquei admirado, honra seja feita ao Markl que tanto lhe deve ter dado na cabeça que ele assumiu a escolha. Anteontem dei-lhe alguns conselhos sobre redes, especificamente sobre as vantagens da mobilidade, de poder aceder à Web a partir de um sofá (o que é horrível para a produtividade...), na cozinha ou na casa de banho. Riu-se, que não, que não estava a ver-se a beneficiar da Web na casa de banho, ah pois não, chora que logo bebes, "hás-de cá vir", a gente depois conversa. Ligeiramente céptico inquiriu sobre as questões técnicas, se isso é mesmo assim como estás a dizer ou depois é o Ai Jesus, uma desgraça, as coisas irão funcionar? Pois funcionaram e como o próprio me diria: "Houve grande alegria e talvez até alguma emoção". Um abraço, Pedro Ribeiro e quando me mandares um email a partir da casa de banho lá de casa não te esqueças de me dizer...
18 dezembro 2008
A melhor piada que li hoje
"...Os trabalhadores de empresas de tecnologia são os que melhor vão passar as festas de Natal, este ano, segundo um estudo realizado pela cadeia Holiday Inn, que já alojou mais de 300.000 pessoas que participaram em festas de empresas este natal, no Reino Unido."
Intermezzo
Algumas dificuldades ao nível da visão impedem-me temporariamente de dar a estas páginas a atenção habitual. Retomarei a publicação assim que possível (e é bom que seja rápido antes que eu fique maluco...)
17 dezembro 2008
Somos um país de merda
É só. Obrigado pela atenção.
Um ano e meio depois de ter dirigido uma carta à Administração de um Centro de Saúde, pedindo que o horário da portaria fosse explícito quanto aos dias em que as horas de funcionamento de facto se aplicam, uma vez que o mesmo induzirá em erro as pessoas que numa urgência ficam sem saber onde se dirigir, tudo permanece igual. É provável que não tenha havido tempo.
Um ano e meio depois de ter dirigido uma carta à Administração de um Centro de Saúde, pedindo que o horário da portaria fosse explícito quanto aos dias em que as horas de funcionamento de facto se aplicam, uma vez que o mesmo induzirá em erro as pessoas que numa urgência ficam sem saber onde se dirigir, tudo permanece igual. É provável que não tenha havido tempo.
16 dezembro 2008
Porquê eu?
Por razões várias que não são para aqui chamadas fui obrigado a requerer um Certificado de Habilitações do meu percurso escolar. Parece simples, é simples, menos para mim. O estabelecimento de ensino onde finalizei os meus estudos encerrou. Não parece grave (mas é hábito como alguns de nós bem sabemos). A instituição que recebeu os arquivos também encerrou, o que sendo aborrecido realça também o padrão. Andei de telefone em telefone em busca dos meus registos e depois de preciosas ajudas e conversas várias com telefonistas de meia Lisboa, consegui chegar à minha praia em Belém. Quando informei ao que ia fui posto de sobreaviso. "Os arquivos dessa Escola chegaram-nos num estado indescritível... Não é a primeira pessoa a quem dizemos que não foi possível emitir o Certificado...". Fiquei preocupado. Ninguém me sabe dizer o que acontece num caso destes. Já me lembrei de sugerir um Certificado emitido pela Universidade Moderna, mas suponho que já esteja também fechada. E agora? Voltamos à Primária?
Eu é que sou o Presidente da Junta (II)
Correcção feita ao post "Eu é que sou o Presidente da Junta" que continha informação imprecisa. As minhas desculpas ao autor.
De pequenino
Pai, Mãe, Avós, todos à vez tentaram arrancar aos nove meses de gente a primeira vocalização que fizesse sentido. "Ma-mã", "Vó-vó", Pa-pá" insistiram em sacar-lhe a repetição silábica. Porém, ele, sábio como é próprio dos Pedros, decidiu contrariá-los e dizer, pausada e distintamente "Ba-ta-ta".
15 dezembro 2008
O caçador de pérolas
..."Mesmo que seja o festival da canção, ou o concurso de berlindes e guelras."
Os marcos
"Pedro, vai buscar a latinha e as chapas e vamos correr os marcos...". Era assim, mais ou menos, provavelmente sem as reticências, que o meu avô me dizia de tempos a tempos. Isto significava que eu ia buscar uma lata de tinta encarnada e um pincel que lhe estava sempre agarrado, ia no mesmo caminho agarrar umas chapas que eu achava muito curiosas, com as iniciais JN vazadas em folha-de-flandres e saíamos direitos às hortas em busca de marcos delimitadores das propriedades. Mais erva menos erva, endireita daí que eu cavo daqui, mais coisa menos coisa, a tarefa passava sempre por libertar o marco da vegetação que o envolvia (coisa rara porque naqueles tempos os campos eram bem menos verdes), aplicar-lhe no topo o rectângulo de chapa e pincelar o JN dentro do molde. Era assim que se faziam visitas regulares a bocados de terra onde raramente nos deslocávamos, salvo desgraça natural ou provocada. Era a mim que me competia pichar as letras desmaiadas por anos de sol e rasto de caracol errante e deixá-las vernelhas berrantes de fresco. Não me lembro quantas vezes fui "aos marcos" mas de quando em vez lá calhava. Em terra de minifúndio era assim que se reclamavam propriedades. Retalhos. Tabuleiros de terra e tudo o que nela estivesse contido. Aquelas iniciais gritavam a posse e valiam bem mais que uma caderneta predial. A história contemporânea portuguesa está cheia de paginas de sangue derramado em desavenças de água cortada e de marcos tombados ou arrancados. Arrancar um marco delimitador sem a autorização do dono equivalia a ofensa grave e era tido pelo ofendido como questão de honra. Trinta e muitos anos depois fui de novo intimado a "ir aos marcos". Não sei se as chapas ainda existem embora me não espantasse que sim, a tinta deve estar seca e nem falo do pincel que já com toda a certeza viu melhores dias. Pensei em ir munido de GPS, coisa moderna que faria com toda a certeza o meu avô sorrir e perguntar algo como "Olha lá, como é que isso pinta?".
14 dezembro 2008
Das boas intenções
Atingi a minha quota anual de esterco corporativo. Nos próximos dezassete dias, e antes de eu fazer o reset anual ao meu nível indicador destas coisas, agradeço que não me tentem motivar com frases tão bonitas quanto ocas e pejadas de erros, nem me cantem lindas canções sobre partilha de responsabilidades para depois abandonarem o índio frente à porta do forte no preciso momento em que o desgraçado conseguiu finalmente abrir a porta. Vá. Não é difícil, são apenas dezassete dias.
Sons
Vagueava pelos frios corredores do supermercado local quando ouvi algo que desviou a minha atenção das pasta dentífricas. "Desculpe, sabe dizer-me onde encontro um fardo de palha?". Levantei a cabeça, espantado. Desfiz o equívoco quando a ouvi dizer para o marido "O Eduardo pediu-me batata-palha". Voltei às pastas. "Flúor ou Camomila?"
13 dezembro 2008
Qual Bimby! Eu quero um fogão servidor
..."Somos uma casa que se dedica totalmente á reciclagem de material absoleto como computadores, fogões servidores, esquentadores, maquinas, prateleiras metálicas, alumínios, ferros, ups, carregadores, todo o tipo de cabos de ligação, aquecedores, peças de informática soltas avariadas etc." Pérola nacarada por Jorge Mourinha.
Faz tempo, pelo exposto
"...Há em Azeitão Casa da Misericórdia, que foi obra da piedade de D. Affonso de Lencastre, Marquez de Porto-Seguro, seu primeiro Provedor, filho do Duque de Aveiro Dom Alvaro, cuja erecção foi no ano de 1622"
Via: Socialíssimo
Via: Socialíssimo
Alt.Prt.Sc Episódio #6
A propósito do episódio #6 do videocast do Alt.Prt.Sc, também eu achei achei deveras curioso que a lusa blogosfera Apple não se tivesse manifestado (muito) sobre os Simpsons e as suas alusões a Cupertino. Amigos e conhecidos disseram-me mesmo ter ficado algo escandalizados com o sucedido o que me fez reflectir sobre a nossa capacidade de nos rirmos de nós próprios, capacidade essa que muito prezo e que pretendo continuar a cultivar. No arrasto deste video apareceu-me também o John C. Dvorak a jogar X-Plane com o meu defunto iPhone. (Defunto porque depois da brincadeira o mesmo caiu ao chão e o vibrador nunca mais foi o mesmo...).
VD, gostei muito da coreografia das cadeiras sincronizadas... ;)
Eu é que sou o Presidente da Junta
Cumpre aqui fazer uma correcção porque a informação de créditos da imagem estava errada. A imagem é da autoria de Luís Filipe Catarino (a quem peço desculpa pela involuntária incorrecção) tendo-me sido enviada por Rui Fernandes. Agradeço também ao Ricardo Branco ter-me feito o alerta do que era necessário e imperioso corrigir. Informo ainda que existem no site da Presidência mais algumas imagens referentes ao evento.
12 dezembro 2008
Não fui eu que inventei...
"...Para além do fim dos plenários à sexta-feira, o ex-presidente da Assembleia da República defendeu ainda um aumento de salário para os deputados para melhorar a imagem dos mesmos e credibilizar a classe política portuguesa." Palavras de Almeida Santos ditas hoje aos microfones da TSF.
Sugiro mais umas benesses: Um Rolls na garagem de cada um, e décimo sexto mês, e seis meses de férias por ano! Sim, estou a brincar, mas não fui eu que comecei...
Sugiro mais umas benesses: Um Rolls na garagem de cada um, e décimo sexto mês, e seis meses de férias por ano! Sim, estou a brincar, mas não fui eu que comecei...
O caçador de pérolas
"...revista J escolheu para a capa esta bela modelo.A morena Marta Cruz foi convidada a pousar em trajes menores"
Volta Maria Emília!
"O posto de abastecimento de combustíveis da BP em Esposende foi igualmente alvo de um assalto, realizado por três homens encapuzados munidos de uma arma branca e uma faca."
Correio da Manhã, 12/12/2008
Correio da Manhã, 12/12/2008
Meu Pai, a Química e o Mac (por Fernando Salem)
"Meu pai se aposentou com 65 anos. Cheio de energia. Vinha de uma carreira de sucesso como químico da área têxtil. O conhecimento acumulado valia ouro para os novos talentos do mundo dos corantes, e algo tinha de ser feito para passá-lo adiante. Nos classificados da revista _Macmania_, um velho Classic pela bagatela de 100 paus. Eu e meu pai fomos ao endereço, na Mooca. Escolas Salesianas. O dinossauro na caixa era de um simpático padre. Compramos. Dois Salem-sianos convertidos! A interface lúdica da Apple encantou meu pai. Feito criança, ele brincou com o sistema 7.1, colecionou ícones, criou desktops e ficou imbatível no Tetris.
Pouco depois, os Performa 630 invadiram os supermercados. Comprei um. Tela colorida, drive de CD e modem. Papai ficava hipnotizado com os protetores de tela lisérgicos. Ria ao se lembrar das torradeiras e peixinhos do PC, em contraponto com as viagens delirantes do Mac. E me ligava no meio da noite para dizer que teclando Shift, Control e mais algum caractere fazia vodus inacreditáveis. Depois, ele descobriu o Claris Works que, antes da Microsoft, propunha uma convivência amigável entre texto, planilha, desenho, banco de dados, pintura e slide show. E a investida do sexagenário virou coisa séria. Ele começou a colocar no Mac, tudo o que sabia, de forma inquieta e criativa. Mostrou os trabalhos aos colegas e a reação química foi imediata. Uma obra inédita e inventiva. Nada de firulas e textos áridos. As presentations eram poemas concretos, ilustrados e atraentes. Meu pai foi convidado para ministrar cursos e palestras pelo Brasil. E lá foi ele, em um tour de dar inveja a qualquer popstar.
Durante anos, fez milagres convertendo arquivos para que rodassem nos velhos PCs das indústrias e universidades. Passou para o Performa 5500. Com o novo Office, a relação entre Bill Gates e Steve Jobs se tornava amistosa. A internet era rápida e meu pai pesquisava o uso do bambu como matéria-prima sustentável. Completou 80 anos online e com soluções avançadas. Convertia os amigos pecezistas à plataforma OS como convertia seus arquivos. O tempo correu e o Performa deu sinais de senilidade. Foi quando o eMac G4 branquinho pousou na mesa de seu escritório. Fotos, filmes e arquivos de áudio invadiram o HD. Downloads e uploads frenéticos. Pastinhas enchendo o iPhoto de orgulho. Músicas do Chico Buarque no iTunes. Mas algo ainda irritava. Na hora de se apresentar, um cedezinho na mala tremia de medo de enfrentar a antipatia de algum velho PC. Eu entendia a vertigem do meu pai e dei-lhe um iBook G4. O novo desafio: pilotar o dataShow. “Mas e os adaptadores de vídeo? Vão funcionar?”. “Leve todos, um deles tem que funcionar”. Funcionou.
Julho de 2008. Meu pai voltou orgulhoso de Blumenau. Próximo destino: Fortaleza. Combinamos que usaria o Keynote no lugar do PowerPoint. Um passo decisivo para se livrar das transições manjadas, gráficos de pizza e outras breguices. Mas outra viagem apareceu. Resolveu-se que papai trocaria uma válvula mitral de seu coração. Algo simples, como a troca de um pente de memória RAM. E dessa viagem ele não voltou não. A medicina não soube processar a conversão, e meu pai não foi salvo. Os médicos me disseram que esse era o seu “plano de vida”. Mas não era. O plano do meu pai ainda abrigava um processador Intel Core2Duo, beijocas na minha mãe, transições artísticas no Keynote, idas ao cinema, viagens com os netos e um iPhone 3G. Um Mac nunca morre, e meu pai também. Nos meus sonhos, vejo-o ligando para o Rafael da Officina para resolver o conflito operacional de seu coração. Steve Jobs tendo idéias cirúrgicas para recuperar seu sistema circulatório. Na química entre pai e filho, os conflitos têm soluções. A vida não faz backup, mas tenho muitas coisas arquivadas na memória. Muitos gigabytes de afeto pra serem processados. No meu HD há uma pasta chamada Vidal, e lá ainda vou colocar muita coisa. E, quem sabe, essas mal digitadas linhas cheguem até o meu pai lá no ciberespaço."
Pouco depois, os Performa 630 invadiram os supermercados. Comprei um. Tela colorida, drive de CD e modem. Papai ficava hipnotizado com os protetores de tela lisérgicos. Ria ao se lembrar das torradeiras e peixinhos do PC, em contraponto com as viagens delirantes do Mac. E me ligava no meio da noite para dizer que teclando Shift, Control e mais algum caractere fazia vodus inacreditáveis. Depois, ele descobriu o Claris Works que, antes da Microsoft, propunha uma convivência amigável entre texto, planilha, desenho, banco de dados, pintura e slide show. E a investida do sexagenário virou coisa séria. Ele começou a colocar no Mac, tudo o que sabia, de forma inquieta e criativa. Mostrou os trabalhos aos colegas e a reação química foi imediata. Uma obra inédita e inventiva. Nada de firulas e textos áridos. As presentations eram poemas concretos, ilustrados e atraentes. Meu pai foi convidado para ministrar cursos e palestras pelo Brasil. E lá foi ele, em um tour de dar inveja a qualquer popstar.
Durante anos, fez milagres convertendo arquivos para que rodassem nos velhos PCs das indústrias e universidades. Passou para o Performa 5500. Com o novo Office, a relação entre Bill Gates e Steve Jobs se tornava amistosa. A internet era rápida e meu pai pesquisava o uso do bambu como matéria-prima sustentável. Completou 80 anos online e com soluções avançadas. Convertia os amigos pecezistas à plataforma OS como convertia seus arquivos. O tempo correu e o Performa deu sinais de senilidade. Foi quando o eMac G4 branquinho pousou na mesa de seu escritório. Fotos, filmes e arquivos de áudio invadiram o HD. Downloads e uploads frenéticos. Pastinhas enchendo o iPhoto de orgulho. Músicas do Chico Buarque no iTunes. Mas algo ainda irritava. Na hora de se apresentar, um cedezinho na mala tremia de medo de enfrentar a antipatia de algum velho PC. Eu entendia a vertigem do meu pai e dei-lhe um iBook G4. O novo desafio: pilotar o dataShow. “Mas e os adaptadores de vídeo? Vão funcionar?”. “Leve todos, um deles tem que funcionar”. Funcionou.
Julho de 2008. Meu pai voltou orgulhoso de Blumenau. Próximo destino: Fortaleza. Combinamos que usaria o Keynote no lugar do PowerPoint. Um passo decisivo para se livrar das transições manjadas, gráficos de pizza e outras breguices. Mas outra viagem apareceu. Resolveu-se que papai trocaria uma válvula mitral de seu coração. Algo simples, como a troca de um pente de memória RAM. E dessa viagem ele não voltou não. A medicina não soube processar a conversão, e meu pai não foi salvo. Os médicos me disseram que esse era o seu “plano de vida”. Mas não era. O plano do meu pai ainda abrigava um processador Intel Core2Duo, beijocas na minha mãe, transições artísticas no Keynote, idas ao cinema, viagens com os netos e um iPhone 3G. Um Mac nunca morre, e meu pai também. Nos meus sonhos, vejo-o ligando para o Rafael da Officina para resolver o conflito operacional de seu coração. Steve Jobs tendo idéias cirúrgicas para recuperar seu sistema circulatório. Na química entre pai e filho, os conflitos têm soluções. A vida não faz backup, mas tenho muitas coisas arquivadas na memória. Muitos gigabytes de afeto pra serem processados. No meu HD há uma pasta chamada Vidal, e lá ainda vou colocar muita coisa. E, quem sabe, essas mal digitadas linhas cheguem até o meu pai lá no ciberespaço."
Fernando Salem in Revista Mac+
11 dezembro 2008
Nomes de Blog
Já aqui confessei uma vez que a escolha do nome deste blog foi um trabalhinho muito mal feito. Sem que eu tenha tido o cuidado de me esmerar na escolha de um título original (há outro Cão com hífens e com pulgas), mas já dei por ela muito tarde. E já estava tão enjoado com nomes possíveis que avançou mesmo assim. Dos múltiplos nomes que vou encontrando por esse mundo fora vou conhecendo alguns que muito honestamente invejo. Destaco dois nomes. O "They Are Running out of You" e o "Um dia talvez eu chova". Fica a inveja destacada.
O caçador de pérolas
"...Faço parte de uma empresa jovem e emprenderora ... e o seu nome foi-me recumendado ... um preço não tão elavado."
Não fui eu que inventei
Não sei nesta altura se o javali já teve alta e muito menos se pagou as taxas moderadoras. Via: Bilhas
It's payback time!
Se é verdade que é quase sempre dia do caçador, outros há em que a caça se revolta...
Jesus e a lancha voadora
Após ter feito capotar a lancha voadora de seu Pai, lancha com a qual se tinha escapulido sem autorização, Jesus Cristo abandona rapidamente o local do acidente, antes que o Pai descubra...
Problemas da criminalidade
..."Filho de Sócrates foi assaltado perto de casa. O filho mais novo do primeiro-ministro, José Sócrates, foi assaltado na passada sexta-feira, perto de casa em Telheiras, por quatro indivíduos que o ameaçaram com facas. Eduardo Fava Pinto de Sousa de 13 anos estava acompanhado com um outro adolescente da mesma idade quando foram atacados pelos ladrões que lhe roubaram um telemóvel e um iPhone, avança o 24Horas."
Capisce? Um telemóvel e um iPhone.
Capisce? Um telemóvel e um iPhone.
10 dezembro 2008
Is that a parabole or a very subtle joke?
Quando hoje ouvi um deputado, um daqueles que faltaram à votação de Sexta declarar para os microfones e câmaras da RTP que a sua ausência se devera ao facto de na véspera ter ido a um jantar do Boavista SAD, jantar esse que acabara tarde e que era desumano (eu repito caso vos tenha passado ao lado), desumano, ter de fazer uma directa, achei que se tinha atingido o limite da pouca vergonha. Mas não tinha. O mesmo indivíduo, retorquiu à jornalista que a deslocação era "sem dúvida, trabalho político".
Eu não faço ideia de quem seja a Excelência, não faço nem vou querer saber. Mas gostava de lhe dizer, ao abrigo da mesma lata que a Excelência utilizou para proferir tal dislate, que V.Exa não sonha sequer o alcance da palavra desumano. Desumano, é trabalhar numa mina durante oito horas. Desumano é ganhar-se o salário mínimo e ter de fazer contas ao centavo para fazer o salário chegar ao fim do mês. Ir ao Porto a um jantar de benemerência (sim, o Boavista SAD organizou um jantar de benemerência para angariação de fundos e foi a esse jantar que a Excelência foi) e ainda ter o topete de me fazer ouvir uma coisa destas também me parece um bocado desprovido, não de humanidade, mas de siso. Desumano é eu ter de ajudar a pagar-lhe o salário!
Já anteontem ouvi Guilherme Silva sugerir que se evitassem sessões plenárias à Sexta Feira. Apeteceu-me ligar para o Grupo Parlamentar do PSD e perguntar se querem que lhes vá levar os papelinhos a casa. Não o fiz porque corria o risco de ninguém me atender o telefone. (Era Terça, a seguir a um feriado...)
Eu não faço ideia de quem seja a Excelência, não faço nem vou querer saber. Mas gostava de lhe dizer, ao abrigo da mesma lata que a Excelência utilizou para proferir tal dislate, que V.Exa não sonha sequer o alcance da palavra desumano. Desumano, é trabalhar numa mina durante oito horas. Desumano é ganhar-se o salário mínimo e ter de fazer contas ao centavo para fazer o salário chegar ao fim do mês. Ir ao Porto a um jantar de benemerência (sim, o Boavista SAD organizou um jantar de benemerência para angariação de fundos e foi a esse jantar que a Excelência foi) e ainda ter o topete de me fazer ouvir uma coisa destas também me parece um bocado desprovido, não de humanidade, mas de siso. Desumano é eu ter de ajudar a pagar-lhe o salário!
Já anteontem ouvi Guilherme Silva sugerir que se evitassem sessões plenárias à Sexta Feira. Apeteceu-me ligar para o Grupo Parlamentar do PSD e perguntar se querem que lhes vá levar os papelinhos a casa. Não o fiz porque corria o risco de ninguém me atender o telefone. (Era Terça, a seguir a um feriado...)
Mas é que tem mesmo muita graça
Numa semana em que os nossos deputados fizeram as manchetes nos jornais por causa das baldas de Sexta Feira, é verdadeiramente hilariante clicar no link http://www.parlamento.pt/deputados.
09 dezembro 2008
Genesis, o capítulo desconhecido
E Adão disse, "Senhor, quando eu estava no Paraíso acompanhaste-me todos os dias. Agora já te não vejo. Estou sozinho aqui e é difícil lembrar-me quanto tu gostas de mim." E o Senhor disse, "Não há problema! Vou criar para ti uma companhia que estará contigo para sempre e que será um reflexo do meu amor por ti de forma a que me ames mesmo quando não me possas ver, mesmo que venhas a ser egoísta e infantil, esta companhia que te criarei aceitar-te-á como quer que sejas e gostará de ti tanto quanto eu, apesar de ti mesmo."
E o Senhor criou um novo animal de companhia para Adão. E era um bom animal. E o Senhor ficou contente. E o novo animal ficou contente por estar com Adão e abanou a cauda. E Adão disse, "Senhor, já dei nome a todos os animais do reino e não consigo pensar num outro nome para este animal." E o Senhor disse, "Não há problema! Porque eu criei este animal à imagem e semelhança do meu amor por ti, o nome dele será um reflexo do meu próprio nome e chamar-se-á 'Cão'."
E o Cão viveu com Adão, fazendo-lhe companhia e gostando dele. E Adão estava conformado. E o Senhor ficou contente. E o Cão ficou contente e abanou a cauda. Uns tempos depois sucedeu que o Anjo da Guarda de Adão chegou ao Senhor e disse, "Senhor, Adão ficou um ser orgulhoso. Pavoneia-se por aí e crê firmemente que é digno de adoração. O Cão fez-lhe de facto acreditar que é amado, mas talvez tenha sido em demasia."
E o Senhor disse, "Não há problema! Criarei para ele uma companhia que estará com ele para sempre e que o verá exactamente como ele é. Esta companhia recordar-lhe-á as suas próprias limitações de forma que ele saiba que nem sempre é digno de ser adorado."
E o Senhor criou o Gato para ser uma companhia para Adão. E o Gato não obedecia a Adão. E quando Adão olhava nos olhos do Gato, isso lembrava-lhe que ele não era o ser supremo. E Adão aprendeu a humildade. E o Senhor ficou contente. E Adão melhorou bastante. E o Cão ficou contente. E o Gato esteve-se nas tintas.
E o Senhor criou um novo animal de companhia para Adão. E era um bom animal. E o Senhor ficou contente. E o novo animal ficou contente por estar com Adão e abanou a cauda. E Adão disse, "Senhor, já dei nome a todos os animais do reino e não consigo pensar num outro nome para este animal." E o Senhor disse, "Não há problema! Porque eu criei este animal à imagem e semelhança do meu amor por ti, o nome dele será um reflexo do meu próprio nome e chamar-se-á 'Cão'."
E o Cão viveu com Adão, fazendo-lhe companhia e gostando dele. E Adão estava conformado. E o Senhor ficou contente. E o Cão ficou contente e abanou a cauda. Uns tempos depois sucedeu que o Anjo da Guarda de Adão chegou ao Senhor e disse, "Senhor, Adão ficou um ser orgulhoso. Pavoneia-se por aí e crê firmemente que é digno de adoração. O Cão fez-lhe de facto acreditar que é amado, mas talvez tenha sido em demasia."
E o Senhor disse, "Não há problema! Criarei para ele uma companhia que estará com ele para sempre e que o verá exactamente como ele é. Esta companhia recordar-lhe-á as suas próprias limitações de forma que ele saiba que nem sempre é digno de ser adorado."
E o Senhor criou o Gato para ser uma companhia para Adão. E o Gato não obedecia a Adão. E quando Adão olhava nos olhos do Gato, isso lembrava-lhe que ele não era o ser supremo. E Adão aprendeu a humildade. E o Senhor ficou contente. E Adão melhorou bastante. E o Cão ficou contente. E o Gato esteve-se nas tintas.
Arte
Vim de visitar uma casa em que se respira arte em todas as divisões. Pomar, Cargaleiro, Maluda, Paula Rego, a lista é extensa e eu não visitei nem dois terços das assoalhadas. Há arte exposta, arte por expor, arte embalada à espera de peritos que a hão-de pendurar. Senti-me um bocadinho intimidado, com medo até de partir alguma coisa em algum movimento mais brusco. Arrepiei-me quando me disseram "Este é um Picasso de 1960" (como se eu não soubesse ler) "e é o quadro mais valioso cá em casa". Senti-me pequenino. A dada altura (e ninguém me perguntou nada) dei comigo a pensar que o quadro mais valioso que tenho em minha casa é um EDP de 2000 que me custa os olhos da cara.
Alta competição
Na foto Maria Canilhas, atleta de alta competição, que não precisa de Photoshop para fazer o que faz. A mim, mesmo sem me ter mexido na cadeira fica-me uma dor aguda nas virilhas...
Dvorak revisitado (II)
Como mencionado na caixa de comentários mas correndo o risco de se perder na corrente, aqui fica um registo áudio sobre a visita de John Dvorak a Lisboa.
08 dezembro 2008
An army of commited nobodies
Há uns anos houve na minha vida profissional um daqueles gestores imbecis cuja única qualidade é fazerem o que lhes é ordenado sem sequer pensar, daqueles de quem temos pena quando os vemos dirigir os destinos de uma corporação ou de quem temos ainda maior pena ao saber que choram quando sentem o rabinho apertado (life's a bitch, hum?) que me intimou "a não fazer ondas" sobre determinadas matérias. Não respeitei a intimação. Ganhei o meu próprio respeito e tenho a certeza de ter escolhido o caminho certo, mais a mais quando hoje tenho a certeza de ter mantido no corpo uma coluna vertebral que alguns outros nem sabem o que é, por serem exactamente o que são, fantoches e paus mandados que ninguém respeita ou admira. De uma pequena discussão estéril que nem sequer começou porque eu saí da sala com um sonoro "Poupa-me!" embora me tivesse preparado para um discurso retórico sobre os que não são "ninguém" na indústria mas que apesar disso são respeitados e seguidos. Como disse, a discussão não chegou a existir. Recordei-a hoje pelas teclas do Paulo Querido e pela mente de Guy Kawasaky que escreveu um excelente post sobre o uso do Twitter como ferramenta.
Mudanças
Não a conheço mas li dela uma das melhores descrições de "switching" que já me foi dado apreciar. Que aqui copio sem ter pedido a devida autorização.
"Mudar de um PC para um Mac é como sair de casa e ir para um hotel.
Perde-se aquele conforto, a familiaridade.
Uma pessoa, em casa, está habituada a conviver com aquela racha na parede, aquela porta que encrava, aquela torneira que pinga e o esquentador que se desliga a meio do banho. Uma gaveta de tralha que só abre com umas pancadinhas no sítio certo e aquele emaranhado monstruoso de cabos atrás do móvel, tão mau que até evitamos lá ir limpar o pó. O calcário nas torneiras, uma infiltração no canto do chuveiro, vizinhos intrometidos e por aí fora...
Problemas e desconfortos reais, mas aos quais nos habituámos e com os quais convivemos já sem consciência do incómodo (e perda de tempo) que nos impõem todos os dias. É a nossa casa, é a nossa vidinha de sempre. Conseguimos viver, comer e dormir ali. Está tudo bem.
E de repente uma pessoa muda-se de armas e bagagens para um hotel. Dos bons.
Nos primeiros dias é aquela sensação de luxo, misturada com um "não me sinto em casa". Mas, ao mesmo tempo, "nunca mais quero sair daqui". Não há "pequenos problemas" (nem grandes), é tudo como devia ser sempre. Um serviço de 5 estrelas.
As instalações são perfeitas, o serviço é rápido e eficaz, a cama aparece feita e o quarto limpo todos os dias. O que precisarmos, só temos de pedir. E é tudo mais bonito e arejado."
"Mudar de um PC para um Mac é como sair de casa e ir para um hotel.
Perde-se aquele conforto, a familiaridade.
Uma pessoa, em casa, está habituada a conviver com aquela racha na parede, aquela porta que encrava, aquela torneira que pinga e o esquentador que se desliga a meio do banho. Uma gaveta de tralha que só abre com umas pancadinhas no sítio certo e aquele emaranhado monstruoso de cabos atrás do móvel, tão mau que até evitamos lá ir limpar o pó. O calcário nas torneiras, uma infiltração no canto do chuveiro, vizinhos intrometidos e por aí fora...
Problemas e desconfortos reais, mas aos quais nos habituámos e com os quais convivemos já sem consciência do incómodo (e perda de tempo) que nos impõem todos os dias. É a nossa casa, é a nossa vidinha de sempre. Conseguimos viver, comer e dormir ali. Está tudo bem.
E de repente uma pessoa muda-se de armas e bagagens para um hotel. Dos bons.
Nos primeiros dias é aquela sensação de luxo, misturada com um "não me sinto em casa". Mas, ao mesmo tempo, "nunca mais quero sair daqui". Não há "pequenos problemas" (nem grandes), é tudo como devia ser sempre. Um serviço de 5 estrelas.
As instalações são perfeitas, o serviço é rápido e eficaz, a cama aparece feita e o quarto limpo todos os dias. O que precisarmos, só temos de pedir. E é tudo mais bonito e arejado."
É canja!
Há anos que disputo com metade da minha família que Canja que se preze de ser Canja é feita com arroz e não com massa. Agora mesmo, por via do excelente programa televisivo que é o Cuidado com a língua fiquei a saber a etimologia da palavra Canja. Deriva do malabar "Canji" que significa, imagine-se "Água com arroz". Ouviram bem? Com arroz! Não é com massa!
07 dezembro 2008
Andam a fumar algo
Os nomes de estabelecimento na Quinta do Conde são, no mínimo, criativos. Imagem: João Sá.
Fontes, o meu cordial
Diário de Notícias e Correio da Manhã foram, dos que tenha notado, dois dos jornais que fizeram uso de material publicado nestas páginas (material fornecido pelo Não Gosto de Ervilhas), tendo o DN inclusivamente feito uma chamada de capa. Não teria ficado mal ao artista autor (um despacho de agência, pelo que sei) ter citado a fonte.
Post efémero
Uma série de acidentes cuja extensão total ainda não consegui apurar por completo, fez com que tivesse de perder o correio electrónico recebido nos dias 2, 3 e 4 de Dezembro. É particularmente preocupante para mim porque foi precisamente num desses dias que se lançou o Pré-Registo para o FLiP:mac 2. Foi necessário repor um Backup, o que faz com que a Base de Dados tenha de recuar a dia 1, perdendo-se assim algumas inscrições e anulações.Assim, e se me enviou correio electrónico num desses dias, por favor reenvie-o dado que não tenho qualquer hipótese de o recuperar. Na dúvida, principalmente se me enviou um email de pré-registo, envie de novo.
As minhas desculpas pelo incómodo
Pedro Aniceto
06 dezembro 2008
Mumbai
Poucos dias depois dos sangrentos actos terroristas em Mumbai (Olá Maria João!), a polícia indiana anunciou a prisão de dois homens, presumíveis fornecedores dos cartões dos telemóveis usados no ataque. Estão a ver a importância disto? Aposto que não estão. Conseguem imaginar quantos tipos há na Indía a vender telefones, estão?
05 dezembro 2008
Já fui esquizofrénico mas estamos melhores
Dizem-me que o primeiro artigo é do 24 Horas de 9 de Outubro, o segundo é do 24 Horas de 10 de Outubro. Uma noite má para a alta finança e para quem assina a notícia, curiosamente o mesmo nome. Confusos? Também eu.
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